Após assistir com o seu irmão mais novo, o filme Gasparzinho - O Fantasminha Camarada, João, um filho rebelde e descrente das ideias espíritas, procurou o seu padrasto e lhe fez uma série de perguntas com sarcasmo:
- Padrasto, você já pensou em como é a aparência dos Espíritos depois da morte? Terão a aparência de fantasmas? Serão como uma nuvem de fumaça? Ou será que se apresentam como uma assombração?
O padrasto de João, um grande estudioso das obras espíritas, percebeu que seu filho de coração queria testar a sua paciência, mas aproveitando a oportunidade para lhe dar uma lição, respondeu com serenidade e sabedoria:
- Nem uma coisa, nem outra, meu filho. Os Espíritos mantêm a aparência que tinham quando encarnados no corpo físico.
Já tivemos notícias de vários casos de aparições de Espíritos em todo o Mundo. E, em todos os casos, que se tornaram célebres, as pessoas que tiveram as visões afirmam que o Espírito tinha um corpo.
Podem ter uma luminosidade diferente, mas a aparência é de um ser humano.
Um dos casos bem conhecido de todos nós é o encontro de Jesus com os Espíritos de Moisés e Elias.
Diante de Jesus e dos Apóstolos Pedro, Tiago e João, esses dois Espíritos se tornaram visíveis e com a mesma aparência que tinham quando seu corpo era de carne.
Outro exemplo é do próprio Cristo. Após a crucificação, Ele surge entre os Apóstolos e convive com eles por algum tempo.
Sua aparência era a mesma de antes, a tal ponto que todos O reconheceram.
Assim, podemos eliminar das nossas mentes essas ideias distorcidas de que os Espíritos têm forma diversa da que tinham quando encarnados.
João ficou impressionado com o conhecimento do seu padrasto , não imaginava que ele sabia tanto, aliás reconheceu que as suas explicações faziam muito sentido e que nunca havia dado a devida importância a estas questões , portanto lhe disse:
- Desculpe-me meu pai pela forma que te tratei antes, hoje percebi que sei muito pouco sobre as leis que regem a vida e tenho interesse em saber mais.
Sentindo-se envergonhado pela sua arrogância, resolveu fazer-lhe outra pergunta, com expressão de verdadeiro interesse:
- Se é verdade que o corpo físico fica no túmulo, que corpo é esse que mantém a mesma forma?
Percebendo que seu filho estava realmente interessado em suas explicações, o pai de João respondeu:
- A verdade é que nós somos formados por três elementos: o Espírito, o corpo físico, e o perispírito.
O perispírito é o que Paulo, Apóstolo, chamava de corpo espiritual.
É formado de matéria sutil, imperceptível aos olhos comuns, mas visível aos que têm a faculdade mediúnica chamada vidência.
E não é só a aparência exterior que conservamos após a desencarnação. Mantemos também todas as condições psíquicas que tínhamos na véspera.
Nada dá saltos em a natureza. E com o Espírito não poderia ser diferente.
Saindo do corpo físico sem sair da vida, a criatura busca seus interesses, no outro plano, e segue vivendo da mesma forma que viveu até o túmulo.
Se assim é, todos os esforços que empreendermos para nos aperfeiçoarmos intelectual e moralmente, ainda hoje, não serão em vão.
Após as explicações, João ficou ainda mais interessado sobre o assunto, queria estudar mais a fundo as questões referentes a Doutrina dos Espíritos e entender como seria a vida no mundo espiritual. Então, a partir desse dia, passou a respeitar a religião de seu pai de coração e as crenças alheias.
(Fabiana F. Freitas. História adaptada da Redação do Momento Espírita. Fonte: https://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=38&let=&stat=0)