O POLIAMOR OU O RELACIONAMENTO ABERTO SÃO CONTRÁRIOS AS LEIS NATURAIS, SEGUNDO O ESPIRITISMO?

Poliamor é a definição de um tipo de relacionamento simultâneo entre três ou mais pessoas ao mesmo tempo e com o conhecimento de todos. O relacionamento aberto  é uma relação em que os parceiros envolvidos concordam estar comprometidos, em um namoro ou casamento, de modo que relações românticas ou sexuais com terceiros possam não ser consideradas traição ou infidelidade (adultério). Tanto uma forma ou outra de relacionamento é reconhecida como não-monogamia, ou seja, uma prática de poligamia.

Com relação a este assunto, Allan Kardec questinou os Espíritos Superiores e obteve as seguintes respostas:

Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei da natureza?

"A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade."

"Se a poligamia fosse conforme à lei da natureza, deveria ter possibilidade de tornar-se universal, o que seria materialmente impossível, dada a igualdade numérica dos sexos.

Deve ser considerada como um uso ou legislação especial apropriada a certos costumes, e que o aperfeiçoamento social faz desaparecer pouco a pouco." (O Livro dos Espíritos. Questão 701. Allan Kardec)

Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?

"Seria uma regressão à vida dos animais."

"O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes." (O Livro dos Espíritos. Questão 696. Allan Kardec)

Jesus trouxe o seguinte ensinamento: " (...) o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe. Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto. Ele respondeu: &Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela. E, se ela se divorciar de seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério". (Marcos 10: 7-12)

Segundo Allan Kardec, "Imutável só há o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudança. As leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da inteligência. (...) Assim é, por exemplo, que, em certos países, o casamento religioso é o único legítimo; noutros é necessário, além desse, o casamento civil; noutros, finalmente, este último casamento basta.

Mas, na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, a lei de amor é tida em consideração? De modo nenhum. Não se leva em conta a afeição de dois seres que, por sentimentos recíprocos, se atraem um para o outro, visto que, as mais das vezes, essa afeição é rompida. O de que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da vaidade, da cupidez, numa palavra: de todos os interesses materiais. (...)Daí as uniões infelizes, que acabam tornando-se criminosas, dupla desgraça que se evitaria ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, se não abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor. Ao dizer Deus: "Não sereis senão uma só carne", e quando Jesus disse: "Não separeis o que Deus uniu", essas palavras se devem entender com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.

(...)O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina. (...) Ora, não existe adultério onde reina sincera afeição recíproca." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 22. Item 2, 3 e 5. Allan Kardec)

De acordo com Divaldo Franco, "O ideal seria sempre que os indivíduos se amassem a ponto de não necessitarem da separação legal, porque no momento em que desaparece o amor, desaparecem os vínculos exteriores. (...) No entanto, quando o casal não consegue mais se suportar, a fim de evitar males maiores, o divórcio é uma fórmula para ajudar na recuperação da vida de ambos, bem como para atender aos aspectos moral e legal da nova situação." (S.O.S. Família. Cap. 33. Entrevistas. Espírito Joanna de Ângeles / Divaldo Franco)

No entanto, segundo o Espírito Emmanuel, "Comenta-se a possibilidade de legalização das relações sexuais livres, como se fora justo escolher companhias para a satisfação do impulso genésico, qual se apontam iguarias ou vitaminas mais desejáveis numa hospedaria. Relações sexuais, no entanto, envolvem responsabilidade.

Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente pensar em si.

Referentemente ao assunto, não se trata exclusivamente da ligação em base do matrimônio legalmente constituído. Se os parceiros da união sexual possuem deveres a observar entre si, à face de preceitos humanos, voluntariamente aceitos, no plano das chamadas ligações extralegais acham-se igualmente submetidos aos princípios das Leis Divinas que regem a Natureza. Cada Espírito detém consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum menoscabará o "lugar sagrado" de outro Espírito, sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar "consciências" qual se fossem "coisas", e se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de cada um? É óbvio que ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão às criaturas claramente abandonadas ou espezinhadas pelos próprios companheiros ou companheiras a que se entregaram, confiantes; isso, no entanto, não autoriza ninguém a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que resultariam unicamente em licença ou devassidão. Instituído o ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados, seja para a formação do lar e da família ou seja para a constituição de obras ou valores do espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das conseqüências que advenham de semelhante resolução. Toda sementeira se acompanha de colheita, conforme a espécie. É razoável nos lembremos disso, porquanto o autor ou autora da defecção havida, ante os princípios de causa e efeito, é considerado violador de almas, assumindo com as vítimas a obrigação de restaurá-las, até o ponto em que as injuriou ou prejudicou, ainda mesmo quando na conceituação incompleta do mundo essas criaturas tenham sido encontradas supostamente já prejudicadas ou injuriadas por alguém."  (Vida e sexo. Cap. 19. Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

Diante do exposto, conclui-se que o poliamor, o relacionamento aberto ou a poligamia não estão conforme as leis naturais, pois não há respeito recíprocos, fidelidade, responsabilidade moral e amor verdadeiro, sentimentos conforme as leis divinas, que fortalecem os vínculos espirituais entre os seres, seja para a formação do lar e da família ou seja para a constituição de obras ou valores do espírito. Nestes tipos de relacionamentos não há afeição real: há apenas sensualidade e valorização das relações sexuais, conduta que os coloca abaixo até de certos animais. Aliás, sem dúvida alguma, ninguém ficará impune das consequências advindas do prejuízo ou injúria causado ao próximo, tendo consciência do mal provocado por estes tipos de relacionamento.

O Espírito André Luiz afirma: "Enganam-se lamentavelmente quantos possam admitir a incontinência sexual como regra de conduta nos planos superiores da Espiritualidade." (Evolução em dois mundos. Cap. 30. Espírito André Luiz.  Psicografado por Chico Xavier / Waldo Vieira)

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