Arthur não conseguia pegar no sono. Estava tão ansioso! No dia seguinte haveria uma excursão com sua turma, planejada já há dois meses atrás.
Mas o garoto estava mesmo era nervoso: se chovesse, o passeio seria adiado. E isso seria muito chato! Ele havia esperado tanto por esse dia...
Lembrou-se, então, de pedir para Deus:
- "Que não chova amanhã!"
Arthur tinha muita fé; sabia do imenso amor de Deus e, principalmente, que Ele jamais desampara seus filhos. Conversou com o Divino Criador numa prece muito simples e bonita, e dormiu confiante...
De manhã bem cedo, acordou e conferiu a resposta ao seu pedido: uma chuva bem forte, de alagar as ruas...
O menino esbravejou como pôde. Por que Deus lhe fizera uma desfeita daquelas? Parecia de propósito, só para rir dele! Ou, decerto, Deus não escutou nada do que ele disse...
O pai do garoto sentou ao seu lado, em silêncio. E Arthur desabafou:
- Pai, por que Deus não ouve sempre as nossas preces?
O pai lhe sorriu:
- Ele sempre ouve nossas preces. - explicou - Mas, às vezes, Ele não atende aos nossos pedidos da forma como queremos. Isso porque queremos algo que não é bom para nós naquele momento. Porém, Ele sabe o que é melhor para a gente!
- Mas... eu não pedi nada de mal! A excursão era uma coisa boa...
- Claro que sim - continuou o pai - mas, às vezes, precisamos passar por algumas dificuldades para aprender determinadas lições. E podemos orar à Deus pedindo que Ele nos ajude a superar os momentos difíceis e, principalmente, tentar entender o que Ele quis nos dizer e aceitar a Sua Vontade!
Arthur ficou um pouco contrariado, mas parou para pensar. Com a ajuda do pai, entendeu que a chuva fora muito boa e necessária para os agricultores e suas plantinhas. Observou como a grama de sua casa estava mais bonita e viçosa. Concordou também que foi uma boa idéia de Deus a chuva começar cedo: seria bem pior se a chuva começasse no meio do passeio... E assim, Arthur aprendeu que Deus tem suas próprias maneiras de ouvir e responder as nossas preces, e que entender o que Ele nos disse é até bastante divertido!
(Letícia Müller. Fonte: Grupo Espírita Seara do Mestre)