Opinião dos Espíritos sobre Evangelização - Joanna de Ângelis

1. Qual a importância da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na formação da sociedade do Terceiro Milênio?

De máxima relevância, por ser a infância de hoje o elemento social do futuro que constituirá a nova Humanidade, desde já programada para o início do Terceiro Milênio. Na alvorada do próximo milênio, os jovens da atualidade estarão chamados a exercer tarefas e atender a compromissos cujos resultados dependerão da formação que lhes seja dada, desde agora. Sendo a Doutrina Espírita a mais excelente Mensagem de todos os tempos — porque restauradora do pensamento de Jesus-Cristo em forma compatível com as conquistas do conhecimento moderno —, é óbvio que a preparação das mentes infanto-juvenis à luz da evangelização espírita é a melhor programação para uma sociedade feliz e mais cristã.

Conforme afirmam os Benfeitores Espirituais, Entidades Venerandas se reemboscam na vestimenta carnal para apressar o “reino de Deus”. Outros Espíritos mais infelizes, que ficaram retidos em regiões de dor e sombra por alguns séculos, a fim de que não perturbassem a marcha do progresso da Humanidade, igualmente serão trazidos — como já vem ocorrendo — à experiência da reencarnação iluminativa. Sendo assim, é justo estejamos preocupados em socorrer estes últimos com a mensagem libertadora e auxiliar os outros que virão abrir caminhos novos para o Bem e a Verdade no despertamento de suas responsabilidades.

 

2. De que tipo e em que intensidade se efetua o apoio que o Plano Espiritual Superior dispensa ao Movimento de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

Através da inspiração constante e da assistência espiritual aos que trabalham no relevante mister, os Amigos da Vida Maior trazem as idéias que se convertem em programas, as técnicas que se transformam em experiências logo que aplicadas, melhor atendendo às necessidades do Movimento de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil. Outrossim, distendem recursos terapêuticos durante as reuniões dedicadas a essa tarefa, socorrendo e amparando os que trazem marcas mais vigorosas do passado próximo, em forma de limitação, enfermidade ou alienação por obsessão e despertando os infantes e jovens para melhor compreenderem a necessidade de crescimento para Deus. Entretanto, muitos Espíritos Nobres estão reencarnados já, realizando o cometimento na condição de evangelizadores e preparadores da juventude.

 

3. Como os Espíritos Superiores estão vendo a atuação dos companheiros encarnados com responsabilidade nas tarefas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

De forma positiva e muito confortadora, em se considerando os resultados já palpáveis, não apenas no Brasil como em diversos países americanos onde têm chegado a sadia orientação e o oportuno  desenvolvimento de ação. Através dos dedicados trabalhadores encarnados logram, aqueles Condutores Espirituais, atender à tarefa de espiritualização da criatura humana, com vistas ao futuro melhor de todos nós.

 

4. Como os Espíritos vêem, no conjunto das atividades da Instituição Espírita, a tarefa de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

Têm-nos informado os Benfeitores Espirituais, entre os quais Dr. Bezerra de Menezes, Joanna de Ângelis e Amélia Rodrigues, que este necessário labor é o “sémen” fecundante do Bem no organismo da criatura humana, produzindo “frutos” da sabedoria e de paz. A Casa Espírita, através das suas diversas atividades doutrinárias, mediúnicas, educacionais e assistenciais, compromete-se a ensinar e viver a Doutrina codificada por Allan Kardec. Tarefas essas todas grandiosas e de valor incontestável. No setor doutrinário-educacional a obra se agiganta quando dirigida às gerações novas, ainda não comprometidas emocionalmente com os problemas da atualidade e receptivas às orientações que lhe chegam. A divulgação do Espiritismo sob todas as formas é o grande desafio para os espíritas e suas Instituições neste momento grave da Humanidade. A Evangelização Espírita Infanto-Juvenil é uma das primeiras atividades a serem encetadas como base para a construção moral do Mundo Novo.

 

5. Existem condições mínimas para que alguém possa desempenhar a tarefa de evangelização? Quais seriam?

Não pretendemos estabelecer regras de comportamento doutrinário, que já se encontram muito bem apresentadas no corpo da Doutrina Espírita, e, em particular, na excelente página “o homem de bem” e a seguir “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec.

Não obstante, a pessoa que deseje desempenhar a tarefa de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil deve possuir conhecimento da Doutrina Espírita e boa moral como embasamento para a tarefa que pretende. Como necessidade igualmente primordial, deve ter conhecimentos de Pedagogia, Psicologia Infantil, Metodologia, sem deixar à margem o alimento do amor, indispensável em todo cometimento de valorização do homem. Aliás, a programação para a preparação de evangelizadores infanto-juvenis tem tido preocupação em oferecer esses elementos básicos nos Encontros e Cursos que são ministrados periodicamente em diversas regiões do país sob a orientação da FEB.

 

6. Que papel cabe aos espíritas de um modo geral, isto é, àqueles que não atuam diretamente na Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, para o crescimento e maior êxito dessa tarefa?

O de divulgar este trabalho importante, estimulando os pais para que encaminhem, quanto antes, os seus filhos à preparação e orientação evangélico-espírita, de modo a contribuírem significativamente para os resultados que todos esperamos. Da mesma forma, exemplificarem, levando os filhos às aulas hebdomadárias e mantendo, no lar, a vivência espírita, que ainda é a melhor metodologia para influenciar mentes e conduzir sentimentos.

 

7. Que orientação os Amigos Espirituais dariam aos pais espíritas em relação ao encaminhamento dos filhos à Escola de Evangelização dos Centros Espíritas?

Informa-me Joanna de Ângelis que, na condição de pais e orientadores, temos a preocupação de oferecer a melhor alimentação aos filhos e aos nossos educandos; favorecê-los com o melhor círculo de amigos; vesti-los de forma decente e agradável; encaminhá-los aos melhores professores, dentro da nossa renda; proporcionar-lhes o mais eficiente médico e os mais eficazes medicamentos quando estejam enfermos; conceder-lhes meios para a manutenção da vida; encaminhá-los na profissão que escolham… É natural que, também, tenhamos a preocupação maior de atendê-los com a melhor diretriz para uma vida digna e um porvir espiritual seguro, e esta rota é a Doutrina Espírita. Portanto, encarminhemo-los às Escolas de Evangelização dos Centros Espíritas, ou, do contrário, não estaremos cumprindo com as nossas obrigações.

 

8. Que recursos poderiam ser, ainda, acionados para expandir a tarefa de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

Maior e mais constante contato entre evangelizadores e pais, a fim de os conscientizar da alta responsabilidade que a estes últimos diz respeito, pedindo ajuda e num intercâmbio freqüente, já que ambos são interessados na formação moral e espiritual da criança e do jovem.

Seria, também, muito válido, que os resultados da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil fossem mais divulgados nos Centros Espíritas e se insistisse mais na colocação de que todo bem feito à infância se transforma em bênção no adulto.

 

9. Qual o papel da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na expansão do Movimento Espírita no Brasil?

Muito importante esse papel. Graças ao trabalho preparatório que se vem realizando, há anos, junto à criança e ao jovem, é que encontramos uma floração abençoada de trabalhadores, na atualidade, que tiveram o seu início sadio e equilibrado nas aulas de evangelização espírita, quando dos seus dias primeiros na Terra…

Este ministério de preparação do homem do amanhã facultará ao Brasil tornar-se realmente “O coração do mundo e a Pátria do Evangelho”, conforme a feliz ideação do Espírito Humberto de Campos, por intermédio de Francisco Cândido Xavier, traduzindo o programa do Mundo Maior em referência à nação brasileira.

 

10. Que espécie de colaboração pode o Brasil oferecer a outros países na área de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

A da experiência tornada realidade, conforme já vem ocorrendo desde quando foram tomadas providências para que a América Latina participasse do cometimento da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, publicando-se o material em castelhano e distribuindo-o gratuitamente por diversos países e conforme recentemente ocorreu, em Cartagena de Índias, na Colômbia, por ocasião do Congresso Espírita Pan-Americano, quando, terminado aquele conclave, a FEB ministrou um curso de preparação de evangelizadores com resultados muito felizes, conforme foi possível constatar, muito recentemente, naquela cidade.

 

(Joanna de Ângelis. Psicografia Divaldo Franco – Salvador (BA), 23 de agosto de 1982 - Revista Reformador - outubro de 1982)

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