Piaget, Wallon e Vygotsky

            Os três autores tem muitos pontos em comum, sendo que os três são considerados dentro da visão denominada construtivista. Contudo possuem alguns pontos diferentes que, embora pareçam conflitantes, na verdade se completam.

            A ideia central de Vygotsky aproxima-se à de Piaget, que afirma que o indivíduo não pode construir conhecimento novo sem uma estrutura anterior, um fundamento de aprendizagem prévia. Vygotsky firma que o indivíduo não pode transpor um expediente de aprendizagem sem algum conhecimento anterior cognitivamente relacionado, a fim de conectar a nova informação.

            A teoria de Vygotsky tem muitos pontos em comum com a de Piaget. O que Vygotsky chama de “desenvolvimento real” representa o estado atual da criança, as estruturas interiores que ela já possui, que já construiu. Os desafios, as experiências e vivências proporcionarão oportunidade de construir novas estruturas. As estruturas possíveis de serem construídas em curto prazo estarão dentro da zona de desenvolvimento proximal.

            O estudo da criança, analisando sua capacidade interior, permitirá ao educador oferecer as experiências necessárias para ela avançar, a partir da realidade que lhe é própria.

            Vygotsky, assim como Piaget, defende a ideia de que a criança não é um adulto em miniatura e sua mente funciona de forma bastante diferente. Esta compreensão tem grandes implicações para os professores porque nos obriga a compreender o aluno da forma que ele é, e não da forma com que nós compreendemos o mundo.

            Tanto Piaget como Vygotsky pensam que o desenvolvimento do indivíduo implica não somente em mudanças quantitativas, mas sim, em transformações qualitativas do pensamento. Ambos reconhecem o papel da relação entre o indivíduo e a sociedade e, em Vygotsky, é esta relação que determina o desenvolvimento do indivíduo.

            Vygotsky tem uma visão sócio-construtivista do desenvolvimento. Ele dá ênfase ao papel do ambiente social no desenvolvimento e na aprendizagem; a aprendizagem se dá em colaboração entre as crianças e entre elas e os adultos. Já, Piaget, parece enfatizar que a aprendizagem se produz pela interação do indivíduo com os objetos da realidade, onde a ação direta é a que gera o desenvolvimento dos esquemas mentais. Piaget também valoriza o aspecto social, apenas afirma que existem processos que dependem da experiência direta, da vivência pessoal do indivíduo.

            Algumas diferenças, contudo, existem entre as duas teorias, que se completam com as ideias de Wallon:

            Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados pela criança de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra a partir do egocentrismo, tornando-se, pouco a pouco, socializada.

            Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento.

            Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, inicialmente, da coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem. Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento.

            Já para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos inter-dependentes, desde o início da vida.

            A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação.

            Neste sentido, a linguagem sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento.

            Henri Wallon destaca que a afetividade é a porta de entrada do conhecimento. Se não houver a afetividade não há conhecimento.

            Baseou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade,a inteligência, o movimento, e a formação do eu como pessoa, ou seja, a criança como um ser que pensa, sente e age de maneira harmoniosa.

            Wallon afirma que é através da emoção que o indivíduo se socializa.

(Fonte: Curso Online de Pedagogia Espírita - IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras-SP -  www.ide.org.br   -   www.ideeditora.com.br. Coordenação: Walter Oliveira Alves )

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