O tesouro difícil

        Certo homem interessado no aprimoramento próprio, rogou a Deus lhe permitisse a busca das qualidades nobres que os sábios nomeiam como sendo as que fazem jorrar fontes de luz nas profundezas da alma e, aprovado na solicitação, iniciou o seu longo itinerário no Espaço e no Tempo.
        De começo, pediu a compreensão da beneficência, nasceu abastado, e, sem dificuldade, repartiu bens e valores diversos, transformando-se em benfeitor da comunidade.
        Regressou à Vida Maior e solicitou a luz do discernimento; corporificou-se em família generosa que lhe facultou as melhores oportunidades de estudo e adquiriu, sem sacrifício, a faculdade de penetrar o sentido das pessoas e das situações.
        Em seguida, almejou a aquisição de poderes artísticos e, sem maiores esforços, converteu-se em artista famoso.
        Logo após, quis o dom da simplicidade; retomou a experiência humana, num lar modesto e aprendeu facilmente a manter-se em paz e alegria com o mínimo de recursos.
        Sem delongas, pediu o carisma da autoridade e renasceu numa casa que lhe amparou o ideal, auxiliando-o a se fazer respeitável e atencioso juiz.
        Desejou depois explicar as leis da vida e retornou ao Plano Físico nas condições necessárias e, em curta faixa de tempo, transfigurou-se em nobre orador, elucidando as indagações do mundo sobre as realidades do Espírito.
        Mas, realizadas tantas aspirações, rogou a Deus o tesouro da paciência e, com a Permissão Divina, segundo afirmam dedicados Instrutores Espirituais até hoje, esse mesmo homem já voltou à Terra através de reencarnação a reencarnação, durante oitocentos anos e, quanto ao tesouro da paciência, nada conseguiu.
(Escultores de almas. Meimei. Psicografado por Chico Xavier)

Passatempo Espírita © 2013 - 2024. Todos os direitos reservados. Site sem fins lucrativos.

Desenvolvido por Webnode