Fred, o garotinho feio

Era uma vez um garotinho que se chamava Frederico, mas todos o conheciam como Fred. Ele era o caçula de nove irmãos. Mas Fred era diferente, ele era feio, muito feio. O coitado tinha as pernas e braços tortos, o rosto esquisito, parecia um monstrinho.

Os irmãos não brincavam muito com ele, porque Fred era muito lento e desengonçado. Não conseguia correr, pular, jogar bola como os outros. Alguns até riam dele e debochavam do seu jeito de andar. Não adiantava muito as recriminações de seus pais, que sempre diziam:

-Não façam isso, ele é uma criança como vocês.

Nem na escola ele ia, porque nenhum colégio queria aceitar um menino tão feio e esquisito, para não espantar os outros alunos. Tinha que aprender tudo em casa mesmo, com sua mãe.

Fred quase não saia de casa. Os olhares das pessoas às ferem mais do que as palavras. Todos pareciam achar que a feiura de Fred era contagiosa. Os vizinhos não brincavam com ele, porque suas mães não deixavam.

Como sofria aquele garotinho. Sofria e chorava pelos cantos da casa ou nos braços de sua mãe. E os dois choravam juntos...

- Como os seres humanos podem ser tão desumanos? - pensavam - Quando começarão a ver os deficientes como pessoas normais, que lutam pelo seu espaço? Choram, sofrem e amam como todos nós?

E o tempo foi passando. Ele foi crescendo, sua aparência foi piorando, mas em compensação ele foi ficando mais bonito por dentro.

Ele conseguia escrever poemas cheios de ternura e amor, pintar lindamente mesmo com seus braços defeituosos e mãos tortas. Era amigo de todos, amava a vida, tratava a todos com carinho e atenção.

Sempre quando algum irmão seu tinha problemas, ia à sua procura para desabafar. Ele escutava com atenção e procurava ajudar.

- Esse Fred é um amigão - diziam.

E ajudava a todos que batiam à sua porta, com seu jeito especial.

Até os vizinhos agora gostavam dele...

Fred não ficava mais só em casa, porque as pessoas começaram a vê-lo de maneira diferente.

- Fred não é feio, é lindo - pensavam.

- quem dera se todos fossem iguais a ele, esse mundo seria tão diferente...

Mas, um dia...

Um dia ele acordou sentindo muita dor, seus pais preocupados chamaram o médico.

- O que será que está acontecendo?

- Será que é grave? - pensavam.

A doença era grave.

Foi uma tristeza geral.

Ele que sempre cuidou de todos com carinho e atenção agora necessitava de cuidados.

Fred, sempre sorrindo, não deixava que ninguém percebesse a gravidade de seu problema, a intensidade de suas dores.

- Oh Deus! Que eu tenha forças para suportar esse sofrimento até o fim... e, Senhor, cuide de todos por mim. Agora que não posso mais. - Orava em seu

quartinho.

Suportou até o fim, sem se queixar ou lamentar.

Deixou muitas saudades...

Saudades daquele garotinho feio, tão desprezado, mas que com o passar do tempo, amado por todos.

Um patinho feio por fora, que por dentro, se transformou num lindo cisne.

UM CISNE DE BONDADE, AMOR E LUZ,QUE TODOS NÓS PODEREMOS SER. BASTA QUERER.

QUERER COM O CORAÇÃO E FAZER COM AMOR.

Quem sabe, um dia... seremos todos cisnes?

(autora Luciana - participante da Sala Evangelize CVDEE)

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