Os estudos de Freud sobre os sonhos marcam um momento significativo na evolução dos estudos psicológicos modernos. Sem querer e ate mesmo sem o perceber, o gênio vienense batia na porta certa do castelo da alma. O ceticismo de Freud não lhe permitiu entrar pela porta, mas coube ao seu discípulo Karl Jung aventurar alguns passos nesse sentido. Jung era médium e relata episódios curiosos nas suas memórias, referentes a fenômenos mediúnicos ocorridos com ele na presença do mestre. Hoje, psicanalistas mais audaciosos, como Jean Ehrenwald, apoiados na franquia parapsicologica, investigam os sonhos paranormais e procuram utilizá-los na clinica.
Kardec – quando Freud estava ainda na primeira infância – realizou pacientes e profundas investigações sobre a libertação da alma durante o sono. Esse trabalho, realizado na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, foi publicado na RevistaEspírita e pode hoje ser consultado pelos estudiosos. A coleção da Revista, em 12 volumes, foi traduzida integralmente pelo Engo Julio Abreu Filho e editada em Sao Paulo pela Edicel.
Chico Xavier recebeu psicograficamente, na serie “Nosso Lar”, de Andre Luiz, e em outros escritos, descrições curiosas dos espíritos sobre a influencia espiritual em nossas vidas através dos sonhos. E o episodio que nos relata constitui uma prova espontânea da legitimidade da teoria espírita dos sonhos, constante de O Livro dos Espíritos. Uma prova a mais, pois na verdade sao muitas as provas espontâneas dadas em todo o mundo.
Como vemos no episodio citado, o poeta Juca Muniz atendeu aos apelos do amigo através do sonho. E para confirmar o sonho, psicografou os seus versos pela mediunidade de Chico Xavier antes que aquele chegasse a encontrar-se com o médium. As tentativas de explicação telepática desse episodio só podem partir de pessoas sectarias. As provas parapsicológicas dos fenômenos theta e a identificação do poeta comunicante desfazem a hipótese de telepatia.
(Diálogo dos vivos. J. Herculano Pires. Chico Xavier)