O Espiritismo respeita todas as religiões e suas práticas, mas possui seus fundamentos, que deveriam também ser respeitados. AS OBRAS DE KARDEC NÃO ESTÃO ULTRAPASSADAS E NÃO PRECISAM SER REVISADAS, pois as leis divinas (a verdade) reveladas pelos Espíritos Superiores e presididas pelo "Espírito de Verdade", não se modificam. O ensino de Jesus e dos Espíritos Superiores (codificados por Allan Kardec), são a base da Doutrina Espírita.
Segundo o Espírito Emmanuel, "Na Doutrina Espírita, não se dirá que Allan Kardec foi ultrapassado, de vez que os nossos princípios avançam com o fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da árvore que para mostrar a excelência do fruto não dispensa a raiz, tanto quanto o edifício vulgar para crescer em nova pavimentação não prescinde do alicerce, o Espiritismo não fugirá das diretrizes primeiras, a fim de ampliar-se em construções mais elevadas, com a segurança precisa." (Doutrina e vida. Em honra a Kardec. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)
Allan Kardec fez a seguinte afirmação: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará."(A Gênese. Cap. 1. Allan Kardec)
"O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 1. Item 6. Allan Kardec)
A DOUTRINA ESPÍRITA NÃO ESTÁ PRONTA E ACABADA, pode haver novas revelações, entretanto, não há erros nas obras de Kardec como alguns Espíritos pseudo-sábios têm afirmado com o intuito de causar conflitos entre os Espíritas. Segundo J. Herculano Pires "OS PRINCÍPIOS DA CODIFICAÇÃO NÃO PODEM SER ALTERADOS PELA OBRA DE UM ESPÍRITO ISOLADO. A Codificação não é obra de vidência, mas de pesquisa científica realizada por Kardec sob orientação e vigilância dos Espíritos Superiores." (Mediunidade. Cap. 3. J. Herculano Pires)
O Codificador da Doutrina Espírita, que usa o pseudônimo de Allan Kardec, utilizou-se principalmente da metodologia científica indutiva para verificar se as revelações dos Espíritos Superiores eram verdadeiras. Entretanto, utilizou-se também do método dedutivo para explicar o conteúdo das premissas.
De acordo com o Codificador, toda teoria revelada pelos Espíritos deve ser passada pela prova do "Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos" (CUEE).
Existem três regras principais para este Controle Universal, que estão descritas na obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec, na parte da introdução, sob o título de "Autoridade da Doutrina Espírita". Resumidamente, as três regras são:
- 1. Toda teoria em manifesta contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada.
- 2. As revelações espontâneas devem ser realizadas por um grande número de médiuns estranhos uns aos outros, de diversos lugares do mundo.
- 3. Deve haver uma concordância universal entre as revelações dos Espíritos que eles façam espontaneamente, ou seja, é necessário comparar as suas respostas e verificar se existe uma unanimidade da voz dos Espíritos.
Segundo o biógrafo Henri Sauss, Allan Kardec disse: " mais de dez médiuns prestaram seu concurso a esse trabalho. E foi da comparação e da fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes refeitas no silêncio da meditação, que formei a primeira edição de O Livro dos Espíritos , a qual apareceu em 18 de abril de 1857." (O que é o Espiritismo. Biografia de Allan Kardec. Henri Sausse)
Sendo assim, Allan Kardec faz a seguinte recomendação no Livro dos Médiuns, diante de uma nova revelação: "Para se discernir do erro a verdade, preciso se faz que as respostas sejam aprofundadas e meditadas longa e seriamente. É um estudo completo a fazer-se. Para isso, é necessário tempo, como para estudar todas as coisas. ESTUDAI, COMPARAI, APROFUNDAI. Incessantemente vos dizemos que o conhecimento da verdade só a esse preço se obtém." (O Livro dos Médiuns. Cap.27. Item 301. Allan Kardec)
"O MAL É QUE MUITOS MÉDIUNS CONFUNDEM A EXPERIÊNCIA, FRUTO DO ESTUDO, COM A APTIDÃO, produto da organização física. JULGAM-SE MESTRES, PORQUE ESCREVEM COM FACILIDADE; repelem todos os conselhos e se tornam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os captam, lisonjeando-lhes o orgulho." (O Livro dos Médiuns. Cap. 16. Item 192. Allan Kardec)
Chico Xavier e Yvonne A. Pereira são exemplos de médiuns sérios e continuadores do Espiritismo. No entanto, o próprio Chico Xavier, que não se considerava infalível, nos disse: (...) "Que se um dia, Emmanuel aconselhasse algo que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que deveria PERMANECER COM JESUS E KARDEC, procurando esquecê-lo." (Livro: No mundo de Chico Xavier. Elias Barbosa)
De acordo com J. Herculano Pires, "Substituir as obras fundamentais por outras, psicografadas ou não, é um inconveniente que se deve evitar. (...) Espiritismo é Kardec. Porque foi ele o estruturador da Doutrina, permanentemente assistido pelo Espírito da Verdade. Todos os demais livros espíritas, mediúnicos ou não, são subsidiários. Estudar, por exemplo, uma obra de Emmanuel ou André Luiz sem relacionála com as obras de Kardec, a pretexto de que esses autores espirituais superaram o Mestre (cujas obras ainda não conhecemos suficientemente) é demonstrar falta de compreensão do sentido e da natureza da Doutrina. Esses e outros autores respeitáveis dão sua contribuição para a nossa maior compreensão de Kardec. Não podem substituílo. E bom lembrar a regra do consenso universal, segundo a qual nenhum Espírito ou criatura humana dispõem, sozinhos, por si mesmos, de recursos e conhecimentos para nos fazerem revelações pessoais. Esse tipo de revelações individuais pertence ao passado, aos tempos anteriores ao advento da Doutrina.
Um novo ensinamento, a revelação de uma verdade nova depende das exigências doutrinárias de: Concordância universal de manifestações a respeito; Concordância da questão com os princípios básicos da Doutrina; Concordância com os princípios culturais do estágio de conhecimento atingido pelo nosso mundo; Concordância com os princípios racionais, lógicos e logísticos do nosso tempo. Fora desse quadro de concordâncias necessárias, que constituem o consenso universal, nada pode ser aceito como válido. Opiniões pessoais, sejam de sábios terrenos ou do mundo espiritual, nada valem para a Doutrina.
(...) O Espiritismo não é uma doutrina fechada ou estática, mas aberta ao futuro. Não obstante, essa abertura está necessariamente condicionada às regras de equilíbrio e de ordem que sustentam a validade e a eficácia da sua estrutura doutrinária.
(...) Introduzir na doutrina práticas provenientes de correntes espiritualistas anteriores a ela seria o mesmo que introduzir na Química as superadas práticas da Alquimia."(O Espírito e o tempo. Cap. 1. J. Herculano Pires)
Portanto, para aqueles que querem modificar o Espiritismo, Herculano Pires adverte: "(...) A Doutrina Espírita não chegou ainda a ser conhecida pelos seus próprios adeptos em todo o mundo. (...) Os que desejam atualizar a Doutrina, devem antes cuidar de se atualizarem nela." (O Centro Espírita. Introdução. J. Herculano Pires)