Às irmãs Esmeralda Bittencourt e Isabel B. de Souza.
No santuário da prece,
Toda treva de aflição
Transforma-se em luz sublime
Da aurora de redenção.
A dor que fere e castiga
O coração sofredor,
Converte-se, dentro d’alma,
Em fulcro renovador.
O mal que esparge, às mãos cheias,
Calúnias, golpes, labéus,
É benefício do mundo
Que ajuda escalar os Céus.
A pedrada portadora
De dorida cicatriz,
É degrau vitorioso
Para a vida mais feliz.
A incompreensão que fulmina
Aspirações, ideais,
É porta maravilhosa
De júbilos imortais.
A tempestade que ruge
Qual dragão no céu de anil,
É mensageira operosa,
De graças e bênçãos mil.
Todo o espinho que magoa
Por mais rude, mais cruel,
Transforma-se em flor divina,
Tocada de luz e mel.
Orai sem desfalecer
Nas sombras de vossa cruz
Que a prece nos faz sentir
O Sol do Amor de JESUS!...
(Livro Nosso. Casimiro Cunha. Psicografado por Chico Xavier)