Narrador: Existia uma cidade além das colinas verdejantes, onde reinava um clima de felicidade constante. Seus habitantes eram afáveis, amorosos e gostavam de ajudar uns aos outros.
Ali, até as flores tinham mais beleza, tudo era mais verde e as águas pareciam cantar quando desciam pelas pedras do rio. Moravam nesta cidade várias pessoas, dentre elas se destacava uma pela sua bondade. Seu nome era Floquinho de Neve. Floquinho adorava passear pela cidade distribuindo amor e alegria aos habitantes da cidade. Ali não havia doença, tristeza, mágoas. Mas, como em toda cidade há, também, aquelas pessoas que não gostam de ver ninguém feliz, que ficam triste quando ouvem uma risada, quando ouvem música. Esta era Miguelina, uma mulher feia por não saber amar, uma mulher amarga porque não era doce, uma mulher infeliz porque não tinha amigos. Não tinha porque não queria, porque todos tentaram, mas ela não se deixava amar. Um belo dia, Miguelina resolveu dar um basta na felicidade de Vila Feliz. Armou um plano e disse: Miguelina: - Já sei como acabar com a felicidade dessa gente. Vou acabar com o Floquinho. Ah...Ah...Ah... Narrador: Miguelina sai correndo feito louca no meio dos arvoredos. Corre para casa, arrumou um saquinho e encheu com espinhos. E diz: Miguelina: - Agora é só encontrar o Floquinho e trocar o saquinho. Dou o saquinho de espinhos e faço com que ele ponha fora o saquinho de amor. Narrador: Saiu radiante e feliz, levando consigo o saquinho de espinhos. Os habitantes da cidade estranharam o jeito de Miguelina, mas pensaram que ela havia mudado. Quando avistou Floquinho, saiu correndo, gritando: Miguelina: Floquinho, Floquinho, espere... Preciso falar com você... Narrador: Floquinho parou. Ficou admirado com a presença de Miguelina na cidade. Floquinho: - Olá Miguelina. Que bom que você veio até a cidade. Não está um belo dia? Narrador: Miguelina gaguejou, se enrolou toda, e disse: Miguelina: - É parece que sim... Bem, mas não foi para isso que vim. Gostaria de falar com você. Floquinho: - Fale, estou ouvindo. Miguelina: - Olha Floquinho, eu estive pensando... Você tem dado muitos floquinhos do seu saquinho não é mesmo? Floquinho: - Sim... Alguns... Miguelina: - Mas, você não tem medo que eles acabem? Você dá demais! Quem sabe você para um pouco, senão eles vão acabar... Narrador: Floquinho ficou pensativo. Jamais pensou na possibilidade de não ter floquinhos de amor em seu saquinho. Nunca se preocupou com o fato. Miguelina aproveitou que Floquinho estava pensativo e disse: Miguelina: - Floquinho, quem sabe você troca de saquinho, eu tenho aqui este outro. Eu dou para você e você economiza o seu. Narrador: Floquinho se deixou contaminar por Miguelina, que a esta altura estava feliz. Atingira seu objetivo. Se Floquinho desse do que tinha no saquinho que ela tinha lhe dado, as pessoas iriam se modificar. Floquinho aceitou a troca. Passou a dar os espinhos do saquinho que Miguelina havia lhe dado. As pessoas de Vila Feliz começaram a ficar tristes, resmungavam, brigavam, não eram mais tão felizes. Narrador: A Vila Feliz já não era tão feliz. Os animais se escondiam nas tocas e as flores haviam se fechado. Floquinho vivia emburrado. Mas um bom amigo, vendo a tristeza em que a Vila se encontrava, resolveu conversar com Floquinho. Bom Amigo: - Bom dia Floquinho. Floquinho: - Bom dia coisa nenhuma... Bom Amigo: - Bom sim Floquinho, veja o sol que não para de nos aquecer, a chuva que na hora certa vem molhar a terra e fazer nascer às plantas. Bom sim... Porque temos o ar que respiramos e nada pagamos; os frutos que a natureza nos dá sem que tenhamos de plantar. Floquinho: -Ih... Ih... Pare com isso. Já cansei de ouvir. Bom amigo: - Que pena Floquinho. Eu vim aqui para devolver o seu saquinho de amor. Floquinho: Que saquinho de amor, que nada. E lá eu quero saber deles? Já não esta quase vazio? Bom amigo: É...Está quase vazio...Mas isto é porque você não distribui mais amor. Observe a cidade...Não está mais cinzenta? As pessoas não parecem estar mais tristes? Floquinho: - Sim, é verdade. Bom Amigo: Pois é Floquinho, quando você distribui amor de seu saquinho não havia doenças, tristezas solidão. Narrador: Floquinho ficou pensativo. Olhou para todos os lados e viu que o Bom Amigo tinha razão. O Bom Amigo aproveitou aquele momento e disse: Bom Amigo: - Floquinho, se você começar a distribui amor novamente, verá que seu saquinho jamais se esvaziará, pois, quando mais amor se dá, mais se tem. O amor se multiplica. Narrador: Floquinho achou importante experimentar novamente. Colocou de lado o saquinho de espinhos e voltou a usar seu saquinho de amor. Notou que após um pequeno período Vila Feliz era feliz novamente. Não mais resmungou, não mais chorou e viu seu saquinho de amor transbordar. E por onde passava ficava pelo chão o seu rastro de amor. Sugestão: Pedir para que os evangelizandos troquem pedacinhos de algodão coloridos uns com os outros. Explicar, que quando trocamos os pedacinhos de algodão com os colegas estamos entregando um pouquinho das nossas virtudes e recebendo outras. Quando mais se dá amor, carinho, perdão, bondade e outras virtudes, mais se receberá de volta. Colocando em prática as virtudes, estaremos colocando em prática os ensinamentos do Mestre Jesus e assim evoluindo moralmente.
(Fonte:Apostila de Roteiros Sugestivos para os Encontros de Estudo da Evangelização Espírita - 3º. Módulo - ciclo Jardim de Infância, FERGS - Site:https://evangelizacao.searadomestre.com.br/virtude.htm)