À tarde, Clara e Renato sentaram-se sob as árvores da praça para conversar.
Renato estava aborrecido. Clara sabia o porquê: os pais do menino estavam se separando.
- Não fica assim - disse amavelmente Clara - eles não vão mais estar juntos, mas continuam te amando muito, como sempre te amaram!
- Eu sei - sorriu o garoto. Não estou com raiva, apenas um pouco triste. Não sei com quem vou morar... Eu acho que devia existir uma lei proibindo os pais de se separarem!
- Sabe Renato, já existiu essa lei. Mas quando as coisas não vão bem no casamento, os pais fizeram de tudo para se acertarem e mesmo assim não deu certo, é melhor que se separem, antes que fiquem inimigos entre si. E você vê, eles continuam amigos, conversam e se ajudam. Ruim seria se eles brigassem o tempo todo!
- É verdade - Renato concordou. É bem melhor que eles continuem amigos morando separados, do que morem juntos fingindo que tudo está bem... Difícil mesmo, deve ser para quem não tem pai nem mãe!
- Pois é, mesmo assim, isso deve ser muito difícil para eles também... Os pais da gente sempre se esforçam para acertar!
Do outro lado, perto do lago, algo chama a atenção dos dois: um casal de velhinhos, que caminha ao sol, rindo, de mãos dadas...
- Mas quando eu crescer e tiver a minha família, eu quero ser como aqueles velhinhos ali...
E Clara completa:
- Eu também!
(Letícia Muller. Fonte: Grupo Espírita Seara do Mestre)