Muralha do tempo

Cap. XVIII – Item 3
        “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta que conduz à perdição.” – Jesus. (Mateus, 7: 13)
        Em nos referindo a semelhante afirmativa do Mestre, não nos esqueçamos de que toda porta constitui passagem incrustada em qualquer construção, a separar dois lugares, facultando livre curso entre eles.
        Porta, desse modo, é peça arquitetônica encontradiça em paredes, muralhas e veículos, permitindo, em todos os casos, franco passadouro.
        E as portas referidas por Jesus, a que estrutura se entrosam?
        Sem dúvida, a porta estreita e a porta larga pertencem à muralha do tempo, situada à frente de todos nós.
        A porta estreita revela o acerto espiritual que nos permite marchar na senda evolutiva, com o justo aproveitamento das horas.
        A porta larga expressa-nos o desequilíbrio interior, com que somos forçados à dor da reparação, com lastimáveis perdas de tempo.
        Aquém da muralha, o passado e o presente.
        Além da muralha, o futuro e a eternidade.
        De cá, a sementeira do “hoje”.
        De lá, a colheita do “amanhã”.
        A travessia de uma das portas é ação compulsória para todas as criaturas.
        Porta larga – entrada na ilusão – saída pelo reajuste...
        Porta estreita – saída do erro – entrada na renovação...
        O momento atual é de escolha da porta, estreita ou larga.
        Os minutos apresentam valores particulares, conforme atravessemos a muralha, pela porta do serviço e da dificuldade ou através da porta dos caprichos enganadores.
        Examina, por tua vez, qual a passagem que eleges por teus atos comuns, na existência que se desenrola, momento a momento.
        Por milênios, temos sido viajores do tempo a ir e vir pela porta larga, nos círculos de viciação que forjamos para nós mesmos, engodados na autoridade transitória e na posse amoedada, na beleza física e na egolatria aviltante.
        Renovemo-nos, pois, em Cristo, seguindo-o, nas abençoadas lições da porta estreita, a bendizer os empecilhos da marcha, conservando alegria e esperança na conversão do tempo em dádivas da Felicidade Maior.
( Espírito da Verdade. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier )

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