- Tia, quem é espírita é “macumbeiro”?
- O que você acha, Guilherme? Tia Paula devolveu a pergunta, enquanto fechava o livro que estava lendo.
- Eu acho que não... Mas outro dia a Sara ficou “tirando uma da minha cara” porque eu sou espírita. Não sabia o que dizer...
- Os espíritas não fazem “trabalhos espirituais”. As Sociedades Espíritas são lugares de oração e estudo da Doutrina Espírita. Alguma vez, no Centro Espírita, você viu ou ouviu algo que pudesse levar você a pensar como a sua colega Sara?
- Não, muito pelo contrário. - respondeu Guilherme. Nas palestras as pessoas falam sobre Jesus, amor e caridade. Tem o passe, que auxilia as pessoas... Outro dia explicaram, na Evangelização, como os mortos se comunicam com os vivos, tinha um nome complicado...
- Mediunidade, médiuns - completou a tia, enquanto o garoto sorria concordando. Nas reuniões mediúnicas os desencarnados se comunicam com os vivos em busca de auxílio e também para orientar e incentivar as pessoas a seguirem no bem.
O garoto ouvia atento. A tia continuou:
- Os espíritas seguem os ensinamentos de Jesus, se esforçando para praticar o bem e serem pessoas melhores. Além disso, muitas pessoas ainda não aprenderam algo que a Doutrina Espírita considera muito importante: o respeito e a tolerância pelas outras religiões.
- Entendi, tia. Da próxima vez que alguém pegar no meu pé porque sou espírita vou perguntar se ele conhece o Espiritismo e vou falar sobre as coisas boas que aprendi no Grupo Espírita.
- Mas dê o exemplo, respeitando a religião da pessoa com quem você fala.
- Legal, tia. Valeu a força!
Tia Paula sorriu e pegou novamente o livro que estava lendo. Ela mesma, como muitos outros espíritas, já passou por situação semelhante a que o garoto contou. Mas ela sabe que, aos poucos, a humanidade evoluirá, aprendendo, como Guilherme, que o amor e caridade pregados por Jesus incluem o respeito às crenças do próximo.
(Claudia Schmidt. Fonte: Grupo Espírita Seara do Mestre)