Dinâmica - Desapego

Objetivo: Conhecer alguns exemplos de grandes personalidades, que demonstraram através de suas ações, que possuem desapego aos bens terrenos.   

Participantes:  indefinido.

Tempo Estimado: 25 min.

Material: Perguntas e comentários.

Descrição: Antes de iniciar a aula , o Evangelizador deverá escolher alguns alunos e fazer as perguntas abaixo, explicando que eles deverão responder de forma verdadeira, imaginando-se naquela situação. Após responderem todas as perguntas, o Evangelizador deverá reler as perguntas e fazer os comentários.

PERGUNTAS:
1. Se você fosse pobre e tivesse ganhado um carro de presente, que jamais teve na sua vida,  você o trocaria por alimentos para ajudar pessoas carentes ?
2. Você daria o seu anel de formatura para uma pessoa pobre vendê-lo e usar este dinheiro para pagar as despesas do enterro do ente querido dela e outras coisas que está precisando?  
3. Você sofreria algumas privações materiais para conseguir pagar o aluguel de um Centro Espírita e viagens para divulgação da Doutrina, usando o seu próprio dinheiro?

COMENTÁRIOS:
1. Comentário: Chico Xavier fez isto. Marlene Nobre relata este episódio no livro "Lições de Sabedoria" da seguinte maneira: "Certa manhã fria de outubro de 1971, o médium Francisco Cândido Xavier surpreendeu-se ao ver estacionado em frente à porta de sua casa um possante caminhão.
Dentro da sua carroceira, um "fuscão", último modelo, de luxo, zero quilômetro. E mais admirado ficou ainda quando o motorista começou a descarregá-lo! Finda a operação, o homem perguntou-lhe se conhecia e se sabia se Chico Xavier se encontrava em casa. - Sou eu mesmo. - respondeu-lhe timidamente. Sem mais nada indagar, o interlocutor informou-lhe o motivo de sua presença: - "Pois aqui estão os documentos e as chaves do carro. Uma empresa de transportes pagou-me para trazê-lo e entregá-lo ao senhor, foi um industrial de São Paulo quem mandou, mas não sei o seu nome. Não adianta me perguntar". E se foi. O humilde porta-voz da Espiritualidade Superior por várias vezes balançou a cabeça. Por fim sorriu e encaminhou-se para seu quarto, ia orar e meditar. O automóvel ficou na rua, abandonado ao sol. Horas depois, chegou o dono do estabelecimento comercial que fornecia gêneros e verduras para a "sopa dos pobres" do Chico. O médium convidou-o para olhar o presente que recebera. Visivelmente encabulado indagou-lhe: - Que tal? Gostou? - "Magnífico! Extraordinário! Que linda cor!" - exclamou o entusiasmado visitante. - Leve-o. - falou mansamente o irmão de todos os sofredores e desvalidos. - Você me paga em macarrão para as minhas sopas e sacolas. O simples e puro Chico, ainda não contaminado pela ganância e pelo egoísmo dos seres humanos, assim acabava de efetuar um negócio altamente lucrativo: trocara um bem transitório, que as traças consomem e os ladrões roubam, pelo ouro inoxidável da caridade, que nem as traças roem e nem os ladrões roubam..."(Lições de Sabedoria. Marlene Rossi S. Nobre)
2. Comentário: O Dr. Bezerra de Menezes fez isto. Ramiro Gama relata este episódio no livro "Lindos Casos de Bezerra de Menezes" da seguinte maneira: "De uma feita, um pai de família pede-lhe, chorando, um óbolo, uma ajuda em dinheiro para enterrar o corpo de sua esposa, que desencarnara, deixando-lhe os filhos menores doentes e famintos. Bezerra procura algo nos bolsos e nada encontra. Comove-se! E sua comoção era uma prece! E, por intuição, desapegado das coisas materiais, tira do dedo o anel simbólico de Médico e o entrega ao irmão necessitado, dizendo-lhe, com carinho e humildade: - Venda-o e, com o dinheiro apurado, enterre o corpo de sua mulher e, depois, compre o de que precisa. Que Maria santíssima o ajude e abençoe! " (Lindos casos de Bezerra de Menezes. Dava o que possuía. Ramiro Gama).
3. Comentário: Allan Kardec fez isto, pois, no início, a contribuição dos sócios era insuficiente para pagar todas as despesas da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Na Revista Espírita de 1862, ele faz o seguinte relato:
"(...)Todas as despesas além do  aluguel , como viagens e uma porção de gastos necessários para o Espiritismo, e que não ficam por menos de 2.000 francos anuais, estão pessoalmente a meu cargo, e essa soma não deixa de pesar num orçamento restrito, que se mantém à custa de ordem, economia e até de privações.  Não creiais, senhores, que eu queira conquistar méritos. Assim fazendo, sei que sirvo a uma causa junto à qual a vida material nada é, e pela qual estou pronto a sacrificar a minha. Talvez um dia eu tenha imitadores. Aliás, estou bem recompensado pelos resultados que obtive. Se uma coisa lamento, é a exiguidade dos meus recursos, que não me permitem fazer mais, pois com suficientes meios de execução bem empregados, com ordem e em coisas realmente úteis, avançaríamos meio século no estabelecimento definitivo da doutrina. "(Revista Espírita. Junho de 1862. Sociedade parisiense de estudos espíritas - Discurso do Sr. Allan Kardec - Na abertura do ano social, a 1º de Abril de 1862. Allan Kardec )

Comentário final:  "O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro." (O Livro dos Espíritos. Questão 895. Allan Kardec)

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