Paulinho fugira de casa. Por mais que quisesse ir sozinho, Pitoco o cãozinho, ia a acompanhá-lo.
- Não volto mais, nunca mais... Dizia.
- Eu também, dizia Pitoco.
O menino bateu em Pitoco com uma vara. Tudo inútil porém. Pitoco teimava em segui-lo.
- De o fora Pitoco!
- Ahumm- vou ajudar você, rosnou o cãozinho.
Paulinho disse: Adeus! E tudo ficou para traz porque ele seguiu o seu rumo.
Os pais de Paulinho, ficaram desesperados.
Ele, contudo, lá longe fazia mil artes. Subiu numa laranjeira derrubando os frutos e quebrando-lhe os galhos. A árvore pobrezinha, ficou a chorar.
- Ai... Ai... Ajude-me por amor de Jesus!
A vaquinha que pastava próximo, compadecida disse: Pobre infeliz.
Na chácara de seu Zico, além de quebrar porteira da granja, soltou todas as galinhas, e Pitoco latia furioso.
- Au... uf... uf...Au... Au...
Já era noite. Paulinho e Pitoco ficaram na estrada deserta. Percebeu que não mais sabia o caminho de volta. E choramingou de fome.
- Ruuuumm... Fez Pitoco.
- Que é Pitoco?
- Siga-me. E, apanhando Paulinho pela barra da calça, lá se voltou para a direção do lar abandonado.
Na volta enfrente a granja de Seu Zico, Paulinho foi pedir um pedaço de Pão. Envergonhado pelo que fizera, contou tudo ao seu Zico, principalmente, a arte daninha de soltar as galinhas.
- Quero recolher as galinhas.
- Está bem Paulinho.
Querendo reparar o mal, pediu licença para reunir de novo as galinhas no galinheiro. Seu Zico concordou. E lá se foram os três.
_Au... Au... Au... ladrava o cachorro.
_Co... co... Ro...Co... cacarejavam as galinhas.
_Chiii... Chiiii... Cibaaa... Chibaaa... gritava Paulinho atrás das galinhas.
Sempre puxado por Pitoco, Paulinho ouviu a laranjeira chorando. Apiedou-se dela e com lenços amarrou os galhos partidos. Pronto disse contente, esfregando as mãos. Perdoe-me! Disse.
- Sim respondeu a laranjeira.
Já em casa, confessou-se arrependido. A mãe disse-lhe:
- Ainda bem que você teve a coragem de corrigir os seus erros. Se errar é mau, pior é ficar indiferente aos males praticados.
- Este é o seu Lar! Disse a mamãe.
- Nunca mais fugirei, disse Paulinho.
Abraçando Pitoco, o bom amigo, Paulinho guardou muito bem a lição.
A nossa casa, nosso lar é o MELHOR LUGAR DO MUNDO!
- É claro... rosnou Pitoco!
(Roque Jacintho. Fonte: https://www.techs.com.br/meimei)