É POSSÍVEL COMBATER OS ATAQUES AO ESPIRITISMO DOS ADVERSÁRIOS NAS REDES SOCIAIS?

Segundo Allan Kardec, "Há uma coisa ainda mais prejudicial ao Espiritismo do que os ataques apaixonados de seus inimigos: é o que publicam, em seu nome, seus pretensos adeptos. Certas publicações são realmente lamentáveis, porque não podem dar do Espiritismo senão uma ideia falsa e expô-lo ao ridículo." (Viagem espírita em 1862 . Instruções particulares dadas aos grupos em resposta a algumas questões propostas. Item VI. Allan Kardec)

Infelizmente, temos observado constantemente em muitos grupos espíritas virtuais divulgações de textos superficiais, com ideias falsas, e sem fins instrutivos, sejam mediúnicos ou não. Além disso, a grande maioria destas publicações não faz menção do verdadeiro autor e não têm nenhuma relação com os ensinamentos do Espiritismo.  Isto ocorre, pois, os administradores ou moderadores destes grupos permitem uma liberdade sem limites, onde os adeptos podem publicar ou comentar o que quiserem, contrariando as orientações do Codificador da Doutrina Espírita, que prezava pela disciplina, seriedade, respeito mútuo e unidade dos princípios do Espiritismo.

De acordo com o Codificador, "É um fato comprovado que o Espiritismo é mais entravado pelos que o compreendem mal do que pelos que absolutamente não o compreendem, e mesmo por seus  inimigos declarados. E é de notar que aqueles que o compreendem mal geralmente têm a pretensão de compreendê-lo melhor que os outros, e não é raro ver noviços pretenderem, ao cabo de alguns meses, dar lições àqueles que adquiriram experiência em estudos sérios. Tal pretensão, que revela o orgulho, é uma prova evidente da ignorância dos verdadeiros princípios da doutrina.

Que os espíritas sinceros, entretanto, não desanimem, pois esse é um resultado do momento de transição que vivemos. As ideias novas não podem estabelecer-se de repente e sem estorvos. Como lhes é preciso varrer as ideias antigas, forçosamente encontram adversários que as combatem e as repelem, e depois, as criaturas que as tomam pelo avesso, que as exageram ou querem acomodá-las a seus gostos ou a suas opiniões pessoais. Mas chega o momento em que, conhecidos e compreendidos os verdadeiros princípios pela maioria, as ideias contraditórias caem por si mesmas.

(...) Para remediar o inconveniente que acabo de assinalar, isto é, para prevenir as consequências da ignorância e das falsas  interpretações , é preciso cuidar da divulgação das ideias justas, de formar adeptos esclarecidos cujo número crescente neutralizará a influência das ideias erradas." (Revista Espírita. Novembro de 1864. O Espiritismo é uma ciência positiva. Allan Kardec)

Para evitar a divulgação de ideias falsas, pessoais, inúteis e divergentes, elaboramos a seguinte sugestão de regulamento para os grupos espíritas virtuais:

1. Os adeptos devem priorizar a divulgação dos trechos originais das obras publicadas por Allan Kardec, mencionando a referência bibliográfica, pois constitui a base da Doutrina Espírita.

2. Quando quiserem divulgar mensagens de obras subsidiárias de Espíritos, médiuns, ou autores espíritas sérios, os responsáveis devem verificar se os conteúdos estão de acordo com a base doutrinária, pois caso contrário, devem ser rejeitados, visto que os príncipios da Codificação não podem ser alterados por um Espírito isolado.

3. Não devem ser publicados textos de obras de espíritos encarnados ou desencarnados considerados pseudo-sábios, que impõe ideias novas fantasiosas e teorias ridículas, pois os adeptos tem o dever de combater a divulgação de teorias falsas e ideias confusas.

4. Não é recomendado aceitar textos de outras vertentes religiosas, haja vista que que o conteúdo pode ser discordante dos conceitos espíritas, e isto pode prejudicar o objetivo principal que é preservar a pureza doutrinária, a unidade de princípios e o intuito de aprender sobre o Espiritismo.

5. Antes de fazer uma pergunta de interesse público, o indivíduo deve realizar uma pesquisa e verificar se já existe a resposta no próprio grupo ou em artigos de sites confiáveis ou nos livros espíritas digitais, pois evita o esforço desnecessário dos voluntários para dar a resposta.

6. Ficam proibidas as questões fúteis e superficiais, de interesse pessoal, sobre interpretação de sonhos, pedidos de preces virtuais, discussões sobre política, ataques às religiões, divulgação de venda de produtos ou consultas mediúnicas, tudo que não tiverem um fim instrutivo e sério.

7. As publicações ou comentários com discurso de ódio serão excluídos, portanto,  todo aquele que possa trazer elementos de perturbação, seja por espírito de hostilidade e de oposição sistemática, poderá ser expulso, para que não se perca o tempo em discussões inúteis.

8. A todos os adeptos, seja qual for a sua religião, corre o dever de recíproca benevolência e bom proceder, cumprindo-lhes, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões pessoais e de amor-próprio, portanto, não queira impor sua convicção e ideias próprias. RESPEITE OS ESPÍRITAS E O ESPIRITISMO!

De acordo com Allan Kardec, "Todas as precauções são poucas para evitar as publicações lamentáveis. Em tais casos, mais vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa.  Em resumo, publicando  comunicações  dignas de interesse, faz-se uma coisa útil. Publicando as que são fracas, insignificantes ou más, faz-se mais mal do que bem." (Revista Espírita. Maio de 1863. Exames das comunicações mediúnicas que nos enviam. Allan Kardec)

"Os adversários do Espiritismo não deixam de objetar que seus adeptos não se acham entre si de acordo; que nem todos partilham das mesmas crenças; numa palavra: que  se contradizem. Ponderam eles: se o ensino vos é dado pelos espíritos, como não se apresenta idêntico? Só um estudo sério e aprofundado da ciência pode reduzir estes argumentos ao seu justo valor." (O Livro dos Médiuns. Cap. 27. Item 297. Allan Kardec)

"Embora o Espiritismo ainda não tenha dito sua última palavra sobre todos os pontos, ele se aproxima de sua completude...

(...) A doutrina é, sem dúvida, imperecível, porque repousa sobre as leis da natureza e que, melhor que qualquer outra, responde às legítimas aspirações dos homens; entretanto sua difusão e sua instalação definitiva podem ser adiantadas ou retardadas por circunstâncias, algumas das quais estão subordinadas à marcha geral das coisas, mas outras são inerentes à própria doutrina, à sua constituição e à sua organização; é destas que temos que nos ocupar especialmente no momento.

(...) haverá sempre os dissidentes de ideias preconcebidas, interesseiros, por uma causa ou por outra, em constituir grupo à parte. É contra sua pretensão que é necessário premunir-se.

Para assegurar a unidade no futuro, uma condição indispensável é que todas as partes do conjunto da doutrina estejam determinadas com precisão e clareza, sem nada deixar no vazio; para isto procedemos de maneira que os nossos escritos não deixassem espaço para a nenhuma interpretação contraditória, e nos esforçaremos para que seja sempre assim. Quando ele tiver dito claramente e sem ambiguidade que dois e dois são quatro, ninguém poderá pretender que dissemos que dois e dois são cinco. Poderão, pois, ao lado da doutrina, formar-se seitas que não lhe adotem os princípios, ou todos os princípios, mas não dentro da própria doutrina, pela interpretação de seu texto, como se formaram, tão numerosas, sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho.  

(...) Acrescentemos que a tolerância, consequência da caridade, que é a base da moral espírita, lhe determina respeitar todas as crenças. Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência como um direito natural imprescritível, diz ela: Se eu tiver razão, os outros acabarão pensando como eu; se eu estiver errada, acabarei por pensar como os outros. Em virtude destes princípios, não jogando pedra em ninguém, ela não dará qualquer pretexto a represálias, e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e atos.
O programa da doutrina, portanto, não será invariável senão nos princípios que passaram ao estado de verdades constatadas; quanto aos outros, ela não os admitirá, como sempre fez, senão a título de hipóteses, até a confirmação. Se lhe for demonstrado que está errada num ponto, ela se modificará nesse ponto. A verdade absoluta é eterna, e por isto mesmo invariável. "(Revista Espírita. Dezembro de 1868. Constituição transitória do Espiritismo. Allan Kardec)

As leis divinas são eternas e imutáveis como o próprio Deus. (Vide: O Livro dos Espíritos. Questão 615. Allan Kardec)

Sendo assim, se os adeptos quiserem contribuir para divulgação dos verdadeiros princípios do Espiritismo e obter um progresso mais rápido da doutrina, não devem publicar hipóteses novas duvidosas, que não foram ainda comprovadas pelo controle universal dos ensinos dos Espíritos (CUEE). A Doutrina Espírita possui seus próprios fundamentos, revelados por Espíritos Superiores,  que são as leis morais do Cristo e leis do mundo material, verdades absolutas imutáveis, determinadas por Deus.   

Portanto, Espíritas façam publicações ou respondam  os comentários nos grupos espíritas conforme os ensinamentos trazidos pelo Espiritismo, sem presunção ou arrogância, usando o critério do bom senso,  da lógica rigorosa e com dados positivos já adquiridos, deste modo estará combatendo os possíveis ataques dos adversários do Espiritismo. 

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