EXISTEM ESPÍRITOS SOCORRISTAS QUE AUXILIAM AQUELES QUE DESENCARNAM COLETIVAMENTE EM CATÁSTROFES NO PLANO FÍSICO?

Quando ocorre no plano físico uma desencarnação coletiva devido a acidentes aéreos,  guerras, ou flagelos naturais (tais como: tempestades, terremotos, tsunamis, etc...), imediatamente, no mundo espiritual, os Centros ou Núcleos de Pronto Socorro e Atendimento Espiritual mais próximos tomam conhecimento da ocorrência, providenciando com a máxima urgência o socorro das vítimas.

Equipes de socorro espiritual dirigem-se imediatamente ao local da catástrofe para a prestação do respectivo socorro e demais providências de amparo assistencial. Um exemplo disso, pode ser observado no livro "Ação e reação", onde o Espírito André Luiz faz o seguinte relato do resgaste das vítimas de um desastre de avião:

"O quadro patético era tão real à nossa observação, que podíamos ouvir os gemidos daqueles que despertavam desfalecentes, as preces dos socorristas e as conversações dos enfermeiros que concertavam providências à pressa...

(...)No momento serão retirados da carne tão-somente aqueles cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes favorece o afastamento rápido da armadura física, permanecerão ligados, por mais tempo, aos despojos que lhes dizem respeito.

Quantos dias? - clamou meu colega, incapaz de conter a emoção de que se via possuído.

- Depende do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea - respondeu-nos o mentor. - Alguns serão detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias... Quem sabe? Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é que "morte física" não é o mesmo que "emancipação espiritual".

- Isso, no entanto - considerei -, não quer dizer que os demais companheiros acidentados estarão sem assistência, embora coagidos a temporária detenção nos próprios restos.

- De modo algum - ajuntou o amigo generoso -, ninguém vive desamparado. O amor infinito de Deus abrange o Universo. Os irmãos que se demoram enredados em mais baixo teor de experiência física compreenderão, gradativamente, o socorro que se mostram capazes de receber. "(Ação e Reação. Cap. 18. Espírito André Luiz.  Psicografado por Chico Xavier)

No livro "Os Mensageiros", ditado também pelo espírito André Luiz, o administrador de um posto de socorro, chamado Alfredo, explica ao instrutor Aniceto como ficam os postos de socorro após uma grande guerra mundial:

"Os Postos de Socorro de várias colônias, ligadas a nós, estão superlotados de europeus desencarnados violentamente. Fomos notificados de que as súplicas da Europa dilaceram o coração angélico dos mais altos cooperadores de Nosso Senhor Jesus-Cristo. Aos terríveis bombardeios na Inglaterra, na Holanda, Bélgica e França, sucedem-se outros de não menor extensão.

Depois de reiteradas assembléias dos nossos mentores espirituais, resolveu-se providenciar a remoção de, pelo menos, cinqüenta por cento dos desencarnados na guerra em curso, para os nossos núcleos americanos. Temos aqui o nosso campo de concentração com mais de quatrocentos.

- Mas não há dificuldade no socorro a essa gente? - indagou Aniceto em tom grave. - E a questão da linguagem?

- Os serviços de socorro, apesar de intensos na Europa, têm sido muito bem organizados, explicou Alfredo -; para cada grupo de cinqüenta infelizes, as colônias, do Velho Mundo fornecem um enfermeiro-instrutor, com quem nos possamos entender, de modo direto. Desse modo, o problema não pesa tanto, porque nossa parte de colaboração consta de fornecimento de pessoal de serviço e de material de assistência.

- Não seria, porém, mais justo - indagou Vicente - que os desencarnados dessa espécie fossem mantidos nas próprias regiões do conflito?

Alfredo sorriu e explicou:

- Nossos instrutores mais elevados são de parecer que essas aglomerações seriam fatais à coletividade dos Espíritos encarnados. Determinariam focos pestilenciais de origem transcendente, com resultados imprevisíveis. Inúmeros de nossos irmãos que perdem o corpo nas zonas assoladas não conseguem subtrair-se ao campo da angústia; mas, quantos ofereçam possibilidades de transferência para cá, dentro das nossas cotas de alojamento, são retirados dali, sem perda de tempo, para que seus pensamentos atormentados não pesem em demasia nas fontes vitais das regiões sacrificadas." (Os Mensageiros. Cap. 18. Espírito André Luiz.  Psicografado por Chico Xavier)

Sobre a desencarnação após um combate, em "O Livro dos Espíritos" os Espíritos Superiores  fazem o seguinte esclarecimento:

"Dá-se, nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade lhe surge." (O Livro dos Espíritos.  Questão 546. Allan Kardec)

O Espírito que, como espectador, assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se a alma do corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação?

"Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distinguí-lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Tendo-se a vida toda concentrado no Espírito, só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele é que fazem determinações." (O Livro dos Espíritos.  Questão 548. Allan Kardec)

No livro "Transição Planetária", o Espírito Manoel Philomeno de Miranda relata como ocorreu o resgate de Espíritos após o tsunami que resultara do choque de placas tectônicas no abismo das águas do Oceano Índico:

"A administração da nossa comunidade destacara duas centenas de especialistas em libertação dos despojos carnais, a fim de cooperarem com os Guias da Humanidade, auxiliando aqueles que foram atingidos pela fúria das ondas gigantescas e das suas consequências.

(...) Também nos sensibilizaram a movimentação e o interesse dos países civilizados providenciando ajuda imediata ao povo desnorteado, todos contribuindo com valiosa colaboração capaz de amenizar os flagelos que vergastavam as vítimas, hebetadas umas pelos choques violentos e outras quase alucinadas pelo desespero e pela desesperança.

Sabíamos que milhares de Espíritos nobres haviam acorrido (socorrido) em auxílio de todos, empenhando-se em resgatá-los das Entidades infelizes e vampirizadoras, interessadas no fluido vital dos recém-desencarnados." (Transição Planetária. Cap. 1. Espírito Manoel Philomeno de Miranda.  Psicografado por Divaldo Franco)

Sobre estas desencarnações coletivas, de modo geral, Allan Kardec faz a seguinte explicação:

"Em certas épocas, determinadas pela sabedoria divina,essas emigrações e imigrações se operam por massas mais ou menos consideráveis, em virtude das grandes revoluções que lhes ocasionam a partida simultânea em quantidades enormes, logo substituídas por equivalentes quantidades de encarnações. Os flagelos destruidores e os cataclismos devem, portanto, considerar-se como ocasiões de chegadas e partidas coletivas, meios providenciais de renovamento da população corporal do globo, de ela se retemperar pela introdução de novos elementos espirituais mais depurados. Na destruição, que por essas catástrofes se verifica, de grande número de corpos, nada mais há do que rompimento de vestiduras;nenhum Espírito perece; eles apenas mudam de planos; em vez de partirem isoladamente, partem em bandos, essa a única diferença, visto que, ou por uma causa ou por outra, fatalmente têm que partir, cedo ou tarde.

As renovações rápidas, quase instantâneas, que se produzem no elemento espiritual da população, por efeito dos flagelos destruidores, apressam o progresso social; sem as emigrações e imigrações que de tempos a tempos lhe vêm dar violento impulso, só com extrema lentidão esse progresso se realizaria.

É de notar-se que todas as grandes calamidades que dizimam as populações são sempre seguidas de uma era de progresso de ordem física, intelectual, ou moral e, por conseguinte, no estado social das nações que as experimentam. É que elas têm por fim operar uma remodelação na população espiritual, que é a população normal e ativa do globo." (A Gênese. Cap.11.  Item 36 e 37. Allan Kardec)

Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?

"Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos." (O Livro dos Espíritos. Questão 737. Allan Kardec)

Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?

"Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo." (O Livro dos Espíritos. Questão 740. Allan Kardec)

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