Na Bíblia encontramos diversos versículos que se referem ao "ESPÍRITO SANTO", vejamos:
- "O anjo respondeu: O ESPÍRITO SANTO virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus." *(Lucas 1:35)
- "Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do ESPÍRITO SANTO." (Romanos 15:13)
- Pedro respondeu: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do ESPÍRITO SANTO." (Atos 2:38)
- "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO." (2 Pedro 1:21)
- "Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8)
- "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes dias." (Atos 1:5)
- "E todos ficaram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem." (Atos 2:4)
- "Porque na mesma hora vos ensinará o ESPÍRITO SANTO o que vos convenha falar." (Lucas 12:12).
- "Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o ESPÍRITO SANTO: "Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado"". (Atos 13:2)
- "E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo ESPÍRITO SANTO de anunciar a palavra na Ásia."** (Atos 16:6)
- " Só sei que, em todas as cidades, o ESPÍRITO SANTO me avisa que prisões e sofrimentos me esperam." (Atos 20:23)
- "Não entristeçam o ESPÍRITO SANTO de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30)
- "Mas o Consolador, o ESPÍRITO SANTO, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." (João 14:26)
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Obs.*: Neste primeiro trecho, quando foi utilizada a palavra ESPÍRITO SANTO, o autor está se referindo a JESUS CRISTO, o filho de Deus, que é um Espírito puro, que pertence a primeira ordem. Nos demais trechos, quando os autores utilizam a palavra ESPÍRITO SANTO, estão se referindo aos ESPÍRITOS BONS que pertecem a segunda ordem, portanto, estes estão num grau de evolução inferior ao Querido Mestre. (Veja a classificação dos Espíritos no Livro dos Espíritos. Itens 107 a 113. Allan Kardec)
Obs.**: No trecho bíblico de Atos 16:6-10 , há uma explicação de que o Espírito Santo impediu Paulo e Silas de anunciar a palavra de Deus na Ásia, pois queria que eles pregassem o Evangelho na Macedônia.
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"O Espírito Santo é a denominação dada à coletividade dos espíritos desencarnados, que lutam pela implantação do reino de Deus na face da terra. Batizar-se no Espírito Santo significa receber-se a mediunidade. Todos os que recebem a mediunidade se colocam à disposição dos espíritos do Senhor para os trabalhos de evangelização que se desenvolvem no plano terrestre." (O Evangelho dos Humildes. O batismo de Jesus. Eliseu Rigonatti)
Na Vulgata (1), tradução latina do grego (2), está escrito "SPIRITUM BONUM", palavra por palavra, ESPÍRITO BOM. A Vulgata não fala absolutamente do Espírito Santo. "(Cristianismo e Espiritismo. Notas complementares. Léon Denis)
"O qualificativo Santo que se encontra na Bíblia para designar espírito bom, não deve absolutamente, ser interpretado como um ente misterioso, sibilino, que constitui a 3ª pessoa da S. Trindade. Mas sim, como sendo um Espírito adiantado, de bondade, de amor e sabedoria"(Vida e atos dos Apóstolos. O Espírito santo e a ascensão de Jesus. Cairbar Schutel). O Espírito Santo também não é o poder de Deus em ação, ou seja, apenas uma energia, sua força ativa, conforme a interpretação de alguns religiosos que utilizam-se de trechos isolados para afirmar esta teoria (Vide: Atos 6:5), pois o Ele é um ser inteligente que pensa, orienta, revela o futuro e dá ordens.
"Para o Espiritismo, Jesus não é Deus, não participa do mistério da Pessoa Única, mas nem por isso deixa de ser divino. Os espíritas rejeitam, portanto, o dogma da Trindade e o mistério da participação da pessoa de Jesus na Suprema Pessoa. Segundo o Espiritismo, Deus é Uno. Dele procedem todas as coisas. Jesus é Seu filho, como todos nós o somos. Nesse ponto, estamos em pé de igualdade com Jesus, somos irmãos do Divino Mestre. Mas enquanto somos humanos, Jesus é divino. E o é, porque está muito acima de nós, no tocante à realização espiritual. Ele é, pois, o nosso Irmão Maior, que já conseguiu depurar-se das imperfeições humanas, atingindo a divindade do espírito, que o liga a Deus, como um filho dileto ao Pai amoroso." (O homem novo. Vai para os meus irmãos e dize-lhes que eu subo para o Meu e Nosso Pai. J. Herculano Pires)
Os Espíritos Superiores (OS BONS ESPÍRITOS), que possuem uma elevada moral e conhecimento científico superior, foram os que trouxeram a terceira revelação das leis divinas, isto é, o Espiritismo, que é o Consolador prometido por Jesus.
"O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado, todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. Com o auxílio das novas leis que revela, conjugadas essas leis às que a Ciência já descobrira, faz se compreenda o que era ininteligível e se admita a possibilidade daquilo que a incredulidade considerava inadmissível. Teve precursores e profetas, que lhe pressentiram a vinda. Pela sua força moralizadora, ele prepara o reinado do bem na Terra. " (A Gênese. Cap. 17. Item 40. Allan Kardec)
Infelizmente, as traduções das letras do Evangelho não foram fiéis aos textos antigos e possibilitaram a equivocada interpretação de que o Espírito Santo seria um ser único e especial. Segundo o professor de Grego e Latim Carlos Torres Pastorino, isto ocorreu pois, " a língua grega não possuía artigos indefinidos (um, uma, uns, umas). Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido (a, o, as, os)... Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo. Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido: UM ESPÍRITO SANTO, e nunca traduzir com o definido: O ESPÍRITO SANTO." (Sabedoria do Evangelho. Volume 1. Anúncio a Maria. Carlos Torres Pastorino)
No entanto, quase na sua totalidade, os escritos em grego do Evangelho que não apresentavam o artigo definido foram traduzidos erroneamente, utilizando-se a expressão "O ESPÍRITO SANTO", que transmite a ideia equivocada de ser "ÚNICO", ou seja, algo determinado. Se vários trechos fossem traduzidos corretamente, pela expressão "UM ESPÍRITO SANTO", os religiosos entenderiam que podem ser "VÁRIOS" Espíritos (não apenas um), ou seja, um ser indeterminado.
Além disso, Léon Denis explica, por exemplo, que "S. Paulo não foi apenas assistido por Espíritos de luz, de que se fazia o porta-voz e o intérprete. Espíritos inferiores por vezes o atormentavam, e era-lhe necessário resistir à sua influência. É assim que, em todos os meios, para educação do homem e desenvolvimento da sua razão, a luz e a sombra, a verdade e o erro se misturam. (...) S. Paulo conhecia estas coisas. Lecionado pela experiência, ele advertia os profetas, seus irmãos, a fim de se conservarem em guarda contra tais ciladas. E acrescentava em consequência:
"Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1 Coríntios, 14:32), isto é, é preciso não aceitar cegamente as instruções dos Espíritos, mas submetê-las ao exame da razão.
No mesmo sentido, dizia S. João:
"Caríssimos, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus." (1 João 4:1) (Cristianismo e Espiritismo. Cap. 5. Léon Denis)
Carlos Toledo Pastorino afirma: "Aceitamos que a Bíblia, e de modo particular o Novo Testamento, tenham sido inspirados, direta e sensivelmente, por espíritos, se bem que nem todos com a mesma elevação. Pedro, com toda a sua autoridade de Chefe do Colégio Apostólico, afirma categoricamente, referindo-se aos escritores do Velho Testamento: homens que falaram da parte de Deus, e que foram movidos por algum Espírito Santo (2 Pedro 1 :21) . E ainda: o Espírito de Cristo, que estava neles, testificou (1 Pedro 1: 11) .
E no discurso de Estevão, narrado em Atos 7:53, o proto-mártir afirma: vós que recebestes a Lei por ministério de anjos", isto é, por intermédio de espíritos." (Sabedoria do Evangelho. Volume 1. Inspiração. Carlos Toledo Pastorino)
Paulo de Tarso esclarece que os bons Espíritos nos ajudam e afirma: "Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. "(Romanos 8:26)
"Tudo isso é normal e comum até nossos dias. Mas, desconhecendo a técnica, cientificamente estudada e experimentada por sábios e pesquisadores espiritualistas, a partir de Allan Kardec, os comentadores se perdem em divagações cerebrinas. Ao invés de admitir a psicografia (direta, mecânica ou semi-mecânica) e a psicofonia (total ou parcial), a audiência e vidência, ficam a conjeturar como pode ter-se dado o fato, chegando a afirmar que "as pedras da Lei foram realmente escritas pelo dedo de Deus"". (Dr. Tregelles, Introdução ao N.T. - Retirado do Livro: Sabedoria do Evangelho. Volume 1. Inspiração. Carlos Toledo Pastorino)
Na realidade, o Espírito Emmanuel esclarece que, "Moisés trazia consigo as mais elevadas faculdades mediúnicas, apesar de suas características de legislador humano. É inconcebível que o grande missionário dos judeus e da Humanidade pudesse ouvir o Espírito de Deus. A Lei ou a base da Lei, nos dez mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus , porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram, como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio "(O Consolador. Questão 269. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
Obs.(1): A tradução latina de Jerônimo é conhecida com o nome de Vulgata, ou seja, edição para o vulgo, e tem caráter dogmático para os católicos romanos. (Sabedoria do Evangelho. Volume 1. Vulgata. Carlos Toledo Pastorino). (...) Já no século II escrevia Orígenes: Presentemente é manifeste que grandes foram os desvios sofridos pelas cópias, quer pelo descuido de certos escribas, quer pela audácia perversa de diversos corretores, quer pelas adições ou supressões arbitrárias (Patrologia Grega, Migne, vol. 13, col. 1.293) (...)Desejando atender ao clamor geral, Dâmaso encarregou Jerônimo de estabelecer o TEXTO DEFINITIVO das Escrituras. A tarefa era ingente, e Jerônimo tinha capacidade para desempenhá-la, pois conhecia bem o hebraico, o grego e o latim. Ele devia re-traduzir para o latim todas as Escrituras, já que as versões antigas (vetus latina) eram variadíssimas. (Sabedoria do Evangelho. Volume 1. Os textos. Carlos Toledo Pastorino)
Obs. (2): A língua original do Novo Testamento é o grego denominado Koiné, ou seja, comum, popular, falado pelo povo. Não é o grego clássico. (Sabedoria do Evangelho. Volume 1. Língua original. Carlos Toledo Pastorino)