Os trabalhadores do invisível - A ação dos Bons Espíritos no trabalho de Evangelização

       O livro " Os trabalhadores do invisível " , ditado pelo Espírito  Augusto Cezar Netto e psicografado por Roger Horvart,  mostra a ação dos bons Espíritos no trabalho de Evangelização Infantojuvenil.

            O livro relata que após o desencarne  do Espírito Augusto Cezar Netto (aos 25 anos), ele passa a trabalhar com a divina tarefa da Evangelização, e passa a coordenar um grande grupo de encarnados e desencarnados com o divino trabalho de levar o pensamento de Jesus aos jovens e às crianças. Sendo em Paraisópolis (São Paulo/SP) o seu primeiro trabalho desse gênero.

            Devido a importância deste conteúdo, logo abaixo, estão alguns trechos do livro para fins de estudo.

 

O dia em que comecei

            Nunca havia participado de um trabalho como este. Eram diversos amigos conversando, discutindo e elaborando as melhores ideias para o funcionamento do trabalho.

            Um instrutor me disse que eu poderia observar aqui na sala de preparação ou ir para alguma sala de aula que estava sendo preparada. Decidi ficar.

            Estava maravilhado com carinho e o amor que se desprendiam daquelas pessoas. Elas tinham desejo firme de ajudar.

            Notei a chegada de mais algumas pessoas, essas pareciam coordenar o trabalho já que se notava um ar de preocupação. Perguntei ao instrutor que trabalhava ao meu lado:

            Quem são estes que acabam de chegar?

            São os coordenadores do trabalho. Estão sempre preocupados com detalhes  e muitas  vezes deixam passar o verdadeiro sentido do trabalho. Hoje, por exemplo, tiveram um pequeno problema com  a merenda das crianças e já deixaram mudar seu padrão vibratório, responde o instrutor.

            E como vocês contornam esses problemas?

            Sempre isolando emanações que possam comprometer o andamento salutar do trabalho. Vê aqueles dois irmãos juntos dos coordenadores? São designados especialmente para absorver e transformar qualquer emanação de preocupação e vibrações inferiores.

            Continuei a observação.

            Iria começar a reunião de abertura quando notei a chegada de outra grande quantidade de trabalhadores do nosso plano. Eram aqueles que estavam cuidando da limpeza da manutenção das salas para que elas pudessem estar limpas e higienizadas de miasmas e vibrações que pudessem ter ficado de outro dia.

            Foi dado início a reunião.

            Na reunião notei que cada trabalhador encarnado tinha ao seu lado um trabalhador do nosso plano que lhe aplicava passes  e emanações de muito amor. É isso que chamamos de sustentação.

            Avisos foram dados, a prece inicial foi feita e a preparação estava encerrada. Tudo correu bem e pude perceber como muitos encarnados saíram melhor do que entraram.

 

O dia em que entrei na sala

            Já tinha percebido o importante valor dos trabalhadores encarnados e desencarnados, mas não imaginava a extensão do trabalho de todos.

            Fui convidado a entrar em uma sala de aula e acompanhar o trabalho de perto. Podia contar dois evangelizadores encarnados e  mais quatro desencarnados. Crianças havia várias, encarnadas eram quinze, mas desencarnadas havia mais de cinquenta. Explicaram-me que o evangelizador que daria aula tinha se preparado muito bem, por isso, mandaram diversos espíritos ainda infantes para aquela sala. Foi uma belíssima a explanação sobre o Sermão do Monte. Nunca tinha ouvido tamanha beleza com tanta simplicidade.

            Vi que como o evangelizador tinha se preparado, tinha lido, estudado, ele podia contar com o apoio incondicional do nosso plano. Diversas vezes o mentor da sala estendia sobre a fronte do nosso amigo sua mão e fazia lembrar-se de tudo aquilo que tinha preparado.

            Foi uma belíssima demonstração de amor, carinho e dedicação.

            Não pensem vocês que enquanto o trabalho não começa, que enquanto os encarnados não chegam, nada ocorre. Nossa ação já começa bem antes da abertura dos trabalhos.

            Estamos presentes na sala dos evangelizadores preparando-os para ocorrer o melhor possível, estamos nos locais que serão dadas as aulas, estamos junto com os evangelizandos, ou seja, o nosso trabalho é maior do que vocês imaginam.

            É de extrema importância que toda essa limpeza, refazimento e preparação sejam feitos, para que vocês não encontrem tantas dificuldades no trabalho.

 

O plano espiritual trabalha

            Não pensem  vocês que enquanto o trabalho não começa, que enquanto os encarnados não chegam, nada ocorre. Nossa ação já começa bem antes da abertura dos trabalhos.

            Estamos presentes na sala dos evangelizadores preparando-os para ocorrer o melhor possível, estamos nos locais que serão dadas as aulas, estamos junto com os evangelizandos, ou seja, nosso trabalho  é maior do que vocês imaginam.

            É de extrema importância que toda essa limpeza, o refazimento e a preparação sejam feitos, para que vocês não encontrem tantas dificuldades no trabalho.

            Muitos evangelizadores pensam que o trabalho deles só acontece durante o tempo que estão dentro da sala passando o conteúdo, que não é verdade.

            Vou contar caso de um jovem que dava aula em um dos locais em que trabalhamos.

            No domingo pela manhã ele teria trabalho.

            No sábado a noite foi para um local não muito agradável: um bar. Bebeu, ingeriu muita quantidade de alimentos pesados, dormiu muito tarde e depois que chegou em casa ainda ficou fazendo hora para dormir.

            Resultado: no outro dia estava sugado, não tinha forças nem para levantar da cama, mas mesmo assim foi para o trabalho.

            Chegando lá fomos avisados de seu estado e tínhamos que agir rápido, para que nenhuma emanação dele se espalhasse e tocasse em alguém que já estivesse enfraquecido por alguma outra razão.

            Formamos então à sua volta uma grande cúpula de contenção, onde irmãos seguravam fluidos nocivos que ele emanava.

            Acompanhei ele durante todo trabalho. O sono era uma constante. A fraqueza energética o deixava abatido, mole.

            Na sala foi um desastre.

            Não conseguia lembrar-se do conteúdo, não conseguia contar a história. As crianças ficaram agitadíssimas e tudo saiu do controle.

            Não pudemos fazer nada, pois ele tinha criado, mesmo sem saber, uma barreira à nossa ação. Nossos fluidos de reconstituição nem tocavam.

            No final ele estava ainda mais sugado sem energia qualquer.

            Não tinha aproveitado o trabalho como os outros, não conseguira receber aquilo que lá fora buscar.

 

A visão do trabalho

            Um dia, em uma das frentes de trabalho do grupo azul, um de nossos estimados amigos estava com problemas em sua sala.

            Um dos meninos não aceitava estar lá. O assédio sobre ele era enorme. Dois irmãos ainda de coração negro o acompanhavam e o torturavam com ideias repugnantes e baixas. Tentavam o menino para que este colocasse caos na aula. Ele tentava lutar contra, mas era mais forte do que ele. Então ele brigava, batia, xingava, gritava.

            O nosso amigo encarnado que trabalhava com amor nessa sala, perdeu a  paciência. Prometeu para o garoto que ficaria sem lanche.

            Mas passado algum tempo, o  evangelizador olhou e  percebeu que não tinha porque fazer aquilo.

            Então pegou o lanche e se dirigiu ao garoto.

            Nessa hora pudemos ver o amor que pulsava em seu coração em forma de farpas luminosas que se dirigiam para coração do menino. Isso afastou os dois irmãos que acompanhavam o pequenino.

            Colocando a mão sobre a cabeça do garoto entramos em ação.

            Enquanto o nosso desvelado amigo falava, impúnhamos fluidos reconfortantes no garoto que já se sentia melhor. A expansão do amor daquele humilde trabalhador tocou fundo no coração do jovem Espírito que imediatamente caiu no choro.

            Não era choro de tristeza e sim de reconhecimento e do amor que recebia ali.

            Ao notar que o garoto tinha destruído sua dobradura de galinha feita na aula, o evangelizador pegou outra imediatamente em cima da mesa e entregou ao menino.

            Nela estava escrito um sonho: fazer tudo com amor!

            Nesse dia ambos aprenderam  a  força do verdadeiro amor.

 

A vivência

            Já vi várias pessoas que iriam dar aula pela primeira vez. Muito nervosas, suando frio, mas sempre com muito amor e coragem para enfrentar os seus medos.

            Acompanhando uma dessas iniciantes, passei observar o trabalho do seu mentor. Ele também parecia muito preocupado, e não sabia nem como ajudar.

            Me aproximei, e disse-lhe para manter a calma e o foco.

            Dei-lhe instruções de como se portar nessa situação. Pedi-lhe que aplicasse passes para tranquilizar o coração angustiado de nossa amiga.

            Começou a aula.

            A insegurança é um dos maiores desafios a se superar em uma sala de aula.

            Será que as crianças vão gostar de mim? Será que eu sou chato? São perguntas frequentes.

            O mais importante é não desistir. Dá medo e insegurança começar, mas temos sempre que contar com ajuda do Alto. Do Nosso Pai.

            Só o tempo nos traz experiência para superar os desafios de ensinar e aprender como evangelizador.

            Mais uma vez estava trabalhando, quando me chamaram para socorrer uma sala. Lá enxerguei que o problema se tratava de falta de compreensão do evangelizador. A criança não queria desenhar e o trabalhador ficava insistindo. Isso criou um clima de conflito na sala que atrapalhava o andamento do trabalho.

            Podíamos ver que grandes manchas escuras saiam da mente de cada um dos envolvidos, que gerava certo desequilíbrio energético na sala. O padrão mudava e tínhamos de agir rápido.

            Isolamos a substância escurecida. Estávamos inspirando paciência para evangelizador.

            Devido ao ocorrido, este não conseguia nos escutar, uma barreira mental foi criada pela alteração da vibração.

            Tentávamos de todas as formas que ele nos ouvisse, mas sem resultado.

            Até que um toque na matéria mental o fez recordar de uma bela passagem de Jesus em que o Mestre diz aos seus apóstolos que criança tem  o coração puro e que só o amor e a inocência podem abrir o caminho para Reino dos Céus.

            “Deixai vir a mim as criancinhas” disse o Mestre, que, com  paciência, mostra que o verdadeiro caminho para evolução está no coração puro e na virtude do amor.

            Ao se lembrar disso, o evangelizador imediatamente mudou a sua vibração, desmanchando a nuvem negra que saíra de sua mente. E com  paciência e amor, tornou a conversar com  a criança, só que desta vez com  o ensinamento do Cristo em seu coração.

            Esse amparo, criado pela condição de graça em que se encontrava, deu-lhe sustento para entender e compreender o Espírito na sua frente e com muito amor o  dispensou do desenho e pediu para que ajudasse com as outras crianças.

            O pequenino atendeu e a  nuvem que havia emanado se dissipara, formando-se dois grandes halos de luz que cobriram a sala.

            O aparecimento da virtude é, às vezes, difícil, mas muito necessário na nossa evolução.

 

A vitória não é alcançada com pressa

            Vimos, já muitas vezes, evangelizadores que desistem no meio de uma jornada, simplesmente por não ter paciência  e disciplina de alcançar o objetivo desejado.

            Um caso que me aconteceu foi com uma de nossas colaboradoras.

            Nossa amiga se encontrava com sérias dificuldades em conduzir a aula em uma sala em que um de seus alunos era muito bagunceiro. Este aluno, como se podia notar, sofria de distúrbios mentais e, junto com esses problemas, ligavam-se  a ele entidades perversas que, além de querer acabar com ele, queriam acabar com paz do grupo e atrapalhar o andamento do trabalho.

            Um dia, passando do limite, esse garoto mordeu a evangelizadora, estando nessa mordida, fluidos negros, densos, que tirariam a alegria de quem o tocasse.

            O erro da evangelizadora foi revidar. Revidou com uma mordida carregada de fluido parecido, que ela não havia conseguido transformar em amor.

            Como trabalhar quando isso acontece?

            Canalizar todos os nossos pensamentos para Jesus é o remédio. Sempre pensar no Amor do Cristo que nos eleva, nos conduz a sentimentos sublimes e são esses sentimentos que nos fazem revidar o mal com  o bem.

            Temos de transformar os fluidos negativos em potencializadores do nosso amor.

 

A impaciência

            Temos outro caso parecido. Um dos nossos colegas, tendo perdido controle da sala, recorreu à  pedir socorro. Atendemos de pronto, mas seu estado de agitação barrou a nossa ajuda e provocou grandes reflexos em seu corpo físico. Começou  a sentir dor de cabeça, náuseas, suava frio, palpitação e isso impedia de pensar, uma vez que ficava cada vez mais nervoso, mais agitado.

            Tentando acalmá-lo, recorremos a  diversas transfusões de fluidos calmantes.

            Só então notamos que algumas crianças da sala exalavam um fluido acinzentado, que criava uma barreira contra os nossos fluidos. Não entendemos de pronto o que acontecia, mas olhando com mais cautela, notamos a presença de uma entidade enegrecida que sabia manipular fluidos com maestria e que estava transformando a emanação das crianças em fluidos destrutivos.

            Começamos a tentativa de doutrinação e descobrimos que  o nosso irmão não fazia isso por mal, e sim porque lhe disseram que era correto a se fazer.

            Depois de uma breve conversação ele tomou consciência de que o  que fazia estava errado e passou a auxiliar-nos no envio dos fluidos calmantes, visto que sabia muito bem mexer com fluidos.

            Nosso companheiro encarnado ainda não tinha conseguido escapar da teia da impaciência. Infelizmente o tempo da aula acabou e não conseguimos tirá-lo desse estado.

            Cabe aqui o aviso: o treino da paciência é constante. Se desesperar nunca é remédio para nada.

 

Os preparativos

            Acompanhando um colega  a preparar aula, notei que ele estava um tanto perdido. Não sabia por onde começar.

            Tinha problemas em como ministrar o tema para crianças, visto que este era complexo, a Parábola do Semeador, para crianças pequenas, por volta de quatro anos.

            Isso, às vezes, é assustador, principalmente quando não se tem total conhecimento ou experiência suficiente.

            O que nós fazemos é  dar-lhe opções, sempre em inspiração, para brincadeiras lúdicas que remetam ao tema.

            A criança não precisa absorver tudo que disser, mas tentar entender o que Jesus quis dizer, através de uma brincadeira, de uma atividade. Mesmo assim, nem todos têm capacidade, ainda, de entender vinte por cento do que o evangelizador diz.

            Não se deve desesperar, isso é normal.

            Nosso amigo conseguiu dar uma ótima aula com as brincadeiras e jogos que fez as crianças saírem mais felizes e com pelo menos um pouco de conhecimento. Já é suficiente.

 

Sem problemas para amar

            Vemos várias vezes, educadores que não gostam ou que não deixam as crianças se aproximarem dele. Às vezes, um abraço já é difícil.

            Devemos sim nos aproximar das crianças, mas sem deixar passar dos limites.

Já vi casos em que evangelizador deu tanta liberdade às crianças que começou a se incomodar com certas brincadeiras.

            Outros nem sequer um “bom dia” dão para as crianças.

            É com equilíbrio que as coisas funcionam. Equilíbrio é, dar abraços na hora certa, abraços com amor real, sentimento de carinho, não um abraço que possa gerar na criança uma dúvida sobre a real intenção. Precisa-se evitar dar muita liberdade para uma ou mais crianças na sala, mostrar que você está lá para ensiná-las a serem melhores não para ser apenas mais um amiguinho.

Logicamente que tudo isso como Jesus nos ensinou, com amor puro e desinteressado, sempre com pensamento elevado.

 

A luz no fim do túnel

            Nós vemos jovens nas mais variadas situações de desespero, medo, insegurança. Esses jovens estão muito propícios a sofrerem as pressões tanto do mundo de cá quanto do mundo daí. Trabalhos de Evangelização como os realizados nas casas espíritas são de extrema importância para construir uma base sólida para esses Espíritos que passam por tal fase da vida corporal.

            Um dia, em trabalho, vimos e acompanhamos um jovem. Este rapaz apresentava diversos problemas com álcool.

            Não demostrava apresentar esses problemas, mas apresentava.

            Passamos a acompanhá-lo no dia dia para tentar ajudar. Em um dia fomos a sua casa, sempre com  a permissão dos mentores responsáveis. Chegando lá, vimos a situação: era uma casa até que com um pouco de luxo, tinha carro e tudo mais, porém notava-se um grande abismo nas relações familiares. O pai trabalhava muito, quase não parava em casa e a mãe fazia o mesmo. O filho, que não tinha irmãos, passava quase que o tempo todo sozinho. Esse tempo era, para ele, uma tortura e um sofrimento. Criava-se nele um grande  e profundo sentimento de tristeza.

            Deixamos a observação  e fomos discutir o caso.

            Agora sabíamos o motivo de tal problema e tínhamos mais como ajudar.

            Então, no sábado seguinte a essa observação, o rapaz veio até a Evangelização.

            Já conhecendo o caso, conseguimos estar ao lado da Evangelizadora que auxiliaria, para que fosse inspirada com  a situação do caso e pudesse comentar sobre isso durante a aula sem que ninguém se sentisse ofendido.

            Assim, nós conseguimos perceber com maiores detalhes os casos de cada criança jovem, para que possamos trabalhar e agir de forma mais eficiente.

 

As diculdades do despreparo

            Precisamos preparar  a aula antes dela ocorrer. Mais uma vez volto  a esse importantíssimo tema. Acompanhando os amigos do trabalho, pudemos observar o caso de um irmão que, por diversas vezes, deixou de se preparar para entrar na sala. Em diversos instantes surgia o temido “branco”, ou melhor: acontecia. Esse fato ocorre pois, sem preparo, não se tem matéria mental para ser trabalhada e dessa forma, nem o próprio encarnado pode acessar essas memórias e nem nós podemos auxiliar, já que falta substrato para trabalharmos. Assim, a falta de preparo vai gerando obstáculos para o bom andamento da aula e desta forma não podemos ajudar.

            Quando estudamos, nos preparamos e conseguimos constituir verdadeira malha de matéria mental para ser trabalhada em conjunto pelos encarnados  e por nós.

            Quando nos preparamos, conseguimos atingir o objetivo desejado. Como  o viajante que vai para a montanha e leva  o material de escalada. Ele se preparou!

            Que o estudo possa ser uma constante no trabalho.

 

Caminhar sempre

            Em trabalho com o grupo, pudemos presenciar uma cena um tanto triste: uma colaboradora tinha se desligado do pensamento do trabalho e passara, agora, somente a atrapalhar o grupo que tanto se esforçava para trabalhar com  os pequeninos.

            Podia-se notar o rancor e o pesar que carregava em seu Espírito. Era doloroso ver como a tão querida irmã tinha caminhado tão fundo nos desfiladeiros da tristeza.

            Seu coração tornara-se escuro e petrificado. Era como pedra que escorre de um vulcão: quente pelo calor externo, mas já solidificada pelo frio interno.

            Passou a deixar o trabalho com frequência e parecia haver desistido de lutar pelo seu próprio caminho. Havia parado de sentir o amor que os pequenos irmãos por ela sentiam. E passou a viver acompanhada de irmãos tristes e rancorosos.

            Não a deixamos jamais e fomos acompanhando o caso. Um dia, essa irmã se depara com a situação de ver um assalto. Ao olhar mais atentamente, nota que o assaltante é um de seus antigos alunos e corre para falar com ele. Ao vê-la, o rapaz se desconcerta. Fica morrendo de vergonha e foge amedrontado.

            Para ela, aquilo foi um momento de muita reflexão. Viu a importância do trabalho no bem e como é possível que um Espírito se modifique pelo amor. Ela viu que o rapaz correu por ter ficado com vergonha do que fez. Viu que nele também ocorreu a reflexão.

            Naquele mesmo dia ela entrou em contato com os antigos amigos e disse que estava disposta a reiniciar a tal caminhada na construção do bem.

 

Em crescimento

            Por diversas vezes vemos irmãos nossos em corpos infantis que sofrem com a influência de irmãos do nosso plano. Tivemos um exemplo em um dos trabalhos do Grupo Azul.

            Um menino sentia-se brutalmente atormentado, e não sabia porquê, mas tinha uma raiva descomunal em seu coração. Essa raiva era aplicada em atrapalhar a aula dos jovens evangelizadores que estavam em sua sala.

            Por várias vezes ele bateu em um colega e os evangelizadores e um dos coordenadores do trabalho tiveram dificuldade em detê-lo.

            Após esse fato, o coordenador teve de segurar o garoto e ir conversando com ele,  enquanto daqui, conversávamos com os irmãos que o acompanhavam. Demorou bastante tempo até que  o menino conseguisse sentir o amor que direcionávamos para ele.

            Depois de muita conversa, vibração e  prece, finalmente os irmãos cederam e aceitaram a ajuda que oferecíamos. Ao se retirarem, o garoto se transformou. Começou a conversar com o irmão encarnado que trabalhava com ele e brincar com os brinquedos que estavam ali na sua frente.

Ao deixar de sentir a influenciação, o nosso irmãozinho conseguiu impor a sua vontade e voltou a ser a criança que era.

 

 

Mediunidade aflorada

            É comum ver em trabalhos de Evangelização, crianças que aparecem com distúrbios da sua mediunidade. Émuito comum que os pais não saibam como proceder e, por vezes,se assustam com  a condição de seu filho. As crianças também não sabem o que fazer e, muitas vezes, sofrem com essa ferramenta desajustada.

            O trabalho do Evangelizador é de esclarecer tanto os pais como a criança de sua real condição. Mostrar que é algo comum que pode acontecer com todos, não deixando de contar com o trabalho de passes e a assistência espiritual que se desenvolve na casa.

            Em trabalho, vimos um caso desses, em que um jovem de 13 anos era médium vidente e audiente e os pais não sabiam mais o que fazer. Tinham levado a criança a médicos, psicólogos tudo mais que se imagina, até que chegaram a casa espírita e enfim tiveram uma explicação e um alento para os seus corações.

            O menino se apresentava de forma muito tímida e tinha medo de tudo. Observamos que isso era devido ao que acontecia nos meios em que vivia, onde era tachado como estranho ou até mesmo louco.

            Para os pais aquilo era uma tortura, pois aonde quer que buscassem ajuda, ninguém sabia o que  fazer.

Iniciou-se, então, um trabalho em conjunto entre evangelização e a assistência espiritual, que reequilibrou  a situação do garoto  e dos pais. Agora dispunham de novos conhecimentos e de um apoio energético.

            A mediunidade quando não compreendida se torna um estorvo para vida do Espírito. Ele passa a não entender aquilo que acontece com ele próprio e, em diversos casos, é  excluído por ser diferente. O evangelizador deve estar sempre pronto para elucidar as questões relacionadas a mediunidade, seja ela em quem for, principalmente se ocorrer em crianças.

(Os trabalhadores do invisível , ditado pelo Espírito  Augusto Cezar Netto. Psicografado por Roger Horvart)

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