Objetivo: Perceber que a justiça de Deus, às vezes, é tardia, porém nunca deixa de punir o culpado pelas suas faltas. Participantes: Máximo 16 alunos (4 grupos).
Tempo Estimado: 40 min.
Material: frases retiradas do Evangelho e explicação.
Descrição: O Evangelizador deverá fazer o seguinte comentário: "Outro dia vi no jornal que um homem inocente ficou preso durante 6 meses por engano, após a vítima confundir a sua aparência com a do assaltante. No entanto, após conseguir provar que estava trabalhando na hora do crime, conseguiu sair da cadeia. Perante a justiça terrena , sabemos que o homem preso por engano era inocente...No entanto, perante a justiça divina, será que o homem também era inocente? Será que não merecia ter sido preso? Antes que vocês respondam estas perguntas, gostaria que formassem 4 grupos com no máximo 4 alunos."
Cada grupo deverá receber uma frase do Evangelho de Jesus, refletir sobre o que está escrito e conversar entre si, para depois responder a pergunta e ler o versículo em voz alta diante da turma, explicando a sua opinião com base no trecho bíblico que recebeu. Logo após a explicação, o Evangelizador deverá fazer, se necessário, a devida correção, e depois ler o comentário retirado das obras espíritas.
GRUPO 1:
Jesus disse: " Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus. E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. "(Lucas 12:6,7)
Comentário: Nada ocorre sem a permissão de Deus , porquanto foi Deus que estabeleceu todas as leis que regem o universo. (O Livro dos Espíritos. Questão 258-a. Allan Kardec) Deus se ocupa com todos os seres que criou, por mais pequeninos que sejam. Nada, para sua bondade, é pequeno demais. (O Livro dos Espíritos. Questão 963. Allan Kardec) Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a consequência dos excessos. Eis aí a punição; é o resultado da infração da lei. Assim em tudo. Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus. Nenhuma há, por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos as consequências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nos fazemos os causadores da nossa felicidade ou da nossa infelicidade futuras.(O Livro dos Espíritos. Questão 964. Allan Kardec)
GRUPO 2:
Jesus disse: "Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!" (Mateus 18:7)
Comentário: É necessário que o escândalo venha, porque, estando em expiação na Terra, os homens se punem a si mesmos pelo contacto de seus vícios, cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender. (...)Mas, ai daquele por quem venha o escândalo . Quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que a seu mau grado servir de instrumento à justiça divina, aquele cujos maus instintos foram utilizados, nem por isso deixou de praticar o mal e de merecer punição. Assim é, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que sofre com isso, porque esse pai talvez tenha sido também um mau filho que fez sofresse seu pai. Passa ele pela pena de talião. Mas, essa circunstância não pode servir de escusa ao filho que, a seu turno, terá de ser castigado em seus próprios filhos, ou de outra maneira. (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 8. Item 14 e 16. Allan Kardec)
GRUPO 3:
Jesus disse: "Porque o Filho do homem (...) dará a cada um segundo as suas obras." (Mateus 16:27)
Comentário: Sendo a justiça de Deus infinita, é mantida uma conta rigorosa do bem e do mal; se não há uma única má ação, um único mau pensamento que não tenha suas consequências fatais, não há uma única boa ação, um único bom movimento da alma, o mais leve mérito, numa palavra, que seja perdido, mesmo nos mais perversos, porque é um começo de progresso. Toda falta cometida, todo mal realizado, é uma dívida contraída que deve ser paga; se não o for numa existência, sê-lo-á na seguinte ou nas seguintes, porque todas as existências são solidárias umas das outras . Aquele que a quita na existência presente não terá de pagar uma segunda vez. (...)Não há, em relação à natureza e à duração do castigo, nenhuma regra absoluta e uniforme; a única lei geral é que toda falta recebe sua punição e toda boa ação sua recompensa, segundo seu valor. (O Céu e o Inferno. Cap. 7. Código penal da vida futura. Allan Kardec)
GRUPO 4:
Jesus disse: "Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão. "(Mateus 26:52)
Comentário: A pena de talião é a justiça de Deus. É Deus quem a aplica. Todos vós sofreis essa pena a cada instante, pois que sois punidos naquilo em que haveis pecado, nesta existência ou em outra. Aquele que foi causa do sofrimento para seus semelhantes virá a achar-se numa condição em que sofrerá o que tenha feito sofrer. Este o sentido das palavras de Jesus. Mas não vos disse ele também: Perdoai aos vossos inimigos? E não vos ensinou a pedir a Deus que vos perdoe as ofensas como houverdes vós mesmos perdoado, isto é, na mesma proporção em que houverdes perdoado? Compreendei-o bem.” (O Livro dos Espíritos. Questão 764. Allan Kardec)
Comentário final: O homem que foi preso tem razão de se revoltar diante da situação? (Pergunte para todos os grupos e aguarde as respostas) Este homem, provavelmente, em vida passada, colocou alguém na prisão injustamente e está sofrendo as consequências deste ato nesta existência, portanto, não deveria se revoltar.
"O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: “Perdoa-me, Senhor, porque pequei.”(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5. Item 6. Allan Kardec)
"Aproveitai este exemplo cruel, queridos espíritas, a fim de suportardes, com paciência, os sofrimentos morais e físicos, todas as pequenas misérias da Terra. (...) Ah! crede-me; respeitai a soberana vontade e não procureis sondar a razão dos decretos da Providência! Deus é justo e só faz o bem." (Revista Espírita. Setembro de 1861. Conversas familiares de além-túmulo. A pena de Talião. Erasto/ Allan Kardec)
Um Espírito amigo disse: ''Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro.'' (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 9. Item 7. Allan Kardec).
(Baseada na reportagem do G1 - O portal de notícias da Globo do dia 14/03/2022, no Evangelho e nas obras básicas do Espiritismo)