"Todas as religiões admitiram igualmente o princípio da felicidade ou infelicidade da alma após a morte, ou, por outra, as penas e gozos futuros, que se resumem na doutrina do céu e do inferno encontrada em toda parte.
No que elas diferem essencialmente, é quanto à natureza dessas penas e gozos, principalmente sobre as condições determinantes de umas e de outras.
Daí os pontos de fé contraditórios dando origem a cultos diferentes, e os deveres impostos por estes, consecutivamente, para honrar a Deus e alcançar por esse meio o céu, evitando o inferno. "(O Céu e o Inferno. Cap. 1. Item 11. Allan Kardec)
"A doutrina das penas eternas, como a do inferno material, teve sua razão de ser, enquanto esse temor podia ser um freio para os homens pouco avançados intelectual e moralmente.
(...)Quanto mais próximos os homens estão do estado primitivo, mais são materiais; o senso moral é o que neles se desenvolve mais tardiamente. Por esta mesma razão, só podem fazer uma ideia muito imperfeita de Deus e de seus atributos, e uma ideia não menos vaga da vida futura. Identificam Deus à sua própria natureza; é para eles um soberano absoluto, tanto mais temível quanto invisível, como um monarca déspota que, oculto em seu palácio, nunca se mostra aos súditos. Ele é poderoso somente por sua força material, pois eles não compreendem o poder moral; veem-no apenas armado com o raio, ou no meio dos relâmpagos e das tempestades, semeando à sua passagem ruína e desolação, segundo o exemplo dos guerreiros invencíveis. Um Deus de brandura e de misericórdia não seria um Deus, mas um ser fraco que não poderia fazer-se obedecer.
(...)Para tais homens, precisava-se de crenças religiosas assimiláveis à sua natureza ainda rude. Uma religião completamente espiritual, toda de amor e caridade, não se podia aliar com a brutalidade dos costumes e das paixões." (O Céu e o Inferno. Primeira parte. Cap. 6. Itens 2 e 3. Allan Kardec)
Então, seria por este motivo que o Divino Mestre ainda tenha utilizado as expressões "fogo do inferno" e "fornalha" para se referir às trevas espirituais? No Evangelho está escrito que Jesus disse: "Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá', será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de IR PARA O FOGO DO INFERNO." (Mateus 5:22)
Disse também: "O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu Reino tudo o que faz cair no pecado e todos os que praticam o mal. ELES OS LANÇARÃO NA FORNALHA ARDENTE, ONDE HAVERÁ CHORO E RANGER DE DENTES." (Mateus 13:41-42)
Sobre estas palavras, Allan Kardec faz o seguinte esclarecimento: "O Cristo não pôde revelar a seus contemporâneos todos os mistérios do futuro; ele mesmo disse: "Teria ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não as compreenderíeis; é por isso que vos falo por parábolas." (João 16:12/ Mateus 13:13). Sobre tudo o que se refere à moral, ou seja, os deveres de homem para homem, ele foi muito explícito, porque, tocando na corda sensível da vida material, ele sabia ser compreendido; sobre os outros pontos, ele se limita a semear, sob forma alegórica, os germes do que deverá ser desenvolvido mais tarde.
A doutrina das penas e das recompensas futuras pertence a esta última ordem de ideias. A respeito das penas, sobretudo, não podia romper bruscamente com as ideias estabelecidas. Ele vinha traçar aos homens novos deveres: a caridade e o amor ao próximo substituindo o espírito de ódio e de vingança, a abnegação substituindo o egoísmo: já era muito; ele não podia racionalmente enfraquecer o temor do castigo reservado aos prevaricadores, sem enfraquecer ao mesmo tempo a ideia do dever. Prometia o reino dos céus aos bons; esse reino era, portanto, proibido aos maus; para onde iriam eles? Era preciso uma contrapartida de natureza a impressionar inteligências ainda demasiado materiais para se identificarem com a vida espiritual; pois não se deve perder de vista que Jesus se dirigia ao povo, à parte menos esclarecida da sociedade, para a qual se precisava de imagens de algum modo palpáveis, e não ideias sutis. É por isso que ele não entra a esse respeito em detalhes supérfluos: bastava-lhe opor uma punição à recompensa; não era necessário acrescentar mais naquela época."(O Céu e o Inferno. Primeira parte. Cap. 6. Item 5. Allan Kardec)
Donde procede a doutrina do fogo eterno?
"Imagem, semelhante a tantas outras, tomada como realidade."
Mas, o temor desse fogo não produzirá bom resultado?
"Vede se serve de freio, mesmo entre os que o ensinam. Se ensinardes coisas que mais tarde a razão venha a repelir, causareis uma impressão que não será duradoura, nem salutar."
"(...)o fogo é o tipo do mais cruel suplício e o símbolo da ação mais violenta. Por isso é que a crença no fogo eterno data da mais remota antiguidade, tendo-a os povos modernos herdado dos mais antigos. Por isso também é que o homem diz, em sua linguagem figurada: o fogo das paixões; abrasar de amor, de ciúme, etc. "(O Livro dos Espíritos. Questão 974. Allan Kardec)
" Assim, neste caso, o vocábulo - eterno não quer dizer perpétuo ao infinito, Quando sofremos de uma enfermidade duradoura, dizemos que o nosso mal é eterno. Que há, pois, de admirar em que Espíritos que sofrem há anos, há séculos, há milênios mesmo, assim também se exprimam? Não esqueçamos, principalmente, que, não lhes permitindo a sua inferioridade divisar o ponto extremo do caminho, crêem que terão de sofrer sempre, o que lhes é uma punição.
Demais, a doutrina do fogo material, das fornalhas e das torturas, tomadas ao Tártaro do paganismo, está hoje completamente abandonada pela alta teologia e só nas escolas esses aterradores quadros alegóricos ainda são apresentados como verdades positivas, por alguns homens mais zelosos do que instruídos, que assim cometem grave erro, porquanto as imaginações juvenis, libertando-se dos terrores, poderão ir aumentar o número dos incrédulos. A TEOLOGIA RECONHECE HOJE QUE A PALAVRA FOGO É USADA FIGURADAMENTE E QUE SE DEVE ENTENDER COMO SIGNIFICANDO FOGO MORAL. "(O Livro dos Espíritos. Questão 1008. Allan Kardec )
Assim, as penas impostas jamais o são por toda a eternidade?
"Interrogai o vosso bom senso, a vossa razão, e perguntai-lhes se uma condenação perpétua, motivada por alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com efeito, a duração da vida, ainda quando de cem anos, em face da eternidade? Eternidade! Compreendeis bem esta palavra? Sofrimentos, torturas sem-fim, sem esperanças, por causa de algumas faltas! O vosso juízo não repele semelhante ideia? Que os antigos tenham considerado o senhor do universo um Deus terrível, cioso e vingativo , concebe-se. Na ignorância em que se achavam, atribuíam à divindade as paixões dos homens. Esse, todavia, não é o Deus dos cristãos, que classifica como virtudes primordiais o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas. Poderia ele carecer das qualidades, cuja posse prescreve, como um dever, às suas criaturas? Não haverá contradição em se lhe atribuir a bondade infinita e a vingança também infinita? Dizeis que, acima de tudo, ele é justo e que o homem não lhe compreende a justiça. Mas a justiça não exclui a bondade, e ele não seria bom se condenasse a eternas e horríveis penas a maioria das suas criaturas. Teria o direito de fazer da justiça uma obrigação para seus filhos, se lhes não desse meio de compreendê-la? Aliás, no fazer que a duração das penas dependa dos esforços do culpado não está toda a sublimidade da justiça unida à bondade? Aí é que se encontra a verdade desta sentença: "A cada um segundo as suas obras." (O Livro dos Espíritos. Questão 1009. Allan Kardec)
Na parábola das bodas, que é uma história moral simbólica, Jesus Cristo também disse: "Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e LANÇAI-O NAS TREVAS EXTERIORES; ali haverá pranto e ranger de dentes. "( Mateus 22:13)
"Que devemos entender por trevas em que se acham mergulhadas certas almas sofredoras? Serão as referidas tantas vezes na escritura?
- R. Sim, efetivamente, as designadas por Jesus e pelos profetas em referências ao castigo dos maus.
Mas isso não passava de alegoria destinada a ferir os sentidos materializados dos seus contemporâneos, os quais jamais poderiam compreender a punição de maneira espiritual."(São Luís)
Entretanto, o Espírito de Claire afirma que também existem trevas visíveis, dizendo:
"Também eu posso responder à pergunta relativa às trevas, pois vaguei e sofri por muito tempo nesses limbos onde tudo é soluço e misérias. Sim, existem as trevas visíveis de que fala a escritura, e os desgraçados que deixam a vida, ignorantes ou culpados, depois das provações terrenas são impelidos a fria região, inconscientes de si mesmos e do seu destino. Acreditando na perenidade dessa situação, a sua linguagem é ainda a da vida que os seduziu, e admiram-se e espantam-se da profunda solidão: trevas são, pois, esses lugares povoados e ao mesmo tempo desertos, espaços em que erram pálidos Espíritos lastimosos, sem consolo, sem afeições, sem socorro de espécie alguma." (O céu e o inferno. Segunda parte. Cap. 4. Allan Kardec)
A médium Yvonne Pereira faz o seguinte esclarecimento: "As construções do meio invisível são edificadas com as essências disseminadas pelo Universo infinito...
(...)No Espaço, como, aliás, na Terra, a vontade é soberana, o pensamento é motor, é produtor, é criador. (...) Será tanto mais rápido quanto maiores forem as potências mentais criadoras reunidas.
Essas criações, tais como forem - belas, artísticas, verdadeiros trabalhos de ourivesaria fluídica, deslumbrantes, mesmo, por vezes - obedecerão, no entanto, às recordações ou gosto estético dos operadores, razão por que se parecem com as da Terra, sem que as da Terra se pareçam com elas, como afirmou algures a ilustre entidade espiritual André Luiz, pois que muito mais perfeitas são elas do que os homens julgam.
Não obstante, somos levada a julgar, graças às mesmas observações a que nos conduz a Revelação, que ESSAS EDIFICAÇÕES NÃO SERÃO PERMANENTES NEM FIXAS NUMA DETERMINADA REGIÃO. SERÃO ANTES MÓVEIS, TRANSPLANTANDO-SE PARA ONDE SE FAÇA NECESSÁRIA A PRESENÇA DA FALANGE QUE AS CRIOU. SERÃO PASSÍVEIS DE SE DISSOLVEREM SOB O DESEJO DOS SEUS CRIADORES, ou de se modificarem segundo as conveniências. Se essa falange receber em seu seio discípulos e pupilos, estes poderão tornar-se cooperadores, exercitando os próprios poderes mentais na criação de detalhes, sujeitos ao veredicto dos mestres, e assim progredirão em saber, desenvolvendo forças latentes, evoluindo e se engrandecendo, pois tudo isso é caminhar para a perfeição.
Tratando-se de entidades inferiores, dá-se idêntico fenômeno de criação mental, não obstante a diferença impressionante na direção criadora, uma vez que estes operadores ignoram sejam os ambientes que os rodeiam criações de suas próprias mentes, pois que o feito também se poderá operar à revelia da vontade premeditada e intencional, sob o choque emocional da mente exacerbada, bastando apenas que seus pensamentos trabalhem ou se impressionem com imagens fortes, como acontece com os suicidas, que vivem rodeados de cenas macabras de suicídio.
(...) Nós mesmas, as criaturas encarnadas, estaremos dentro de "regiões" criadas pelo nosso pensamento, além de permanecermos na crosta do planeta.Nossos pensamentos estarão estereotipados, concretizados pelo poder motor das nossas energias mentais atuando sobre os fluidos sublimes em que mergulha o Universo criado pelo Todo-Poderoso, embora não se trate de movimento tão intenso nem tão real como os de um desencarnado.
Mas, ainda assim, é devido a isso que os desencarnados surpreenderão o que pensamos, o que são o nosso caráter e o nosso sentimento, as nossas intenções e tendências, pela natureza das "edificações" mentais que nos acompanham."O reino de Deus está dentro de vós", asseverou o Cristo. E nós outros certamente poderemos acrescentar: "E também o nosso Inferno! "(Devassando o invisível. Yvonne Pereira).
"Segundo a crença vulgar, o céu e o inferno são lugares circunscritos de recompensas e punições. Segundo o Espiritismo, levando os Espíritos em si mesmos os elementos de sua felicidade ou de seus sofrimentos, são felizes ou infelizes em qualquer parte onde se encontrem; as palavras céu e inferno não passam de figuras que caracterizam um estado de felicidade ou de desgraça. (...) À medida que os Espíritos avançam na perfeição, habitam mundos cada vez mais adiantados fisicamente e moralmente. Sem dúvida é o que entendia Jesus por estas palavras: "Na casa de meu Pai há muitas moradas." (Revista Espírita. Abril de 1869. Profissão de fé espírita americana. Allan Kardec)
"DEPENDENDO O SOFRIMENTO DA IMPERFEIÇÃO, COMO O GOZO DA PERFEIÇÃO, A ALMA TRAZ CONSIGO O PRÓPRIO CASTIGO OU PRÊMIO, ONDE QUER QUE SE ENCONTRE, SEM NECESSIDADE DE LUGAR CIRCUNSCRITO.
O inferno está por toda parte em que haja almas sofredoras, e o céu igualmente onde houver almas felizes. "(O Céu e o inferno. Cap. 7. Allan Kardec)
Jesus afirma: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". (João 8:12)
Entretanto, "Quase todas as escolas religiosas falam do inferno de penas angustiosas e horríveis, onde os condenados experimentam torturas eternas. São raras, todavia, as que ensinam a verdade da queda consciencial dentro de nós mesmos, esclarecendo que o plano infernal e a expressão diabólica encontram início na esfera interior de nossas próprias almas." (Missionários da luz. Cap. 17. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)
" (...) o Espiritismo ensina que a duração do sofrimento depende, até certo ponto, da vontade do Espírito e este pode abreviá-lo pelos esforços que fizer para progredir. "(Revista Espírita. Dezembro de 1859. Efeitos da prece. Allan Kardec)
"Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor.
A duração do castigo depende da melhoria do Espírito culpado.
(...) O Espírito é assim sempre o árbitro de seu próprio destino; pode prolongar seus sofrimentos pela persistência no mal, aliviá-los ou abreviá-los por seus esforços para fazer o bem." (O Céu e o Inferno. 1ª Parte. Cap. 7. Código penal da vida futura. Itens11 à 13. Allan Kardec).
A respeito das necessidades e sofrimentos dos Espíritos, Allan Kardec esclarece que isto dependerá do grau de evolução deles, isto é, quanto mais denso é o seu perispírito (corpo espiritual do Espírito) mais eles sofrem e sentem necessidades, pois ainda estão apegados aos bens materiais. Vejamos o comentário de Allan Kardec em "O Livro dos Espíritos": "A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma, que não é suscetível de congelar-se, nem de queimar-se. Não vemos todos os dias a recordação ou a apreensão de um mal físico produzirem o efeito desse mal, como se real fora? Não as vemos até causar a morte? Toda gente sabe que aqueles a quem se amputou um membro costumam sentir dor no membro que lhes falta. Certo que aí não está a sede, ou, sequer, o ponto de partida da dor.
(...)Liberto do corpo, O ESPÍRITO PODE SOFRER, MAS ESSES SOFRIMENTO NÃO É CORPORAL, EMBORA NÃO SEJA EXCLUSIVAMENTE MORAL, como o remorso, POIS QUE ELE SE QUEIXA DE FRIO E CALOR.
(...) DIZENDO QUE OS ESPÍRITOS SÃO INACESSÍVEIS ÀS IMPRESSÕES DA MATÉRIA QUE CONHECEMOS REFERIMO-NOS AOS ESPÍRITOS MUITO ELEVADOS, cujo envoltório etéreo não encontra analogia neste mundo. OUTRO TANTO NÃO ACONTECE COM OS DE PERISPÍRITO MAIS DENSO, os quais percebem os nossos sons e odores, não, porém, apenas por uma parte limitada de suas individualidades, conforme lhes sucedia quando vivos.
(...)A alma, ou o Espírito, tem, pois, em si mesma, a faculdade de todas as percepções. Estas, na vida corpórea, se obliteram pela grosseria dos órgãos do corpo; na vida extracorpórea se vão desanuviando, à proporção que o invólucro semimaterial se eteriza.
(...)Os sofrimentos por que passa são sempre a conseqüência da maneira por que viveu na Terra. (...) VIMOS QUE SEU SOFRER RESULTA DOS LAÇOS QUE AINDA O PRENDEM À MATÉRIA; que quanto mais livre estiver da influência desta, ou, por outra, quanto mais desmaterializado se achar, menos dolorosas sensações experimentará. Ora, está nas suas mãos libertar-se de tal influência desde a vida atual. "(O Livro dos Espíritos. 257. Allan Kardec)
De acordo, então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como o homem os imagina?
"São simples alegorias: por toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto, conforme também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos."
"A localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender." (O Livro dos Espíritos. Questão 1012. Allan Kardec).
Em que sentido se deve entender a palavra céu?
"Julgas que seja um lugar, como os campos Elíseos dos antigos, onde todos os bons Espíritos estão promiscuamente aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela eternidade toda, de uma felicidade passiva? Não; é o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores, onde os Espíritos gozam plenamente de suas faculdades, sem as tribulações da vida material, nem as angústias peculiares à inferioridade." (O Livro dos Espíritos. Questão 1016. Allan Kardec).
Portanto, segundo o Espiritismo, "o céu e o inferno" existem, porém não conforme os conceitos das antigas religiões.
De acordo com Carlos Toledo Rizzini, "Colônias conhecidas coletivamente como Umbral, que começam na superfície da Terra e correspondem ao antigo purgatório, e, como Trevas, na sua pior porção, que correspondem ao clássico inferno. Pode-se afirmar corretamente que não passam de produtos da atividade mental inferior. Ao invés de lugares fixos e definidos para danação do ser humano - são construções mentais reles, onde os Espíritos juntam-se por forçada atração, porém, transitoriamente, tão pronto mudem as disposições para o mal e passem a desejar o bem, por fracamente que seja, aparecem os lidadores da Luz, do Amor e do Bem para retirá-los à regeneração mediante a reencarnação. "(Evolução para o terceiro Milênio. Cap.4. Item16. Ação da Lei nos desvios de rumo. Carlos Toledo Rizzini)