OS ESPÍRITOS PODEM CONCEDER PROSPERIDADE FINANCEIRA AS PESSOAS?

Em "O Livro dos Espíritos" e em "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec faz perguntas semelhantes e obtém as seguintes respostas dos Espíritos Superiores:

Têm os Espíritos o poder de afastar de certas pessoas os males e de favorecê-las com a prosperidade?

"De todo, não; porquanto, há males que estão nos decretos da Providência. Amenizam-vos, porém, as dores, dando-vos paciência e resignação. Ficai igualmente sabendo que de vós depende muitas vezes poupar-vos aos males, ou, quando menos, atenuá-los. A inteligência, Deus vo-la outorgou para que dela vos sirvais e é principalmente por meio da vossa inteligência que os Espíritos vos auxiliam, sugerindo-vos idéias propícias ao vosso bem. Mas, não assistem senão os que sabem assistir-se a si mesmos. Esse o sentido destas palavras: Buscai e achareis, batei e se vos abrirá. "(O Livro dos Espíritos. Questão 532. Allan Kardec)

Podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?

"Algumas vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado."

a) - São os bons ou os maus Espíritos que concedem esses favores?

"Uns e outros. Depende da intenção. As mais das vezes, entretanto, os que os concedem são os Espíritos que vos querem arrastar para o mal e que encontram meio fácil de o conseguirem, facilitando-vos os gozos que a riqueza proporciona.” (O Livro dos Espíritos. Questão 533 e 553-a. Allan Kardec)

Podem os Espíritos fazer que se descubram tesouros?

"Os Espíritos superiores não se ocupam com essas coisas; mas, os zombeteiros freqüentemente indicam tesouros que não existem, ou se comprazem em apontá-los num lugar, quando se acham em lugar oposto. Isso tem a sua utilidade, para mostrar que a verdadeira riqueza está no trabalho. Se a Providência destina tesouros ocultos a alguém, esse os achará naturalmente; de outra forma, não." (O Livro dos Médiuns. Cap. 26. Item 295. Allan Kardec)

"Muitos (...) só vêem no Espiritismo um novo meio de adivinhação e imaginam que os Espíritos existem para predizer a sorte de cada um. Ora, os Espíritos levianos e zombeteiros não perdem ocasião de se divertirem à custa dos que pensam desse modo. É assim que anunciarão maridos às moças; ao ambicioso, honras, heranças, tesouros ocultos, etc. Daí, muitas vezes, desagradáveis decepções, das quais, entretanto, o homem sério e prudente sempre sabe preservar-se." (O Livro dos Médiuns. Cap. 3. Item 25. Allan Kardec)

"Não, os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar. "(O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 25. Item 4. Allan Kardec)

"Podemos pedir a Deus favores terrenos e Ele no-los pode conceder, quando tenham um fim útil e sério. Mas, como a utilidade das coisas sempre a julgamos do nosso ponto de vista e como as nossas vistas se circunscrevem ao presente, nem sempre vemos o lado mau do que desejamos. Deus, que vê muito melhor do que nós e que só o nosso bem quer, pode recusar o que peçamos, como um pai nega ao filho o que lhe seja prejudicial. Se não nos é concedido o que pedimos, não devemos por isso entregar-nos ao desânimo; devemos pensar, ao contrário, que a privação do que desejamos nos é imposta como prova, ou como expiação, e que a nossa recompensa será proporcionada à resignação com que a houvermos suportado."(O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 28. Item 26. Allan Kardec)

"Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. (...) Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação."(O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 16. Item 8. Allan Kardec)

Por que nascem alguns na indigência e outros na opulência?
"(...) Se admitimos a Justiça de Deus, não podemos deixar de admitir que esse efeito tem uma causa; e se esta causa não se encontra na vida presente, deve achar-se antes desta, porque em todas as coisas a causa deve preceder ao efeito; há, pois, necessidade de a alma já ter vivido, para que possa merecer uma expiação.
Os estudos espíritas nos mostram, de fato, que mais de um homem, nascido na miséria, foi rico e considerado em uma existência anterior, na qual fez mau uso da fortuna que Deus o encarregara de gerir; que mais de um, nascido na abjeção, foi anteriormente orgulhoso e prepotente, abusou do poder para oprimir os fracos. Esses estudos no-los fazem ver, muitas vezes, sujeitos àqueles a quem trataram com dureza, entregues aos maus-tratos e à humilhação a que submeteram os outros.

Nem sempre uma vida penosa é expiação; muitas vezes é prova escolhida pelo Espírito, que vê um meio de avançar mais rapidamente, conforme a coragem com que saiba suportá-la.

A riqueza é também uma prova, mas muito mais perigosa que a miséria, pelas tentações que dá e pelos abusos que enseja; também o exemplo dos que viveram demonstra ser ela uma prova em que a vitória é mais difícil. A diferença das posições sociais seria a maior das injustiças - quando não seja o resultado da conduta atual -, se ela não tivesse uma compensação. A convicção que dessa verdade adquirimos, pelo Espiritismo, nos dá força para suportarmos as vicissitudes da vida e aceitarmos a nossa sorte, sem invejar a dos outros. "(O que é o Espiritismo. Cap. 3. Questão 134. Allan Kardec)

"Muitos religiosos perguntam por que motivo protegeria Deus o progresso material dos ímpios.  Em verdade, porém, semelhante fortuna não existe, de vez que a prosperidade, ausente da reta conduta, não passa de apropriação indébita e é como roupa brilhante cobrindo chagas ocultas, que exigem a formação de reflexos contrários aos enganos que as originaram, a fim de que a prosperidade legítima, a expressar-se em serviço e cultura, amor e retidão, confira ao espírito o reflexo dominante da luz." (Pensamento e vida. Prosperidade. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

"O estudo do Espiritismo prova que a   prosperidade   do mau tem terríveis consequências em suas seguintes existências; que as aflições do homem de bem são, pelo contrário, seguidas de uma felicidade, tanto maior e duradoura, quanto mais resignadamente ele soube suportá-las; não lhe será mais que um dia mau em uma existência próspera." (O que é o Espiritismo. Cap. 3. Questão 133. Allan Kardec)

"Não inveje a prosperidade dos homens inescrupulosos e indiferentes. A ilusão temporária pode ser dos ímpios; contudo, a verdadeira paz é patrimônio dos simples e dos bons...Estude e trabalhe, incessantemente. O estudo favorece o crescimento espiritual. O trabalho confere grandeza." (Correio Fraterno. Ao companheiro juvenil. Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier)

Portanto, não acreditem nos falsos profetas da atualidade que prometem prosperidade, enganando com longas orações, e muitas vezes, pedindo em troca outros favores financeiros.   

Jesus fez a seguinte advertência: "Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores." (Mateus 7:15)

O que devemos pedir aos bons espíritos é luz para clarear nossos caminhos e forças para enfrentar nossas dificuldades, pois não sabemos se a nossa prova é de riqueza ou pobreza. O Querido Mestre disse: " Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês." (Mateus 6:33)

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