Objetivo: Aprender a observar uma situação de forma qualificada, com compaixão, sem julgar, sem comparar, sem interferir, para não presumir e tirar conclusões precipitadas.
Participantes: Máximo 10 alunos (dupla).
Tempo Estimado: Indeterminado.
Material: Frases e observações.
Descrição: O Evangelizador deverá iniciar a dinâmica dizendo o seguinte: É importante saber avaliar as situações do nosso dia a dia. A capacidade de julgar pode nos proteger de situações que nos colocam em perigo e nos ajudam a avaliar se estamos seguindo o caminho certo. O problema é que quando associamos esta capacidade de julgar com análises "morais" acerca das pessoas, costumamos colocá-las numa posição inferior, causando-lhes grandes prejuízos. Para que isto não ocorra, é preciso saber utilizar as palavras com sabedoria. Quando dizemos frases com adjetivos que generalizam uma atitude, ou utilizamos os advérbios "nunca" e "sempre", fazendo um julgamento que não condiz com a verdade, ofendemos o indivíduo. Por isso, antes de falar algo, o orador motivacional Don Miguel Ruiz nos sugere quatro compromissos:
1° compromisso: Seja impecável com sua palavra...
2° compromisso: Não leve nada para o lado pessoal...
3° compromisso: Não tire conclusões...
4° compromisso: Dê sempre o melhor de si.
Em outras palavras, diante de uma situação incômoda, devemos observar de forma qualificada, com compaixão, sem julgar, sem comparar, sem interferir, para não presumir e tirar conclusões precipitadas. No livro de Marshall Rosenberg, existem alguns exemplos de como não devemos falar (observação com avaliação), e de como deveríamos falar (observação separada de avaliação). Vejamos alguns exemplos:
Quando você vê um homem dando dinheiro para os pobres. Não deve dizer: "Você é generoso demais." (Obs.:Deste modo, você está utilizando um adjetivo que generaliza a atitude e pode ofender o indivíduo.)
Você deveria dizer, de maneira mais detalhada, algo assim: "Quando vejo você dar para os outros todo o dinheiro do almoço, acho que está sendo generoso demais."
Vejamos outra situação... Quando uma estudante entrega um trabalho mal feito. Não deve dizer: "O trabalho dela não será aceito." (Obs.: Deste modo, quando usa o advérbio "não", entende-se que você quis dizer "nunca" ou "jamais", e estes advérbios fazem uma avaliação injusta, afirmando algo que não se sabe) . Você deveria dizer assim: "Este trabalho da maneira que foi apresentado por você pode não ser aceito."
Então, depois desta explicação os alunos devem formar duplas e o Evangelizador deverá entregar uma frase para ser modificada, isto é, devem fazer uma observação da situação separada da avaliação, como se estivesse falando com a pessoa.
1. Situação observada: João não estuda com antecedência para as provas. Não deve dizer assim: "Você vive deixando as coisas pra depois." (Obs.: A palavra "vive" pode ser substituida pelo advérbio "sempre" e faz uma avaliação generalizada).
Deveria dizer deste modo: _________________________________________________________________________________________
Sugestão de resposta: "Você só estuda na véspera das provas."
2. Situação observada: Cristiane não come alimentos saudáveis. Não deve dizer assim: "Se você não fizer refeições balanceadas, sua saúde ficará prejudicada." (Obs.: Usando a palavra "ficará" subtende-se que foi colocado o advérbio "sempre" e desta forma, confunde previsão com certeza).
Deveria dizer deste modo:_________________________________________________________________________________________
Sugestão de resposta: "Se você não fizer refeições balanceadas, temo que a sua saúde fique prejudicada."
3. Situação observada: No trabalho, Mariana não ajudou a sua chefe nas três últimas vezes em que pediu ajuda. Não deve dizer assim: " Você raramente faz o que eu quero. " (Obs.: A palavra "raramente" pode ser substituida por "quase nunca" e faz uma avaliação generalizada).
Deveria dizer deste modo:_________________________________________________________________________________________
Sugestão de resposta: "Nas últimas três vezes que te pedi ajuda, você me negou."
4. Situação observada: Em vinte partidas, Zequinha não jogou bem. Não deve dizer assim: "Você é um péssimo jogador de futebol." (Obs.: O adjetivo " péssimo" é ofensivo e faz uma avaliação dura)
Deveria dizer deste modo:_________________________________________________________________________________________
Sugestão de resposta: "Em vinte partidas, você não marcou nenhum gol."
5. Situação observada: Muitos não gostam da aparência de Carlos. Não deve dizer assim: "Você é muito feio." (Obs.: O adjetivo " feio" é ofensivo e faz uma avaliação que diminui o indivíduo) .
Deveria dizer deste modo:_________________________________________________________________________________________
Sugestão de resposta: "A sua aparência não me atrai, gosto mais de pessoas com os olhos puxados."
Após elaborar as frases, cada dupla deverá ler diante da turma, o "antes" e o "depois", para o Evangelizador avaliar e corrigir, caso seja necessário.
Comentário final: Entre julgar e discernir, há sempre grande distância. O ato de julgar para a especificação de conseqüência definitiva pertence à autoridade divina, porém, o direito da análise está instituído para todos os Espíritos, de modo que, discernindo o bem e o mal, o erro e a verdade, possam as criaturas traçar as diretrizes do seu melhor caminho para Deus.(O Consolador. Questão 63. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier). Certamente, não é proibido ver o mal quando o mal existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 10. Itens 20 e 21. S. Luís. Paris, 1860. Allan Kardec.)
(Baseada no vídeo " Live 3 - Comunicação Pacificadora " do canal Odisséia do Youtube de Haroldo Dutra Dias e no site: https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/. Data de consulta 15-03-21)