É POSSÍVEL RECONHECER OS SINAIS DA OBSESSÃO ESPIRITUAL?

"A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. (...) A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita. (...) Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que um Espírito tira e que com freqüência se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência." (O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 28. Item 81. Allan Kardec)

Em "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec apresenta três graus principais da obsessão: obsessão simples, fascinação e subjugação.

- Obsessão simples: "Dá-se a obsessão simples, quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de se comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados." (O Livro dos Médiuns. Cap. 23. Item 238. Allan Kardec)

- Fascinação:  "A fascinação tem conseqüências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando..."(O Livro dos Médiuns. Cap. 23. Item 239. Allan Kardec)

- Subjugação: "A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários." (O Livro dos Médiuns. Cap. 23. Item 240. Allan Kardec)

Reconhece-se a obsessão (nos médiuns) pelas seguintes características:

"1ª Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;

2ª Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;

3ª Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;

4ª Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam;

5ª Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;

6ª Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;

7ª Necessidade incessante e inoportuna de escrever;

8ª Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;

9ª Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto." (O Livro dos Médiuns. Cap. 23. Item 243. Allan Kardec)

"(...) os eflúvios  maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.  Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais." (A Gênese. Cap. 14. Item 18. Allan Kardec)

"Há, pois, Espíritos obsessores cuja ação pode ser perniciosa à razão e à saúde." (Revista Espírita. Fevereiro de 1866. Curas de obsessões. Allan Kardec)

No entanto, Allan Kardec adverte: "Não confundamos a  loucura patológica com a obsessão; esta não provém de lesão alguma cerebral, mas da subjugação que Espíritos malévolos exercem sobre certos indivíduos, e que, muitas vezes, tem as aparências da loucura  propriamente dita."  (O que é o Espiritismo? Cap. 1. Segundo diálogo. Allan Kardec)

No início do processo obsessivo, os exames médicos não conseguem detectar que as doenças podem ser decorrentes dos maus fluidos, pois  ainda não atingiram o corpo físico. Por este motivo, muitos médicos não conseguem diagnosticar as causas de algumas doenças por sinais exteriores materiais e somente o Espiritismo consegue explicar e realizar o tratamento adequado.

Porém, segundo o Codificador, "A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo." ( O Evangelho Segundo o Espiritismo.  Cap. 28. Item 84. Allan Kardec)

Sobre os fluidos, o perispírito e a mente, trazemos para nosso entendimento as palavras do benfeitor espiritual Bezerra de Menezes, registradas por Yvonne Pereira no livro Recordações da Mediunidade, capítulo 10: " O perispírito, meus amigos, é corpo vivo, passível não só de adoecer se a mente enferma, mas de refletir também estados conscienciais deploráveis ou sublimes, e os estados conscienciais muito graves poderão ocasionar doenças mentais em um ser encarnado, e convenhamos que tal estado até mesmo se retrata no aspecto fisionômico do indivíduo.

Todos esses casos, influindo no sistema nervoso, afetarão, muitas vezes, o cérebro, uma vez que o primeiro é o veículo natural do perispírito, no estado de encarnação. Daí o fato de os sistemas glandulares do aparelho cerebral humano serem atingidos. Ataques, convulsões, epilepsia, hipocondria, neurastenia e depressões têm origens espirituais e não raro são casos também fundamentados na obsessão, na sugestão hipnótica obsessora (a sugestão hipnótica nada mais é do que obsessão temporária, quando não for positiva), etc. O tratamento psíquico em tais casos será de grande valia, embora não dispense o físico.

Viciando a mente com pensamentos inferiores de qualquer natureza, uma pessoa estará sujeita ao desequilíbrio total e, possivelmente, provocando  assédio obsessor dos afins desencarnados. Esses são  obsidiados por si próprios ou  por outrem, porque o  desejam. A cura, nesses casos, mais do que nos demais, dependerá deles próprios, ou seja, da sua renovação moral e mental, da prática do bem, da reeducação total que se impõem, sendo, portanto, tais casos, muito  difíceis de serem removidos. Não percamos de vista que o corpo humano é apenas um aparelho  delicado, cujas baterias e sistemas condutores de vida são dirigidos pelas forças do perispírito, e este, por sua vez, comandado será pela vontade, isto é, a consciência, a mente. "(Recordações da mediunidade. Cap. 10. Yvonne A. Pereira)

Segundo o Espírito Lourenço Prado, "Obsessão é a ideia fixa em situações deprimentes, provocando, em nosso desfavor, os eflúvios enfermiços das almas que se fixaram nas mesmas situações." (Instruções psicofônicas. Cap. 38. Lourenço Prado. Psicografado por Chico Xavier)

Em relação às pessoas em geral, no livro "Nos bastidores da obsessão", o autor Manoel Philomeno de Miranda cita outras características para se reconhecer a obsessão:

"Quando, você escute nos recessos da mente uma idéia torturante que teima por se fixar, interrompendo o curso dos pensamentos; quando constate, imperiosa, atuante força psíquica interferindo nos processos mentais; quando verifique a vontade sendo dominada por outra vontade que parece dominar; quando experimente inquietação crescente, na intimidade mental, sem motivos reais; quando sinta o impacto do desalinho espiritual em franco desenvolvimento, acautele-se, porque você se encontra em processo imperioso e ultriz de obsessão pertinaz.

Transmissão mental de cérebro a cérebro, a obsessão é síndrome alarmante que denuncia enfermidade grave de erradicação difícil. A princípio se manifesta como inspiração sutil, depois intempestivamente, para com o tempo fazer-se interferência da mente obsessora na mente encarnada, com vigor que alcança o climax na possessão lamentável.

Idéia negativa que se fixa, campo mental que se enfraquece, dando ensejo a idéias negativas que virão.

Da mesma forma que as enfermidades orgânicas se manifestam onde há carência, o campo obsessivo se desloca da mente para o departamento somático onde as imperfeições morais do pretérito deixaram marcas profundas no perispírito.

Tabagismo - O fumo, pelos danos que ocasiona ao organismo, é, por isso mesmo, perigo para o corpo e para a mente. Hábito vicioso, facilita a interferência de mentes desencarnadas também viciadas, que se ligam em intercâmbio obsessivo simples a caminho de dolorosas desarmonias...

Alcoolofilia - Embora necessário para o organismo sujeito a climas frios, o álcool em dosagens mínimas acelera a digestão, facilitando a diurese (1). No entanto, pelas consequências sócio-morais que acarreta, quando se perverte em viciação criminosa, simples em começo e depois aberrante, é veículo de obsessores cruéis, ensejando, a alcoólatras desencarnados, vampirismo impiedoso, com consequentes lesões do aparelho fisiopsíquico.

Sexualidade - Sendo porta de santificação para a vida, altar de preservação da espécie, é, também, veículo de alucinantes manifestações de mentes atormentadas, em estado de angústia pertinaz. Através dele, sintonizam consciências desencarnadas em indescritível aflição, mergulhando, em hospedagem violenta nas mentes encarnadas, para se demorarem em absorções destruidoras do plasma nervoso, gerando obsessões degradantes...

Estupefacientes - Á frente da ação deprimente de certas drogas que atuam nos centros nervosos, desbordam-se os registros da subconsciência, e impressões do pretérito ressurgem, misturadas às frustrações do presente, já em depósito, realizando conúbio desequilibrante, através do qual desencarnados em desespero emocional se locupletam, ligando-se aos atormentados da Terra, conjugando à sua a loucura deles, em possessão selvagem...

Alienação mental - Sendo todo alienado, conforme o próprio verbete denuncia, um ausente, a alienação mental começa, muitas vezes, quando o espírito retoma o corpo pela reencarnação em forma de limitação punitiva ou de corrigenda, ligado a credores dantanho, em marcha inexorável para o aniquilamento da razão, quando não se afirma nas linhas do equilíbrio moral...

Glutoneria, maledicência, ira, ciúme, inveja, soberba, avareza, medo, egoísmo, são estradas de acesso para mentes desatreladas do carro somático em tormentosa e vigilante busca na Erraticidade, sedentas de comensais, com os quais, em conexão segura, continuam o enganoso banquete do prazer fugido...

Por essa razão, a Doutrina Espírita, em convocando o homem ao amor e ao estudo, prescreve como norma de conduta o Evangelho vivo e atuante - nobre Tratado de Higiene Mental - através de cujas lições haure o espírito vitalidade e renovação, firmeza e dignidade, ensinando a oração que enseja comunhão com Deus, prescrevendo jejum, ao crime e continência em relação ao erro, num vademecum salvador para uma existência sadia na Terra, com as vistas voltadas para uma vida espiritual perfeita." (Nos bastidores da obsessão. Examinando a obsessão. Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Psicografado por Divaldo Franco)

Obs. (1): Alguns médicos falam sobre a desnecessidade do uso de alcoólicos mesmo nos climas frios. - Nota do Autor espiritual.

"Em resumo, a prece fervorosa e  os esforços  sérios por se melhorar são os  únicos meios  de  afastar  os  maus  Espíritos , que reconhecem seus mestres naqueles que praticam o bem, ao passo que as fórmulas lhes provocam o riso." (...) Por vezes, entretanto, acontece que a subjugação atinge o ponto de paralisar a vontade do obsedado, e que deste não se pode esperar nenhum concurso valioso. É sobretudo então que a intervenção de terceiros se torna necessária, quer pela prece, quer pela ação magnética. Mas o poder dessa intervenção também depende do ascendente moral que o interventor possa ter sobre os Espíritos, porque, se não valerem mais, sua ação será estéril." (Revista Espírita. Dezembro de 1862. Estudo sobre os possessos de Morzine. Allan Kardec)

"Como hoje há muitos  médicos  espíritas (2), em casos semelhantes convém a estes recorrer. Um dia a obsessão será colocada entre as causas patológicas, como o é hoje a ação de animais microscópicos, de cuja existência não se suspeitava antes da invenção do microscópio. Mas então reconhecer-se-á que nem as duchas nem as sangrias poderão curá-la. O médico que não admite nem busca senão causas puramente materiais é tão impróprio a compreender e tratar tais afecções quanto um cego o é para distinguir as cores. "(Revista Espírita.  Fevereiro de 1863. Estudos sobre os possessos de Morzine. Allan Kardec)

Obs.(2): Se houver dificuldade de encontrar médicos espíritas para receber orientações, todo indivíduo que está sofrendo processo de obsessão poderá procurar um Centro Espírita, que tenha reunião de desobsessão (reservada), para realizar o tratamento necessário, aliado aos recursos terapêuticos da medicina ou ou/e psicologia terrestre, se indicado. 

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