Antes de observar a presença do mal, roga ao Senhor para que teus olhos se habituem à fixação do bem, a fim de que depois não se te converta a oração em requerimento desesperado.
Antes de assinalar a frase caluniosa ou irrefletida, pede ao Senhor para que teus ouvidos saibam escutar para o auxílio fraterno, a fim de que depois não se te transforme a prece em apelo sombrio.
Antes de caminhar na direção do poço em que se adensam as águas turvas da crueldade, implora ao Senhor para que teus pés se mantenham na movimentação do trabalho digno, a fim de que depois não se te transfigure a petição em grito blasfematório.
Antes de considerar a ofensa do próximo, solicita ao Senhor te ilumine o coração para que saibas exercer a caridade genuína do entendimento e do perdão sem reservas, a fim de que depois não se te expresse a rogativa por labéu de remorso e maldição.
Todos fazemos preces, depois que o sofrimento nos convoca à expiação regenerativa quando o processo de nossas defecções morais já coagulou em torno de nosso espírito o cáustico da aflição com que havemos de purificar os tecidos da própria alma.
Todavia, quão raras vezes oramos antes da luta, vacinando o sentimento contra a sombra da tentação!…
Saibamos louvar a Bondade e a Sabedoria de Deus, em todos os passos da vida, rendendo graças pela flor e pelo espinho, pela facilidade e pelo obstáculo, pela alegria e pela dor, pela fartura e pela carência.
Agradecendo ao Céu as lições diminutas de cada instante da marcha, aprenderemos a tecer com as pequeninas vitórias de cada dia o triunfo sublime que, na grande angústia, erguer-nos-á para a alegria soberana capaz de levantar-nos para sempre à plena luz da imortalidade.
(Mãos marcadas. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)