QUEM SÃO OS ESPÍRITOS QUE SE APRESENTAM COM CAPAS OU CHAPÉUS PRETOS VISTOS POR ALGUNS MÉDIUNS VIDENTES, SEGUNDO O ESPIRITISMO?

"Os Espíritos só se mostram quando o querem e a quem também o querem. Um Espírito, pois, poderia aparecer, numa assembléia, a um ou a muitos dos presentes e não ser visto pelos demais. Dá-se isso, porque as percepções desse gênero se efetuam por meio da vista espiritual, e não por intermédio da vista carnal; pois não só aquela não é dada a toda gente, como pode, se for conveniente, ser retirada, pela só vontade do Espírito, àquele a quem ele não queira mostrar-se, como pode dá-la, momentaneamente, se entender necessário.

À condensação do fluido perispirítico nas aparições, indo mesmo até à tangibilidade, faltam as propriedades da matéria ordinária: se tal não se desse, as aparições seriam perceptíveis pelos olhos do corpo e, então, todas as pessoas presentes as perceberiam.

Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu envoltório perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na superfície mesma do corpo um fenômeno análogo ao das aparições. Pode a imagem real do corpo apagar-se mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir outra aparência; ou, então, vistos através da camada fluídica modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão. Se, saindo do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela, radiosa e até luminosa; se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo." (A Gênese. Cap. 14. Item 38. Allan Kardec)

Segundo o espírito de André Luiz: (...) ''o perispírito é constituído de elementos maleáveis, obedecendo ao comando do pensamento, seja nascido de nossa própria imaginação ou da imaginação de inteligências mais vigorosas que a nossa, mormente quando a nossa vontade se rende, irrefletida, à dominação de Espíritos tirânicos ou viciosos, encastelados na sombra.'' (Nos domínios da mediunidade. Cap. 11. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier).   

"As aparições propriamente ditas se dão quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo da plena e inteira liberdade das suas faculdades. Apresentam-se, em geral, sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e imprecisa. A princípio é, quase sempre, uma claridade esbranquiçada, cujos contornos pouco a pouco se vão desenhando. Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de se tornar possível fazer-se da aparição uma descrição completa. Os demandes, o aspecto, são semelhantes aos que tinha o Espírito quando vivo.

(...)Quanto às vestes, compõem-se ordinariamente de um amontoado de pano, terminando em longo pregado flutuante. Com uma cabeleira ondulante e graciosa se apresentam os Espíritos que nada conservam das coisas terrenas. Os Espíritos vulgares, porém, os que aqui conhecemos aparecem com os trajes que usavam no último período de sua existência." (O Livro dos Médiuns. Cap. 6. Item 102. Allan Kardec)

Segundo Allan Kardec, " Os Espíritos que se tornam visíveis apresentam-se, quase sempre, com as aparências que tinham em vida e que os podem tornar conhecidos." (O que é o espiritismo. Cap. 2. item 28. Allan Kardec)

Yvonne A. Pereira afirma: "Durante as numerosas ocasiões em que, como vidente, temos observado entidades desencarnadas, quer em nosso estado normal, quer quando nos há sido possível penetrar o mundo invisível, levada em corpo espiritual (perispírito) pelos Guias e Instrutores que nos deferem essa honra, grande número de Espíritos temos visto, e até com eles convivido, se deste modo nos podemos expressar, de variada gradação moral e intelectual, e apenas uma vez nos recordamos de ter percebido um inteiramente desnudo. Contrariamente, o que temos presenciado nos confere o direito de categoricamente afirmar que - sim! - os Espíritos se trajam e modificam a aparência das vestes que usam conforme lhes apraz, exclusão feita de alguns muito inferiores e criminosos, geralmente obsessores da mais infima espécie, cuja mente não possui vibrações à altura de efetuar a admirável &operação plástica& requerida. Por isso mesmo, a aparência destes últimos costuma ser chocante para o vidente, pela fealdade, ou simplesmente pela miséria, pois se apresentam cobertos de andrajos e farrapos, como que empapados de lama, ou embuçados em longos sudários negros, com mantos ou capas que lhes envolvem os ombros e a cabeça e, não raro, mascarados por um saco negro enfiado na cabeça, com duas aberturas à altura dos olhos, tais os antigos verdugos da Inquisição, uniformizados para operações nas salas de suplícios, de que nos dão conhecimento as gravuras antigas. Longos chapéus costumam trazer também, assim como botas de canos altos, conquanto muito difícil seja ao médium distinguir-lhes os pés. Tais Espíritos procuram, frequentemente, esconder o rosto e insultam rudemente o médium, se este os surpreende com a visão. Certamente que o instrumento mediúnico, diante de uma aparição dessa categoria, precisará estar de posse de toda a tranquilidade fornecida pela fé e pela confiança adquiridas através do exercício mediúnico, a fim de se não deixar envolver pelas faixas daninhas expelidas pela entidade, cuja presença, se se tornar constante, poderá produzir, a um médium pouco experimentado, desequilíbrios graves e até mesmo a obsessão. A prece será sempre a melhor defesa contra essa espécie de habitantes do mundo invisível.

Se a prece for feita com a necessária confiança, levando o médium a se harmonizar com as vibrações superiores do Além, geralmente tais entidades se afastam com rapidez, apavoradas e contrafeitas." (Devassando o invisível. Cap. 2. Yvonne A. Pereira)

"A vidência permanente e geral de Espíritos é muito rara, porém as aparições isoladas são assaz frequentes..."(O que é o Espiritismo. Cap. 2. Item 29. Allan Kardec)

"(...)Muitos Espíritos, antes de se deixarem ver pelos médiuns, ou de se comunicarem, revelam sua presença através do perfume que lhes é mais grato, ou que o foi quando encarnado. As entidades espirituais Charles e Frederico Chopin se revelam pelo perfume de violeta, com certo detalhe que torna inconfundível um perfume do outro, ou seja, a presença de um desses Espíritos da presença do outro, tal se se tratasse, antes, de particularidades de vibrações. O Espírito "Scheilla", enfermeira alemã, morta em uni bombardeio aéreo, durante a guerra mundial, e que se comunica com o médium Francisco Cândido Xavier, revela-se por um forte e muito materializado cheiro de éter, lembrando a sua profissão, em cujo exercício desencarnou. Espíritos sofredores e inferiores costumam fazer-se notados pelo cheiro de bebidas alcoólicas, de fumo, de podridão e até de decomposição cadavérica. E aqueles vitimados em desastres, e que vêm a morrer durante a estada nos hospitais, costumam desprender o cheiro do iodofórmio, do iodo, do formol, etc. E não é muito raro um Espírito amigo, familiar, dar ao seu médium o perfume que sabe este aprecia, o que representa uma das muitas formas de afetividade e carinho com que tão bondosos amigos brindam seus aparelhos mediúnicos."(Devassando o invisível. Cap. 10. Yvonne A. Pereira)

Que fim objetivam os Espíritos que se manifestam visivelmente?
"Isso depende; de acordo com as suas naturezas, o fim pode ser bom, ou mau."

Qual pode ser o fim que tem em vista o Espírito que se torna visível com má intenção?
"Amedrontar e muitas vezes vingar-se."

" (...) O Espírito que queira causar dano pode fazê-lo, e até com mais segurança, sem se dar a ver. Ele não é perigoso pelo fato de ser Espírito, mas, sim, pela influência que pode exercer sobre o homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal. (...) Muito mais deveriam temer o encontro com homens do que com Espíritos, porquanto um malfeitor é bem mais perigoso quando vivo, do que depois de morto. "

Poderá aquele a quem um Espírito apareça travar com ele conversação?
"Perfeitamente e é mesmo o que se deve fazer em tal caso, perguntando ao Espírito quem ele é, o que deseja e em que se lhe pode ser útil. Se se tratar de um Espírito infeliz e sofredor, a comiseração que se lhe testemunhar o aliviará. Se for um Espírito bondoso, pode acontecer que traga a intenção de dar bons conselhos." (O Livro dos Médiuns. Cap. 6. Item 100. Allan Kardec)

Diante do exposto, concluimos que os Espíritos que se apresentam com capas e chapéus pretos são considerados espíritos inferiores pelo Espiritismo. Entretanto, os seguidores da Umbanda poderão argumentar que tais entidades, pelas suas vestimentas, podem ser considerados algum tipo de exu, um Espírito de luz, guardião de templos, conforme a crença desta religião. Devemos respeitar a Umbanda e suas tradições, porém não devemos misturar os seus conceitos com as ideias ensinadas pelos Espíritos Superiores. O Espiritismo analisa a condição moral do Espírito pela sua aparência e pela sua linguagem. Sabemos que os bons Espíritos não se vestem desta maneira, e jamais assustam as pessoas.

"Os Espíritos  elevados só ensinam boas coisas. Sua moral é a do Evangelho. Só pregam a união e a caridade e jamais enganam. Os Espíritos inferiores dizem absurdos , mentiras e por vezes até grosserias."  (Revista Espírita. Janeiro de 1859.  A S. A. O Príncipe G.  Allan  Kardec)

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