OS ESPÍRITOS POSSUEM SEXO E REPRODUZEM-SE NO MUNDO ESPIRITUAL?

Veja a resposta dos Espíritos Superiores para uma pergunta semelhante em "O Livro dos Espíritos":

Têm sexos os Espíritos?

"Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos." (O Livro dos Espíritos. Questão 200. Allan Kardec)

Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?

"Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres." (O Livro dos Espíritos. Questão 201. Allan Kardec)

Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?

"Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar."

"Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens." (O Livro dos Espíritos. Questão 202. Allan Kardec)

Allan Kardec também questinou o Sr. Sanson, um espírito elevado, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, logo após o seu desencarne em 1862, sobre esta questão:

"Os Espíritos não têm sexo; mas como há poucos dias éreis um homem, desejamos saber se no vosso novo estado tendes mais da natureza masculina ou da feminina? E o mesmo que se dá convosco poder-se-á aplicar ao Espírito de longo tempo desencarnado?

- R. Não temos motivo para ser de natureza masculina ou feminina: - os Espíritos não se reproduzem. Deus criou-os como quis, e tendo segundo seus maravilhosos desígnios de dar-lhes a encarnação, sobre a Terra, subordinou-os aí às leis de reprodução das espécies, caracterizada pela junção dos sexos. Mas vós deveis senti-lo, sem mais explicação, que os Espíritos não podem ter sexo.

Sempre disseram que os Espíritos não têm sexo, sendo este apenas necessário à reprodução dos corpos. De fato, não se reproduzindo, o sexo ser-lhes-ia inútil. A nossa pergunta não visava confirmar o fato, mas saber, visto que o Sr. Sanson desencarnara recentemente, as impressões que guardava do seu estado terreno. Os Espíritos puros compreendem perfeitamente a sua natureza, porém, entre os inferiores, não desmaterializados, muitos há que se acreditam encarnados sobre a Terra, com as mesmas paixões e desejos. Assim, pensam eles que são ainda os mesmos que foram, isto é, homem ou mulher, havendo quem por esta razão suponha ter realmente um sexo. As contradições a tal respeito são oriundas da graduação de adiantamento dos Espíritos que se manifestam, sendo o erro menos deles que de quem os interroga sem se dar ao trabalho de aprofundar as questões." (O Céu e o inferno. Cap. 2. Espíritos felizes. Sanson. Allan Kardec - Vide: Revista Espírita. Junho de 1862. Conversas familiares de além-túmulo. Sr. Sanson)

"Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o que se chama fluido nervoso. Uma vez morto, o corpo nada mais sente, por já não haver nele Espírito, nem perispírito. Este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como já não lhe chega por um conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não sendo o perispírito, realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria, exatamente como um corpo que morreu. Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a toda e qualquer sensação dolorosa. É o que se dá com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do perispírito, donde se segue que a influência material diminui à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos grosseiro.
(...) Dizendo que os Espíritos são inacessíveis às impressões da matéria que conhecemos, referimo-nos aos Espíritos muito elevados, cujo envoltório etéreo não encontra analogia neste mundo. Outro tanto não acontece com os de perispírito mais denso, os quais percebem os nossos sons e odores, não, porém, apenas por uma parte limitada de suas individualidades, conforme lhes sucedia quando vivos.
Pode-se dizer que, neles, as vibrações moleculares se fazem sentir em todo o ser e lhes chegam assim ao sensorium commune, que é o próprio Espírito, embora de modo diverso e talvez, também, dando uma impressão diferente, o que modifica a percepção." (O Livro dos Espíritos. Item 257. Allan Kardec)

"Sabemos que os Espíritos têm as nossas sensações e percebem os odores tão bem quanto os sons. Não podendo comer, um Espírito material e  sensual   se repasta da emanação dos alimentos; saboreia-os pelo olfato, como em vida o fazia pelo paladar. Há, pois, algo de material em seu prazer; mas como, na verdade, há mais desejo do que realidade, este mesmo prazer, aguilhoando os desejos, torna-se um suplício para os Espíritos inferiores, que ainda conservaram as paixões humanas." (Revista Espírita. Novembro de 1860. Palestras familiares de além-túmulo - Baltazar, o Espírito gastrônomo. Allan Kardec)

"Sendo o homem composto de Espírito, perispírito e corpo, durante a vida as percepções e sensações se produzem simultaneamente pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o perispírito, o Espírito continua a perceber pelo sentido  espiritual, cuja sutileza aumenta em razão  do desprendimento da matéria. "(Revista Espírita. Outubro de 1864. O Sexto sentido e a visão espiritual. Allan Kardec)

"O envoltório  semimaterial   do Espírito constitui uma espécie de corpo, de forma definida, limitada e análoga à do corpo físico. MAS ESSE CORPO NÃO TEM OS NOSSOS ÓRGÃOS E NÃO PODE SENTIR TODAS AS NOSSAS IMPRESSÕES. Entretanto, percebe tudo quanto percebemos: a luz, os sons, os odores, etc. Estas sensações não são menos reais, embora nada tenham de material; têm, até, algo de mais claro, de mais preciso, de mais sutil, porque lhe chegam sem intermediário, sem passar pela fieira dos órgãos que as embotam. A faculdade de perceber é inerente ao Espírito; é um atributo de todo o seu ser. As sensações lhe chegam por todos os lados, e não através de canais circunscritos. Falando da visão, dizia-nos um Espírito: "É uma faculdade do Espírito e não do corpo. Vedes pelos olhos, mas não é o olho que vê. É o Espírito.

(...) A  princípio o Espírito não compreende essa nova maneira de sentir,  da  qual só aos poucos se dá conta. Aqueles cuja inteligência é ainda muito atrasada  não a compreendem absolutamente e sentiriam muita dificuldade em exprimi-la, exatamente como entre nós os ignorantes veem e se movem, sem saber como nem por quê.

(...)Há sensações que têm por fonte o próprio estado dos nossos órgãos. Ora, as necessidades inerentes ao corpo não se podem verificar desde que não exista mais corpo. Assim, pois, o Espírito não experimenta fadiga, nem necessidade de repouso ou de alimentação, porque não tem nenhuma perda  a reparar. Ele não é acometido por nenhuma de nossas enfermidades."(Revista Espírita. Abril de 1859. Quadro da vida espírita. Allan Kardec)

Os Espíritos (...) " não possuem órgãos cujas forças devam ser reparadas. (...) Sua ação é toda intelectual e inteiramente moral o seu repouso. (...) A espécie de fadiga que os Espíritos são suscetíveis de sentir guarda relação com a inferioridade deles. Quanto mais elevados sejam, tanto menos precisarão de repousar." (O Livro dos Espíritos. Questão 254. Allan Kardec).

Infelizmente, os espíritos inferiores, ainda apegados às sensações terrestres, sentem algumas necessidades e sofrimentos no período de perturbação e desprendimento do perispírito do corpo físico...

Segundo Cairbar Schutel,  "Aos entes muito materializados, que chegam ao Mundo Espiritual sem compreenderem a transformação porque passaram, e têm ainda sensação de fome e sede, lhes são ministrados alimentos (fluídicos) em instalações especiais, até que, adaptados ao meio em que iniciaram a nova vida, compreendam que não têm mais necessidades desses alimentos, que julgavam precisos para sua manutenção. " (A vida no outro mundo. Cap. 13. Perturbação da morte. Cairbar Schutel)

"Tanto maior é o sofrimento, quanto mais lento for o desprendimento do perispírito; a presteza deste desprendimento está na razão direta do adiantamento moral do Espírito; para o Espírito desmaterializado, de consciência pura, a morte é qual um sono breve, isento de agonia, e cujo despertar é suavíssimo."(O Céu e o Inferno. Cap. 1. Item 13. Allan Kardec)

"(...) Algumas pessoas criticaram a qualificação de semimaterial dada ao  perispírito , dizendo que uma coisa é matéria ou não o é. Admitindo que a expressão seja imprópria, seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial para exprimir esse estado particular da matéria. Se existisse um mais apropriado à coisa, os críticos deveriam tê-lo indicado. O perispírito é matéria, como acabamos de ver, filosoficamente falando, e por sua essência íntima; ninguém poderia contestá-lo; mas ele não tem as propriedades da matéria tangível, tal como se concebe vulgarmente; ele não pode ser submetido à análise química, porque, embora tenha o mesmo princípio que a carne e o mármore e possa tomar as suas aparências, na realidade não é nem carne nem mármore. "(Revista Espírita. Março de 1866. Introdução ao estudo dos fluidos espirituais. Allan Kardec)

O invólucro semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?

"Tem a forma que o Espírito queira. É assim que este vos aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo palpável." (O Livro dos Espíritos. Questão 95. Allan Kardec)

"(...) essa matéria sutil não tem a tenacidade nem a rigidez da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível e expansível; por isso a forma que toma, embora calcada sobre a do corpo, não é absoluta: dobra-se à vontade do Espírito, que pode dar-lhe tal ou qual aparência, à sua vontade, ao passo que o envoltório sólido oferece-lhe uma resistência insuperável.  Desembaraçado desse entrave que o comprimia, o perispírito dilata-se ou se contrai, transforma-se, presta-se a todas as metamorfoses, segundo a vontade que atua sobre ele". (Revista Espírita. Maio de 1858. Teoria das manifestações físicas. Allan Kardec).

De acordo com o espírito André Luiz: "(...) o perispírito é constituído de elementos maleáveis, obedecendo ao comando do pensamento, seja nascido de nossa própria imaginação ou da imaginação de inteligências mais vigorosas que a nossa, mormente quando a nossa vontade se rende, irrefletida, à dominação de Espíritos tirânicos ou viciosos, encastelados na sombra." (Nos domínios da mediunidade. Cap. 11. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)

Se o Espírito pode modificar seu perispírito, conforme o seu pensamento, conclui-se que ele pode ter a aparência que imaginar, dependendo do seu grau de evolução. Portanto, torna-se evidente que o perispírito não possui orgãos, conforme existe no corpo físico,  tão menos possui sexo, por conseguinte, uma mulher que desencarnou, não pode engravidar, ou  seja reproduzir-se no mundo espiritual e constituir uma família por laços sanguíneos. Por isso, que Jesus Cristo disse às palavras abaixo:

"Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus." (Marcos 12:25)

O único tipo de casamento que existe no mundo espiritual é o de almas, conjugadas no amor puro, verdadeira união.

"As afeições que os unem  nada  têm  de carnal  e, por isto mesmo, são mais duráveis, porque são fundadas numa simpatia real e não são subordinadas às vicissitudes da matéria.

(...)Os órgãos sexuais só existem no organismo. Eles são necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação  de  Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os órgãos sexuais seriam inúteis no mundo espiritual." (Revista Espírita. Janeiro de 1866. As mulheres tem alma? Allan Kardec)

Sendo assim, não existem íncubos  e súcubus com órgãos sexuais, conforme alguns acreditam. Não há relação sexual entre espíritos desencarnados com encarnados. O ato do vampirismo do sexo, provocado por um espírito obsessor , consiste em absorver os fluidos vitais do obsedado; isto ocorre, pois os espíritos inferiores ainda são apegados às sensações terrestres.  

"As manifestações desses seres inferiores confundem muitos estudiosos e médiuns-videntes que não aceitam a tese espírita de que os Espíritos não têm sexo. Simples falta de melhor discernimento doutrinário. " (Na era do Espírito. Acústica psicológica. Irmão Saulo. Psicografado por Chico Xavier/ J. Herculano Pires)

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