Eis fulgente trilogia,
Criando e desenvolvendo
A Grande Sabedoria.
Mas guardando o trio nobre
Que esclarece e que redime
Temos, em tudo, a Humildade
Brilhando por dom sublime,
Nessa virtude celeste
De transcendente beleza
É que o Céu se comunica
Às bênçãos da natureza.
Vê-la-eis, doce e constante,
Presente embora e esquecida,
Assegurando, bondosa,
Os fundamentos da vida.
A rocha que desprezamos,
Sozinha, triste e inferior,
É o braço firme da Terra
Suportando o vale em flor.
A fonte que chora e canta
Batida na pedra dura
É corrente generosa
Transportando água mais pura.
Os Córregos rebaixados
Às furnas de raro acesso
Compõe o grande rio
Que nos garante o progresso,
A tempestade que sofre
Acusação e labéu
É força que purifica
A majestade do Céu.
A semente pequenina
A segregar-se no chão
É reserva indispensável
De paz, alegria e pão.
O ferro que experimenta
A pressão da forja em brasa
Conquista graça e respeito
Na serventia da casa.
A lagarta rude e feia
De mascara monstruosa
Tece o fio primoroso
Para a seda preciosa.
A pedra pobre a ocultar-se
Servindo sem descansar,
Assegura o reconforto
E a segurança do lar.
O papel simples e frágil
Quase inútil na aparência
Recolhe as fulgurações
Que nascem da inteligência.
A santa simplicidade
Em sua auréola bendita
Conserva a gloria de Deus
A refazer-se infinita.
Busquemos, pois, a Humildade,
Sob as lições de Jesus,
E guardaremos conosco
As bênçãos de Amor e Luz.
(Através do tempo. Espírito Casimiro Cunha. Psicografia em Reunião Pública Data – 26-7-1956 Local – Centro Espírita Humildade, Amor e Luz,
na cidade de Monte Carmelo, Minas. Chico Xavier)