Segundo Herculano Pires, "Há muitas confusões, feitas intencionalmente ou não, entre o Espiritismo e numerosas formas de crendice popular, inclusive as formas de sincretismo religioso afro-brasileiro, hoje largamente difundidas. Adversários da doutrina espírita costumam fazer intencionalmente essas confusões, com o fim de afastar do Espiritismo as pessoas cultas. Por outro lado, alguns espíritas mal-orientados, que não conhecem a própria doutrina, colaboram nesse trabalho de confusão, admitindo como doutrinárias as mais estranhas manifestações mediúnicas e as mais evidentes mistificações." (O mistério do bem e do mal. Cap. 1. J. Herculano Pires)
Um exemplo evidente de mistificação são as informações ditadas pelo Espírito Ângelo Inácio psicografadas pelo médium Robson Pinheiro, no qual faz a seguinte afirmação em dos seus livros:
"Quanto aos banhos e ervas de defumações utilizadas pelos umbandistas, haverá algum fundamento científico nisso tudo?
- Fundamento, há, meu amigo Ângelo, embora nem sempre as pessoas que se beneficiem desses recursos o saibam. Tomemos como exemplo os chamados banhos de descarrego, tão receitados por pretos-velhos e caboclos. Você sabe muito bem do poder das ervas, de seu magnetismo próprio. Quando são utilizadas adequadamente, podem operar verdadeiros prodígios, gerando equilíbrio e harmonia. As plantas guardam nesse estado de evolução, muita energia, muita vitalidade, e os raios absorvidos do sol no processo de fotossíntese formam uma aura particular em cada família do reino vegetal, o que se associam ao próprio quimismo da planta. Quando colocadas em infusão, transmitem à água todo o seu potencial energizante, curador, reconstituinte. É o que se passa com os florais usados atualmente. Quando o adepto toma o banho com a mistura de ervas, todo o magnetismo que está ali associado provoca, em alguns casos, um choque energético ou uma reconstituição das camadas mais externas de sua aura. Na verdade, isso não tem nenhuma relação com o misticismo; é científico. Sob a influência abençoada das ervas, muitos benefícios têm sido alcançados por inúmeras pessoas. Irmãos nossos de outras confissões religiosas, mesmo os espíritas, julgam que tais providências são um absurdo e recusam qualquer receituário que venha com tais indicações. Estão até indo contra os métodos empregados pelo mestre Allan Kardec, pois recusam-se a pesquisar, questionar, certificar-se cientificamente dos efeitos benéficos desses recursos da natureza. A própria essência do Espiritismo é a pesquisa, a comprovação dos fatos. Mas recusam-se a pesquisar, a comprovar, e muitos reputam como misticismo algumas práticas. Felizmente, na atualidade, muitos cientistas têm levado a sua contribuição com a descoberta dos florais, que obedecem ao mesmo princípio terapêutico dos nossos chás e banhos de ervas. No caso das defumações empregadas na Umbanda, o princípio é o mesmo, mas em lugar de empregar as ervas em infusão, elas são queimadas. Na queima, suas propriedades terapêuticas são transferidas ou utilizadas de forma energeticamente pura, ou seja, o fogo, a combustão, transforma a matéria em energia; isso é uma lei da física, e quando determinada erva é queimada, sua parte astral ou etérica passa a concentrar, além de seu potencial próprio, o potencial da parte física, que é transformado no momento da combustão. O produto obtido, aliado ao fluidos dos espíritos que sabem manipular tais recursos, são de eficácia comprovada em casos de parasitismos, simbioses e larvas astrais, que são literalmente arrancadas de seus hospedeiros encarnados. Isso ocorre pela ação conjunta dos fluidos liberados na ocasião da queima das ervas, nas defumações. Mesmo que alguns ou muitos não aceitem tais recursos, não significa que não sejam eficazes. Basta que sejam feitas observações, com métodos científicos, e tudo será comprovado. Neste caso, também, não se trata de misticismo, mas de puro conhecimento de certas propriedades dos elementos vegetal, mineral ou animal, a serviço do bem aos semelhantes." (Tambores de Angola. Cap. 9. Espírito Ângelo Inácio. Psicografado por Robson Pinheiro)
É preciso ressaltar, que nas obras publicadas por Allan Kardec não há nenhum relato de que banho com mistura de ervas e defumações tenham alguma eficácia ou comprovação científica, seja para curar, receber energia ou realizar limpeza de fluidos maléficos, métodos empregados pela Umbanda. Não vemos também isto sendo empregado pelos bons Espíritos nas obras psicografadas por Chico Xavier; o próprio médium, por exemplo, utilizava sua mediunidade receitista apenas para receitar medicamento homeopático, indicado pelo Espírito do Dr. Bezerra de Menezes, no Centro Espírita, e jamais usou defumações de ervas para fazer limpeza de ambientes. No entanto, o uso oral de chás, feitos com plantas medicinais, é reconhecido por médicos como tratamento alternativo para diversas doenças.
"As plantas medicinais são utilizadas de acordo com sua especificidade, geralmente são usadas aquelas encontradas mais próximas ao ambiente. São eficazes, com baixo custo, e fazem parte do princípio ativo de muitos medicamentos industrializados", explica a coordenadora estadual das Práticas Integrativas e Complementares, Ana Rita Novaes. (Fonte: https://saude.es.gov.br/plantas-medicinais-sao-alternativa-no-tratame)
Entretanto, não devemos confudir os métodos empregados pela Umbanda com aqueles usados pela ciência para tratamento de algumas doenças, como por exemplo utilizar o poder curativo das águas termais, conforme foi descrito no Evangelho, quando Jesus curou um homem que estava doente há 38 anos, enquanto esperava ser curado na piscina de Betesba. (Vide: João, 5:1-17)
De acordo com Allan Kardec, " A piscina de Betesda, em Jerusalém, era uma cisterna, próxima ao Templo, alimentada por uma fonte natural, cuja água parece ter tido propriedades curativas. Era, sem dúvida, uma fonte intermitente que, em certas épocas, jorrava com força, agitando a água. Segundo a crença vulgar, esse era o momento mais propício às curas. Talvez que, na realidade, ao brotar da fonte a água, mais ativas fossem as suas propriedades, ou que a agitação que o jorro produzia na água fizesse vir à tona a vasa salutar para algumas moléstias. Tais efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos hoje; mas, então, as ciências estavam pouco adiantadas e à maioria dos fenômenos incompreendidos se atribuíam uma causa sobrenatural." (A Gênese. Cap. 15. Item 22. Allan Kardec )
Atualmente, há pesquisadores, tais como, Samanta Nunes e Bhertha Miyuki Tamura que fazem maiores esclarecimentos sobre este assunto: " No século XIX, as águas termais eram procuradas por sua capacidade de cura...
Várias foram as teses de medicina produzidas sobre as águas minerais. A primeira data de 1841 foi escrita por Antônio Maria de Miranda Castro, que enfatiza as potencialidades das águas...
No século XX as estações hidrominerais foram reconhecidas como lugares de cura e de turismo, o que se refletiu na publicação de alguns trabalhos técnico-científicos.
A água desempenha papel importante no tratamento dermatológico, através da sua hidratação, higienização e como veículo.
As águas utilizadas para tratar as doenças dermatológicas contêm vários produtos químicos e propriedades físicas específicas. Geralmente ricas em enxofre, sulfeto de hidrogênio e sulfatos, são utilizadas em muitos países que possuem uma variedade de fontes minerais e lamas que são consideravelmente diferentes umas das outras, em virtude de sua origem hidrogeológica, temperatura e composição química.
As principais doenças dermatológicas frequentemente tratadas por balneoterapia com elevada taxa de sucesso são a psoríase e a dermatite atópica, mas são assim tratadas também outras condições, como acne, alopecia areata, dermatite de contato, eczema, granuloma anular, ictiose vulgar, líquen plano, líquen escleroso e atrófico, micose fungoide, necrobiose lipóidica, queratose palmoplantar, pitiríase rubra pilar, prurido, rosácea, esclerodermia, sebopsoríase, dermatite seborreica, úlcera crônica, urticária pigmentosa, vitiligo e xerose. A água termal vem sendo proposta como agente anti-inflamatório e hidratante leve.
(...)Recentemente, estudos clínicos têm sido publicados revelando tais ações não apenas na dermatologia, mas também na reumatologia. " ( Revisão histórica das águas termais. Surgical & Cosmetic Dermatology, vol. 4, núm. 3, 2012, pp. 252-258. Sociedade Brasileira de Dermatologia)
Portanto, constata-se que nas águas minerais há propriedades curativas para algumas doenças, porém não há nenhum estudo dizendo que o banho com mistura de ervas possui alguma eficácia.
Há outro relato na Revista Espírita sobre o benefício de uma pomada feita com plantas medicinais receitada por um Espírito à médium de Allan Kardec, vejamos: "A senhorita Dufaux estava afetada de um mal na perna, muito grave e muito antigo, e que havia resistido a todo tratamento. Cansada do emprego inútil de tantos remédios, um dia perguntou a seu Espírito protetor se para ela não haveria cura possível.
─ Sim, ─ respondeu ele. ─ Serve-te da pomada de teu tio.
─ Mas vós sabeis que a receita se perdeu.
─ Eu vou te dar ─ disse o Espírito. Depois ditou o seguinte:
"Açafrão - 20 centigramas
"Cominho - 4 gramas
"Cera amarela - 31 a 32 gramas
"Óleo de amêndoas doces - uma colher
"Derreter a cera e depois juntar o óleo de amêndoas doces; juntar o açafrão e o cominho num saquinho de pano fino e ferver durante dez minutos em fogo brando. Espalhar a pomada num pedaço de pano e cobrir com ele a parte doente. Renovar diariamente o tratamento.
"Antes da aplicação do unguento é preciso lavar a ferida com água de malva ou outra loção refrescante. "
Tendo seguido a prescrição, em pouco tempo a perna da senhorita Dufaux estava cicatrizada, a pele restaurada e, desde então, não sobreveio qualquer acidente. Também sua lavadeira foi, felizmente, curada de mal idêntico." (Revista Espírita. Novembro de 1862. Remédio dado pelos espíritos. Allan Kardec)
Outras pomadas feitas com plantas naturais, tais como por exemplo a arnica, também concentrada numa quantidade específica, possui efeito para tratar inflamações, mas ainda não existem relatos de que banho com ervas há propriedades curativas, segundo o Espiritismo e a ciência.
Sabemos, na realidade, que a prática mais utilizada no Espiritismo para a cura das doenças é o passe magnético, método muito utilizado por Jesus Cristo e explicado pelos Espíritos Superiores. Segundo Allan Kardec, "Todo magnetizador pode tornar-se médium curador, se souber fazer-se assistir por bons Espíritos. (...) Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre uma dor para acalmá-la; é o que pode fazer qualquer indivíduo, se ele estiver dotado de fé, fervor, vontade e confiança em Deus. " (Revista Espírita. Setembro de 1865. Da mediunidade curadora. Allan Kardec)
A água fluidificada, tomada por via oral, também é um outro método realizado para curar doenças recomendado pelos bons Espíritos: " A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e, neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo. " (O Consolador. Questão 103. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).
"Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida. "(O Livro dos Médiuns. Cap. 8. Item 131. Allan Kardec)
Entretanto, "Não podem ser contestadas as virtudes curativas de certas plantas e de outras substâncias que a Providência pôs ao alcance do homem, colocando o remédio ao lado do mal. O estudo dessas propriedades é da alçada da medicina. Ora, como os médiuns curadores só agem por influência fluídica, sem o emprego de medicamentos, se um dia eles devessem suplantar a medicina, resultaria que, dotando as plantas de propriedades curativas, Deus teria feito uma coisa inútil, o que é inadmissível. É preciso, portanto, considerar a mediunidade curadora como um modo especial e não como meio absoluto de cura; o fluido, como um novo agente terapêutico aplicável em certos casos, e vindo somar um novo recurso à Medicina; em consequência, a mediunidade curadora e a Medicina como devendo de agora em diante caminhar lado a lado, destinadas a se auxiliarem mutuamente, a se suplementarem e a se completarem uma pela outra. Eis por que se pode ser médico sem ser médium curador, e médium curador sem ser médico." (Revista Espírita. Outubro de 1867. Médicos - médiuns. Allan Kardec)
" A substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância medicamentosa, com esta diferença: sendo maior a sua penetração, em razão da tenuidade de seus princípios constituintes, age mais diretamente sobre as moléculas primeiras do organismo do que o podem fazer as moléculas mais grosseiras das substâncias materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, enquanto as da matéria são fixas e invariáveis e não podem aplicar-se senão em determinados casos.
(...) Concebe-se que em semelhantes casos os medicamentos terapêuticos, destinados, por sua natureza, a agir sobre a matéria, não tenham eficácia sobre um agente fluídico; por isso a medicina ordinária é impotente em todas as moléstias causadas por fluidos viciados, e elas são numerosas. À matéria pode-se opor a matéria, mas a um fluido mau é preciso opor um fluido melhor e mais poderoso. A medicina terapêutica naturalmente falha contra os agentes fluídicos; pela mesma razão, a medicina fluídica falha onde é preciso opor a matéria à matéria; a medicina homeopática nos parece ser o intermediário, o traço de união entre esses dois extremos, e deve particularmente triunfar nas afecções que poderiam. "(Revista Espírita. Março de 1868. Ensaio Teórico das Curas Instantâneas. Allan Kardec )
Segundo o Espírito Emmanuel, "(...)o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto. A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser." (Vinha de luz. Cap. 157 - O remédio salutar. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier )
" Não podemos considerar somente, no capítulo das moléstias, a situação fisiológica propriamente dita, mas também o quadro psíquico da personalidade encarnada. Ora, se temos a nuvem de bactérias produzidas pelo corpo doente, temos a nuvem de larvas mentais produzidas pela mente enferma, em identidade de circunstâncias." (Os Mensageiros. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)
Sobre este assunto em específico, Allan Kardec faz o seguinte esclarecimento: " O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma atmosfera fluídica.
(...)O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
(...) Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais." (A Gênese. Cap. 14. Item 18 . Allan Kardec)
" Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.
Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera.
(...)Tem conseqüências de importância capital e direta para os encarnados a ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais. Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável. Os fluidos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto, viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau da perfeição moral destes.
(...)Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. À invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus. " (A Gênese. Cap. 14. Itens 14, 16, 21. Allan Kardec)
Na obra "Missionários da luz", há explicações em detalhes de como é possível realizar a limpeza do ambiente e destuir as larvas mentais (maus fluidos) para ser possível realizar o fenômeno de materialização de um Espírito, vejamos o que o Espírito André Luiz relata:
"- Surpreendido, notei o esforço de vinte entidades de nobre hierarquia que movimentavam o ar ambiente. Em seus gestos rítmicos, semelhavam-se a sacerdotes antigos que estivessem executando operações magnéticas de santificação interior do recinto.
(...) Atendendo-me ao espírito de pesquisa, Alexandre esclareceu: - Não se trata de hierofantes em gestos convencionais. Temos ali esclarecidos cooperadores do serviço, que preparam o ambiente, levando a efeito a ionização da atmosfera, combinando recursos para efeitos elétricos e magnéticos. Nos trabalhos deste teor reclamam-se processos acelerados de materialização e desmaterialização da energia.
(...)Estes amigos - explicou o meu generoso instrutor - estão encarregados de operar a condensação do oxigênio em toda a casa. O ambiente para a materialização de entidade do plano invisível aos olhos dos homens requer elevado teor de ozônio e, além disso, é indispensável semelhante operação, a fim de que todas as larvas e expressões microscópicas de atividade inferior sejam exterminadas. A relativa ozonização da paisagem interior é necessária como trabalho bactericida." (Missionários da luz. Cap. 10. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)
Portanto, para expulsar o fluido maléfico, percebemos que a defumação não possui nenhuma eficácia científica; não é por meio de queima de ervas , que se consegue limpar o ambiente, ou arrancar dos hospedeiros as larvas mentais (ou astrais, conforme as expressões usadas pelos Espirituslistas). Na verdade, a limpeza do ambiente é feita através do efeito a ionização da atmosfera, combinando recursos elétricos e magnéticos, por meio do pensamento dos bons Espíritos. Além disso, para melhorar a qualidade dos fluidos (energia) do indivíduo, é preciso que ele próprio faça esforços para modificar o seu pensamento, ou seja, realize a reforma íntima, para deixar de criar larvas mentais (maus fluidos) ou atrair fluidos maléficos dos obsessores para si.
De acordo com Herculano Pires, "Não se pode curar obsessões com sal grosso, folhas de arruda, incenso ou explosão de pólvora, nem com medalhas, crucifixos ou água benta. A obsessão é um processo inteligente desencadeado por espíritos - o que vale dizer por inteligências extrafísicas que não são atingidas por essas coisas. Pois eles vivem no plano espiritual, não no material e conhecem o problema da comunicação mediúnica e do envolvimento fluídico. Só podemos afastar uma entidade obsessiva pela persuasão e a prece, procurando esclarecê-la ao invés de dar-lhe ordens que só que fazem irritá-la." (O Centro Espírita. Cap. 9. J. Herculano Pires)
"Comentando as ocorrências da obsessão (...) no veículo fisiopsicossomático, é importante lembrar os fenômenos do parasitismo nos reinos inferiores da Natureza.
(...)Muitos acometem os adversários que ainda se entrosam no corpo terrestre, empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, operando perturbações que podemos classificar como "infecções fluídicas" e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura.
E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monoideísmo, ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se.
Alguns, como os ectoparasitas temporários, procedem à semelhança dos mosquitos e dos ácaros, absorvendo as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali; mas outros muitos, quais endoparasitas conscientes, após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vítimas, segregam sobre elas determinados produtos, filiados ao quimismo do espírito, e que podemos nomear como simpatinas e aglutininas mentais, produtos esses que, sub-repticiamente, lhes modificam a essência dos próprios pensamentos a verterem, contínuos, dos fulcros energéticos do tálamo, no diencéfalo.
Estabelecida essa operação de ajuste, que os desencarnados e encarnados, comprometidos em aviltamento mútuo, realizam em franco automatismo, à maneira dos animais em absoluto primitivismo nas linhas da Natureza, os verdugos comumente senhoreiam os neurônios do hipotálamo, acentuando a própria dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações, e produzem nas suas vítimas, quando contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático. Tais manobras, em processos intrincados de vampirismo, prestigiam o regime de medo ou de guerra nervosa nas criaturas de que se vingam, alterando-lhes a tela psíquica ou impondo prejuízos constantes aos tecidos somáticos.
(...)No tocante à criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor.
(...)Importa, no entanto, observar que todos os sofrimentos e corrigendas a que nos referimos estão conjugados para as consciências encarnadas ou não, dentro da lei de ação e reação que a cada um confere hoje o equilíbrio ou o desequilíbrio, por suas obras de ontem, reconhecendo-se também que assim como existem medidas terapêuticas contra o parasitismo no mundo orgânico, qualquer criatura encontra, na aplicação viva do bem, eficiente remédio contra o parasitismo da alma." (Evolução em dois mundos. Cap. 15 - Vampirismo Espiritual. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)
"(...) a prece fervorosa e os esforços sérios por se melhorar são os únicos meios de afastar os maus Espíritos, que reconhecem seus mestres naqueles que praticam o bem, ao passo que as fórmulas lhes provocam o riso. A cólera e a impaciência os excitam. É preciso cansá-los, mostrando-se mais pacientes do que eles.
Por vezes, entretanto, acontece que a subjugação atinge o ponto de paralisar a vontade do obsedado, e que deste não se pode esperar nenhum concurso valioso. É sobretudo então que a intervenção de terceiros se torna necessária, quer pela prece, quer pela ação magnética. Mas o poder dessa intervenção também depende do ascendente moral que o interventor possa ter sobre os Espíritos, porque, se não valerem mais, sua ação será estéril.
Nesse caso, a ação magnética terá por efeito penetrar o fluido do obsedado por um fluido melhor, e desprender o fluido do Espírito mau. Ao operar, deve o magnetizador ter o duplo objetivo de opor uma força moral a outra força moral e produzir sobre o paciente uma espécie de reação química, para usar uma comparação material, substituindo um fluido por outro fluido. Assim, ele não só opera um desprendimento salutar, mas fortalece os órgãos enfraquecidos por uma longa e por vezes vigorosa dominação." (Revista Espírita. Dezembro de 1862. Estudo sobre os possessos de Morzine. Allan Kardec)
Sendo assim, o Espiritismo e a ciência mostram que o banho com ervas e defumações estão vinculados ao misticismo, pois não há nenhuma comprovação científica da sua eficácia para cura de obsessões, parasitoses, simbioses ou doenças orgânicas.