Na higiene da alma

 O perdão é comparável à água lustral do espírito, lavando todas as nódoas que nos assaltam o tecido da existência.

 Não te alegrarás, exibindo a veste salpicada de lama e nem te resignarás a conduzir, cada dia, o lixo da própria casa na concha das próprias mãos.

 Ao invés disso, obrigas-te cada manhã ao ritual da limpeza, a começar por teu próprio corpo, a fim de que a saúde e a higiene te marquem as horas.

  No terreno da própria alma, guardar ressentimentos e mágoas, melindres e dissabores, ante a conduta alheia, é o mesmo que transportar, no reduto do próprio ser, os detritos de nossa marcha, intoxicando-nos a vida.

 Odiar é render culto ao desequilíbrio, maldizer é abrir chagas íntimas, censurar é ferir a esperança, exigir, quase sempre, é aborrecer.

  Lembra-te de que todos temos necessidade da desculpa recíproca, a fim de que a estrada se nos desempeça do pedregulho nela atulhado por nossos próprios erros.

 Recorda o reconforto que recolhes da palavra de estímulo e a bênção de alívio que te afaga o coração, quando as tuas faltas possíveis são recebidas por outrem com tolerância e perdoa, sem condições, a todos os golpes da senda, na certeza de que todo mal desaparecerá para que o bem permaneça.

  Aqui, agora e sempre, seja onde for, aprendamos a esquecer tudo o que representa poeira inútil da caminhada, procurando simplesmente a luz da compreensão e do amor que tudo renova e doura, a caminho da Vida Maior e abrir-se-á renovado caminho na longa peregrinação de trabalho e de experiência em que nos cabe evoluir para Deus.

( Reconforto. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

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