O peso da cruz

      Havia um cavalo, que na sua vida diária, reclamava muito de todas vezes que tinha que  carregar  para seu dono duas toras de madeira em forma de cruz. Ele não compreendia porque fazia isto.

      O cavalo observava os seus companheiros animais da fazenda, e concluía que eles não sofriam tanto quanto ele, pois as vacas, por exemplo, apenas tinham que doar o seu leite.

        Vida dura! Cruz pesada, dizia ele.

     Ele via as abelhas colhendo o pólen das flores para produzir o mel, e dizia que elas eram as mais privilegiadas, pois poderiam se alimentar daquele doce néctar.

       Certa vez, ele viu o cão de estimação de seu dono sofrer um acidente com um galho de uma árvore que caiu sobre sua pata, e esta ficou muito ferida e, a partir daí, ele começou mancar.

       Entretanto, apesar de ter visto o que aconteceu, ele dizia:

     - Os donos tratam muito bem dele, pois é um cãozinho de estimação. Não tem com que se preocupar, pois será muito bem cuidado pelo veterinário e receberá o carinho dos seus cuidadores.

      Em nenhum momento, o cavalo pensou que o cão poderia estar sofrendo demais e com muita dor, correndo o risco de ficar sem uma das patas.

         Assim como o cavalo, sempre acreditamos que a dificuldade do outro é menor. A nossa é enorme.

       Pelo fato de pensarmos dessa forma é que, no vocabulário popular, se fala da cruz para significar as dificuldades próprias.

         Carregar a própria cruz. Cruz pesada.

       No entanto, ninguém recebe um fardo maior do que o outro. O dono dos animais sabia o que cada um conseguia carregar ou suportar na sua tarefa diária.  O peso do trabalho é proporcional às nossas forças, assim como a recompensa será  conforme a nossa resignação e coragem.

         Passado algum tempo, o cavalo não recebeu mais troncos para carregar, pois o seu dono percebeu que ele já estava bem cansado e ficando velho.

      Agora, o seu dono permitia que ele ficasse livre na Fazenda,  sem precisar carregar nenhum fardo pesado. Ele passeava livremente e contente sobre os vastos pastos verdes daquela região.

          No entanto, certa vez, ele resolveu ir para um local mais distante e se aproximou de uma igreja antiga. Próximo dela viu várias cruzes no chão, e percebeu que algumas pessoas colocavam flores perto delas. Aproximando-se mais do local, viu também que as pessoas olhavam para a cruz, faziam uma oração e se emocionavam.

        Então, olhando mais de perto, percebeu que aquelas foram as cruzes que carregou durante muitos anos, e que na realidade,  tinham alguma utilidade. O seu trabalho pesado ajudou a aliviar o sofrimento daquelas pessoas que se lembravam dos seus entes queridos através da cruz, pois descobriu que aquelas toras de madeira era o símbolo da resignação, do amor e do sacrifício que Jesus Cristo fez pela humanidade. Lembrar-se que o Divino Mestre sofreu mais do que todos para simplesmente ensinar a verdade e mostrar que o espírito é imortal, confortava os seus corações.

(Fabiana F. Freitas. Baseada na Redação do Momento Espírita)

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