Uma ocasião, era quase noite, Jesus mandou seus discípulos que tomassem a barca para voltarem a Cafarnaum. Ele iria mais tarde, pois queria ficar sozinho para orar. Seus discípulos obedeceram e partiram; remavam com dificuldade porque o mar estava agitado. Já se tinham distanciado muitos quilômetros da praia, quando Jesus foi ter com eles, andando sobre o mar. Os discípulos ficaram amedrontados, tomando-o por um fantasma.
— “Não tenham medo”, gritou-lhes Jesus. “Sou eu. Tenham confiança”.
Pedro criou coragem e falou:
— “Se és tu, Senhor, manda que eu vá até onde estás, por cima das águas”.
— “Vem”, ordenou-lhe Jesus.
Pedro desceu da barca e foi. Lá adiante, depois de andar muitos metros, fraquejou na fé e começou a afundar.
— Coitado! exclamou a Cecília. E afogou-se?
— Jesus não deixaria! gritou nervosamente o João André.
— De fato, Jesus não deixou, continuou dona Lina. Pedro pediu-lhe que o salvasse. Jesus correu para ele, estendeu-lhe a mão e repreendeu-o, dizendo:
— “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”
— É verdade. O erro de Pedro foi duvidar. Nunca devemos duvidar de Jesus, disse dona Leonor.
— Entraram na barca e todos os discípulos o adoraram, dizendo:
— “Verdadeiramente tu és filho de Deus!”
— E nós não somos também, dona Lina? perguntou o Antoninho.
— Sim, todos somos filhos de Deus. Mas Jesus é um filho mais velho; por isso sabe mais do que nós e pacientemente nos está ensinando.
A barca abicou à praia e cada um foi para sua casa. É o que vocês vão fazer, depois de orarmos pelo sr. Manoel.
(O Evangelho da Meninada. Cap. 42. Eliseu Rigonatti)