"As leis que regem o mundo moral estão formuladas no Decálogo, mas se resumem neste admirável preceito de Jesus: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao vosso próximo como a vós mesmos." (Revista Espírita. Agosto de 1860. Concordância espírita e cristã. Allan Kardec)
De acordo com o Cristo, "Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas". (Mateus 22:40; Galátas 5:14)
Entretanto, se estudarmos a Bíblia, perceberemos que estes dois mandamentos resumidos pelo Querido Mestre já haviam sido ensinados ao povo hebreu nos livros "Deuteronômio 6:5" e "Levítico 19:18" do Antigo Testamento, ou seja, na mesma época, que o Decálogo, os dez mandamentos divinos, também foram revelados pelo profeta Moisés, através da sua mediunidade.
Será que Jesus cometeu um plágio? Não. O Espírito Emmanuel faz a seguinte explicação: "A gênese de todas as religiões da Humanidade tem suas origens no seu coração augusto e misericordioso. (...) Cada raça recebeu os seus instrutores, como se fosse Ele mesmo, chegando das resplandecências de sua glória divina. " (A caminho da luz. Cap. 9 - As grandes religiões do passado. A gênese das crenças religiosas. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)
Jesus recebeu a palavra diretamente de Deus, com a missão de revelá-la aos homens (Obras póstumas. Item 8. O verbo se fez carne. Allan Kardec).
Segundo Allan Kardec, os Espíritos Puros, como o Divino Mestre, que é o governador do Planeta Terra " comadam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões". (O Livro dos Espíritos. Item 113. Allan Kardec).
Allan Kardec confirma estas informações através de várias perguntas feitas aos Espíritos Superiores, que estão registradas no Livro dos Espíritos. Vejamos a seguir:
Confiou Deus a certos homens a missão de revelarem a Sua lei?
" Indubitavelmente. Em todos os tempos houve homens que tiveram essa missão. São Espíritos superiores, que encarnam com o fim de fazer progredir a Humanidade." (O Livro dos Espíritos. Questão 622. Allan Kardec)
Onde está escrita a lei de Deus?
"Na consciência." (O Livro dos Espíritos. Questão 621. Allan Kardec).
Segundo o profeta Jeremias, " (...) Diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração'' (Jeremias 31:33).
Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?
"Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada." (O Livro dos Espíritos. Questão 621-a. Allan Kardec).
A lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?
"Certamente esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Demais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei. Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas à interpretação. "( O Livro dos Espíritos. Questão 647. Allan Kardec)
Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade do ensino que os Espíritos dão? Terão que nos ensinar mais alguma coisa?
"Jesus empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade se torne inteligível para todo mundo. Muito necessário é que aquelas leis sejam explicadas e desenvolvidas, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos os que as praticam. A nossa missão consiste em abrir os olhos e os ouvidos a todos, confundindo os orgulhosos e desmascarando os hipócritas: os que vestem a capa da virtude e da religião, a fim de ocultarem suas torpezas. O ensino dos Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou. Daí a necessidade de que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade. "(O Livro dos Espíritos. Questão 627. Allan Kardec).
"(...) O Espiritismo não traz moral diferente da de Jesus. Mas, perguntamos, por nossa vez: Antes que viesse o Cristo, não tinham os homens a lei dada por Deus a Moisés? A doutrina do Cristo não se acha contida no Decálogo? Dir-se-á, por isso, que a moral de Jesus era inútil? Perguntaremos, ainda, aos que negam utilidade à moral espírita: Por que tão pouco praticada é a do Cristo? E por que, exatamente os que com justiça lhe proclamam a sublimidade, são os primeiros a violar-lhe o preceito capital: o da caridade universal? Os Espíritos vêm não só confirmá-la, mas também mostrar-nos a sua utilidade prática. Tornam inteligíveis e patentes verdades que haviam sido ensinadas sob a forma alegórica. E, justamente com a moral, trazem-nos a definição dos mais abstratos problemas da psicologia.
Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado para fazer lembrada sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam, para tudo sacrificar ao orgulho e à cobiça? Quem ousaria pôr limites ao poder de Deus e traçar-lhe normas? "(O Livro dos Espíritos. Conclusão. Item VIII. Allan Kardec)
"O conhecimento do Espiritismo não é indispensável à felicidade futura, porque não tem o privilégio de fazer eleitos. É um meio de chegar mais facilmente e mais seguramente ao objetivo, pela fé racionada que ele dá e pela caridade que ele inspira. Ele ilumina o caminho, e o homem, não mais seguindo às cegas, marcha com mais segurança." (Revista Espírita. Dezembro de 1864. Sessão comemorativa na sociedade de Paris. Allan Kardec)
"Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 11. Item 4. Allan Kardec)