Não é possível se proteger dos fluidos maléficos com sal grosso, banho de ervas, folhas de arruda, incenso, cristais, amuletos, explosão de pólvora, nem com crucifixos, água benta ou fita crepe no umbigo. As energias negativas não podem ser combatidas por meio de objetos materiais, plantas ou substâncias, pois nenhuma "barreira física" pode impedir a absorção dos fluidos maléficos pelo indivíduo, caso ele entre em sintonia com pensamentos de espíritos inferiores. Portanto, só poderemos evitar a absorção de energias negativas pelo perispírito (corpo espiritual) elevando o nosso pensamento, pela prática do bem e por meio da prece.
Segundo Allan Kardec, "O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais." (A Gênese. Cap. 14. Item 18. Allan Kardec)
"Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem." (A Gênese. Cap. 14. Item 17. Allan Kardec)
"(...) Suponhamos (...) duas pessoas próximas uma da outra, cada qual envolvida por sua atmosfera perispiritual, ─ permitam-nos o neologismo. Esses dois fluidos põem-se em contato e se penetram um no outro. Se eles forem de natureza antipática, repelem-se, e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem se darem conta disso. Se, ao contrário, forem movidos por um sentimento bom e benevolente, carregarão consigo um pensamento benevolente que atrai. É por isso que duas pessoas se compreendem e se adivinham sem se falarem. Um certo não sei quê por vezes diz que a pessoa que temos diante de nós deve estar animada por tal ou qual sentimento. Ora, esse não sei quê é a expansão do fluido perispiritual da pessoa em contato com o nosso, espécie de fio elétrico condutor do pensamento. " (Revista Espírita. Dezembro de 1862. Estudo sobre os possessos de Morzine. Allan Kardec)
"Ninguém pode desconhecer que o pensamento é uma força. É, porém, uma força puramente moral e abstrata? Não, pois do contrário não se explicariam certos efeitos do pensamento e, ainda menos, da comunhão de pensamentos. Para compreendê-lo é preciso conhecer as propriedades e a ação dos elementos que constituem nossa essência espiritual, e é o Espiritismo que no-las ensina.
O pensamento é o atributo característico do ser espiritual. É ele que distingue o espírito da matéria. Sem o pensamento, o espírito não seria espírito. A vontade não é um atributo especial do espírito; é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento transformado em força motriz. É pela vontade que o espírito imprime aos membros e ao corpo movimentos num determinado sentido.
Mas, se ele tem a força de agir sobre os órgãos materiais, quanto maior não deve ser essa força sobre os elementos fluídicos que nos rodeiam! O pensamento age sobre os fluidos ambientes, como o som age sobre o ar; esses fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se dizer, portanto, com toda certeza, que há nesses fluidos ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.
Uma assembleia é um foco de onde se irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos onde cada um produz a sua nota. Disso resulta grande quantidade de correntes e de eflúvios fluídicos dos quais cada um recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música, cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.
Entretanto, assim como há raios sonoros harmônicos ou discordantes, há também pensamentos harmônicos e discordantes. Se o conjunto for harmônico, a impressão será agradável; se ele for discordante, a impressão será penosa. Ora, para tanto, não é necessário que o pensamento seja formulado em palavras, porquanto a radiação fluídica não deixa de existir, quer seja ou não expressa. Se todos forem benevolentes, todos os assistentes experimentarão um verdadeiro bem-estar e sentirse-ão à vontade. No entanto, se ali se misturarem alguns maus pensamentos, eles produzirão o efeito de uma corrente de ar gelado num meio tépido.
Essa é a causa do sentimento de satisfação que se experimenta numa reunião simpática; aí reina algo como que uma atmosfera salubre, onde se respira à vontade; daí se sai reconfortado, porque aí nos impregnamos de eflúvios salutares. Assim também se explicam a ansiedade e o mal-estar indefinível que sentimos num meio antipático, onde pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas malsãs.
A comunhão de pensamentos produz, pois, uma espécie de efeito físico que age sobre o moral. É isto que somente o Espiritismo poderia tornar compreensível. O homem o sente instintivamente, porquanto procura as reuniões onde sabe que vai encontrar essa comunhão. Nessas reuniões homogêneas e simpáticas, ele absorve novas forças morais. Poder-se-ia dizer que ele aí recupera as perdas fluídicas que ocorrem diariamente pela radiação do pensamento, assim como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material." (Revista Espírita. Dezembro de 1864. Da comunhão do pensamento. Allan Kardec)
De acordo com o Espírito André Luiz, "Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extrafísico, encontramos o pensamento por agente essencial.
Entretanto, ele ainda é matéria, - a matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.
Temos, ainda aqui, as formações corpusculares, com bases nos sistemas atômicos em diferentes condições vibratórias, considerando os átomos, tanto no plano físico, quanto no plano mental, como associações de cargas positivas e negativas.
Isso nos compele naturalmente a denominar tais princípios de "núcleos, prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais", em vista da ausência de terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos apontamentos.
Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei dos "quanta de energia" e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.
Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da vontade, estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria. " (Mecanismos da mediunidade. Cap. 4. Espírito André Luiz. Psicografado por Chico Xavier)
Segundo Carlos Toledo Rizzini, "Na verdade, vivemos num universo de ondas; até as partículas elementares usuais da matéria, elétrons e prótons, ao se deslocarem originam uma onda associada. Raios diversos atravessam a nossa atmosfera em todas as direções e a todo instante. Nesse contexto físico, o cérebro surge como um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual; é ainda considerado matéria (matéria mental), mas, segundo os nossos padrões, matéria rarefeita que se comporta como energia.
A palavra vibração e seus derivados são empregados muito extensamente na linguagem espírita. Para compreender o seu sentido, no caso, e o de sintonia, igualmente muito difundida, convém examinar a questão fazendo apelo primeiro aos aspectos físicos desses conceitos.
Uma vibração é um movimento de vaivém, como executa o pêndulo de um relógio, aí muito lentamente, é claro. Chama-se movimento vibratório e pode ser comparado a uma oscilação e a uma pulsação. As ondas quando se deslocam no espaço executam esse tipo de movimento, quer dizer: a luz, por exemplo, não segue em frente sob a forma de um fluxo contínuo como água jorrando de uma torneira, mas caminha executando movimentos internos de vaivém. O movimento vibratório costuma ser caracterizado por duas medidas definidas: I) comprimento de onda, que é o espaço percorrido durante uma vibração completa; 2) frequência, que é o número de vibrações por segundo. Assim, uma radiação ou onda pode ser curta, longa, etc., ou rápida, lenta, etc. Servem de exemplo os raios ultravioletas com 0,004mm de comprimento de onda e 750 trilhões de frequencia (são os raios mais rápidos da radiação solar), e os raios X, que medem 0,000.000.03-0.000.000.15mm, sendo curtíssimos e extremamente rápidos. Quanto menor o comprimento de onda, tanto maior é a frequência vibratória e a capacidade de penetrar. Os espíritos puros emitem raios ultracurtos, dotados de magno poder de penetração. Por padrão vibratório designa-se o tipo de vibrações de um indivíduo: baixo, inferior, elevado, etc. "
(...) Sintonia é a identidade ou harmonia vibratória, isto é, o grau de semelhança das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados. Estão em sintonia pessoas e espíritos que têm pensamentos, sentimentos e ideais semelhantes. Por outras palavras, a sintonia é uma expressão física de uma realidade mais profunda, que é a afinidade moral. " (Evolução para o terceiro milênio. Parte II. Cap.4 . Item 11. Carlos Toledo Rizzini)
O Espírito Joanna de Ângelis afirma: "Todo o movimento e realização no mundo são produto das forças mentais que se transferem de uma para outra antena psíquica, de um para outro lugar, construindo e demolindo, ativando ou desarticulando obras. Envolve-te no pensamento do bem e ora sempre, a fim de que as tuas sejam forças mentais enobrecidas. A oração proporciona sintonia com as irradiações superiores da Mente divina, na qual mergulharás, beneficiando-te com elas. Se te manténs inadvertido a respeito do intercâmbio psíquico e não vigias, sofrerás o efeito daninho de muitas mentes que te buscam, roubando-te vitalidade ou impondo-te suas cargas nem sempre saudáveis, que te submeterão. Estás sempre em sintonia, queiras ou não, com as forças mentais que se movimentam no mundo. Conforme a tua identificação emocional, externarás vibrações que se vincularão a outras de igual teor vibratório. "(Dias gloriosos. Cap. 2 - Forças mentais. Espírito Joanna de Ângelis. Psicografado por Divaldo P. Franco).
Martins Peralva faz o seguinte esclarecimento : "Como sabemos, a influenciação dos Espíritos, sobre os encarnados, se exerce pela sintonia. Pessoa cujos pensamentos, palavras e ações determinam um padrão vibratório inferiorizado, estará, a qualquer tempo, a mercê das entidades perturbadas e perturbadoras.
Vinculamo-nos aos Espíritos pela fusão magnética, o que implica em reconhecermos o acentuado coeficiente de responsabilidade que nos cabe, por permitirmos que a nossa "casa mental" seja ocupada por hóspedes, menos esclarecidos.
Existindo afinidade, haverá, logicamente, fusão magnética. A reciprocidade vibratória ergue uma ponte entre a nossa e a mente dos desencarnados.
Quando deixar de existir esta compensação vibratória, em virtude do esclarecimento nosso ou do desencarnado, a quem muitas vezes impropriamente denominamos de "perseguidor", haverá, então, o "despejo" do "hóspede" inoportuno, à maneira do senhorio que manda embora o inquilino que lhe não pagou os aluguéis combinados.
Despejado, o Espírito irá em busca de outra "casa mental", se as bênçãos do esclarecimento não repercutirem no seu mundo interior.
(...)Raciocinando desta forma, somos compelidos a crer que o estudo e a meditação serão forças valiosas no processo de nossa renovação espiritual. Modificado o centro mental, nossa alma pode agir com mais desenvoltura.
Substituidos os pensamentos enfermiços ou malévolos por ideais enobrecedores, o encetamento de atividades edificantes ser-nos-á penhor de integral e definitiva libertação do incômodo jugo das entidades menos esclarecidas. O estudo, a meditação e o trabalho no bem serão, assim, os nobres instrumentos com que desligaremos as "tomadas mentais", efetuando, por conseguinte, o "despejo" dos desencarnados." (Estudando a mediunidade. Cap. 8- Tomadas mentais. Martins Peralva).
Sobre este assunto, Allan Kardec também obteve a seguinte resposta dos Espíritos Superiores:
Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
"Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: "Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal."(O Livro dos Espíritos. Questão 469. Allan Kardec)
O melhor meio de expulsar os maus Espíritos, e consequentemente, afastar as energias negativas provenientes deles, consiste em atrair os bons e entrar em sintonia com eles. Atraí, pois, os bons Espíritos, praticando todo o bem que puderdes, e os maus desaparecerão, visto que o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e somente bons Espíritos tereis junto de vós. Jesus Cristo, já havia recomendado: vigiai e orai, para não entrar em sintonia com os espíritos inferiores.