Dinâmica - As virtudes de Chico Xavier

Objetivo: Perceber quais são as virtudes do nosso querido médium Chico Xavier.
Participantes: Máximo 11 alunos.
Tempo Estimado: 1h 20min.
Material: 11 papéis canson, canetinha colorida, 2 envelopes A4, barbante grosso, tesoura, furador (dois furos).   
Descrição: O Evangelizador deverá escrever em 11 folhas, separadamente, as letras do nome "Chico Xavier" em tamanho grande  e  na parte inferior da folha deverá escrever uma virtude dele que começa com a letra indicada. Além disso, faça dois furos com um furador na parte superior de cada folha e enfie um barbante grosso para depois o aluno poder pendurar no pescoço. Coloque as letras que formam a palavra CHICO em um envelope e as letras que formam a palavra XAVIER em outro. Divida a turma em dois grupos: o primeiro terá 5 integrantes e o segundo 6 integrantes. Depois distribua um envelope para cada grupo e peça para cada integrante pendurar a folha no seu pescoço e formarem uma palavra com as letras. Após  conseguirem formar o nome de Chico Xavier, o Evangelizador deverá escrever na lousa a seguinte frase: "Chico Xavier: um homem chamado amor". Logo em seguida, peça para ficarem posicionados na ordem correta das letras e  entregue um texto para cada um deles, referente a virtude do médium. Eles deverão ler os seus textos diante da turma (ou dos pais), conforme a ordem em que estão posicionados.

LETRAS E VIRTUDES:
C - Caridoso
H - Humilde
I - Indulgente
C - Compreensivo
O - Obediente 

X - Xodó
A - Amoroso
V - Verdadeiro
I - Íntegro
E - Esforçado
R - Resignado

TEXTOS:
C - Caridoso
No dia 18 de abril de 1959, Chico e Waldo Vieira inauguravam, ao lado da casa deles, a Comunhão Espírita Cristã. (...)A programação do novo centro era intensa: reuniões públicas às segundas, sextas e sábados, sessões de desobsessão privadas às quartas-feiras, sopas para os pobres todas as tardes, peregrinações pelos bairros da periferia aos sábados, além de cursos sobre o Evangelho. Na varanda da casa eram servidas as refeições aos pobres, cerca de duzentas todos os dias. Na sala ampla eram realizadas as sessões. Uma mesa cercada de cadeiras servia aos médiuns. (1)
Com o máximo de discrição, acompanhado de poucos amigos, Chico fazia questão de percorrer os barracos para visitar doentes pobres nos bairros da periferia na noite de 24 para 25 de dezembro. Todo Natal, ele liderava uma comitiva formada por vários carros, repletos de cestas com alimentos, brinquedos e doces. (2)
No Dia das Mães, Chico buscava força em visitas aos presos em Uberaba. Distribuía sorrisos, cumprimentos, algum dinheiro (de valor simbólico) e ia embora. (3)  (1 - As vidas de Chico Xavier. Cap. 8. Marcel Souto Maior / 2 - Cap. 8 / 3 - Cap. 9)

H - Humilde
Após receber um elogio de uma mulher Chico Xavier disse: "Não passo de um verme no mundo. No mesmo instante, ouviu a voz de Emmanuel: — Não insulte o verme. Ele funciona, ativo, na transmutação dos detritos da terra, com extrema fidelidade ao papel de humilde e valioso servidor da natureza. Ainda nos falta muito para sermos fiéis a Deus em nossa missão. Daí em diante, Chico preferiu se definir, de vez em quando, como subverme. " (1)
Em outra situação ele disse: "Porta-voz de Deus? “Uma besta encarregada de transportar documentos dos Espíritos”, Chico reagia. Um iluminado? “Não. Uma tomada entre dois mundos”, minimizava. Chico Xavier, o apóstolo? “Nada disso. Cisco Xavier” — ele transformava o nome em trocadilho quando já era idolatrado por caravanas de fiéis e curiosos vindos de todo o Brasil e indicado ao Prêmio Nobel da Paz em campanha nacional embalada por mais de 2 milhões de assinaturas de adesão em 1981. “Sou um nada. Menos do que um nada”, repetia, para se defender de tanto assédio e evitar uma armadilha perigosa: a vaidade. " (2) (1 - As vidas de Chico Xavier. Cap. 5. Marcel Souto Maior / 2 - Cap 1)

I - Indulgente
Há muitos anos o Chico possuía um cachorro, que não sei ao certo se nasceu deficiente ou se foi atropelado.
Este animal lhe dava um trabalho muito grande. Madrugada, quando regressava do Centro Espírita, tinha que limpar todo o quarto. (...)Certo dia, quando ele chegou, o cachorro estava morrendo.
– Parecia que ele estava me esperando. Olhou-me demoradamente de uma maneira muito terna, fez um gesto com a cauda e morreu.
(...)Passaram-se alguns meses e uma das suas irmãs lhe disse:
– Chico, você se lembra daquele cachorro aleijado? –  (...) Ele não morreu naturalmente não. Dona Fulana tinha pena de você chegar de madrugada e ter tanto trabalho e, querendo aliviá-lo, deu a ele um veneno.
Ele não sentiu raiva da pessoa (naquele coração não há lugar para isso), mas uma tristeza invadiu-lhe a alma e uma sombra começou a envolver-lhe o coração.
(...)Passados alguns dias o espírito de Emmanuel lhe disse:
– Esta mágoa que você asila no coração está atrapalhando o trabalho dos Bons Espíritos.
(...)– Como fazer?
– Você precisa dar uma grande alegria a ela.
(...)Obediente e resignado, Chico procurou descobrir o que a pessoa gostaria de ter e ainda não tinha.
Era uma máquina de costura.
Chico comprou, então, uma máquina de costura para pagar em longas prestações.
Quando foi visitá-la, a pessoa estava tão feliz, tão feliz e quando viu o Chico chegando, correu para ele e lhe deu um abraço com tanto amor que uma luz se desprendeu dela e envolveu o Chico da cabeça aos pés. Quando ela o soltou do abraço, a sombra havia desaparecido. (Livro Chico, de Francisco – Adelino da Silveira)

C - Compreensivo
Lutando no tratamento das irmãs obsidiadas, José e Chico Xavier gastaram alguns meses até que surgisse a cura completa. (...) Como de outras vezes, depois das preces e instruções de abertura, o  Chico seria o médium para a doutrinação dos obsessores. Um dos espíritos amigos incorporou-se, por intermédio dele, fornecendo a precisa orientação e disse ao  “seu” Manuel entre outras coisas: — Meu amigo, quando o perseguidor infeliz apossar-se do médium, aplique o Evangelho com veemência. — Pois não, — respondeu o diretor muito calmo, — a vossa ordem será obedecida. E quando a primeira das entidades perturbadas assenhoreou  o  aparelho  mediúnico, exigindo assistência evangelizante, “seu” Manuel tomou a Bíblia de grande formato e bateu, com ela, muitas vezes, sobre o crânio do Chico, exclamando, irritadiço: — Tome Evangelho! Tome Evangelho!... O obsessor, sob a influência de benfeitores espirituais da casa, afastou-se, de imediato, e a sessão foi encerrada. Mas o Chico sofreu intensa torção no pescoço e esteve seis dias de cama para curar o torcicolo doloroso. E, ainda hoje, ele afirma satisfeito que será talvez das poucas pessoas do mundo que terão tomado “uma surra de Bíblia”... ( Lindos casos de Chico Xavier. Segunda Parte. Cap. 12 - A surra de Bíblia. Ramiro Gama)

O - Obediente 

Durante um período da sua infância, Chico Xavier tinha sonhos: "À noite, no repouso, agitado, levantava-se do leito, conversava com interlocutores invisíveis e, muitas vezes, despertava pela manhã, trazendo notícias de parentes mortos, contando peripécias ou narrando sucesso que ninguém podia compreender. João Cândido Xavier, a conselho da segunda esposa, que se interessava maternalmente pela criança, conduziu Chico ao padre Sebastião Scarzelli, antigo vigário da cidade de Matozinhos, nas vizinhanças de Pedro Leopoldo, que depois de ouvir o menino, por algumas vezes, em confissão, aconselhou João Cândido a impedir que o rapazelho lesse jornais, livros ou revistas. - Chico devia estar impressionado com más leituras -  dizia o sacerdote -  aqueles sonhos não eram outra coisa senão perturbações, porque as almas não voltam do outro mundo...  Intrigado por ver que ninguém dava crédito ao que via e escutava, em sonhos, certa noite, rogou, em lágrimas, alguma explicação da progenitora de quem não se esquecia. Dona Maria João de Deus apareceu-lhe no sonho, calma e bondosa, e o Chico deu-lhe a conhecer as dificuldades em que vivia. Ninguém acreditava nele - clamou. Mas o conselho maternal veio logo: - Você não deve exasperar-se. (...) -  Não sei se a senhora sabe, papai e o padre estão contra mim... Dizem que estou perturbado... Dona Maria abraçou-o e disse: - Modifique seus pensamentos. Você é ainda uma criança e uma criança indisciplinada cresce com a desconfiança e com a antipatia dos outros. Não falte ao respeito para com seu pai e para com o padre. Eles são mais velhos e nos desejam todo o bem. Aprenda a calar-se. Quando você lembrar alguma lição ou alguma experiência recebidas em sonho, fique em silêncio. Se for permitido por Jesus, então, mais tarde virá o tempo em que você poderá falar. Por enquanto, você precisa aprender a obediência para que Deus, um dia, conceda ao seu  caminho a confiança dos outros. Desde essa noite, Chico calou-se e Dona Maria João de Deus passou algum tempo sem fazer-se visível." ( Lindos casos de Chico Xavier. Segunda Parte. Cap. 7 - A lição da obediência .Ramiro Gama)


X - Xodó (*)
Nas famosas noites de sexta-feira há seção de atendimento ao público, demonstrando um interesse permanente por seus semelhantes.
Chico recebe como se fosse imune ao cansaço, mantendo até o fim, a mesma brandura e o mesmo sorriso, milhares de pessoas que desejam vê-lo de perto ou consultá-lo.
Muitos vencem longas distâncias, outros chegam em caravanas e todos permanecem, por horas intermináveis, em filas quilométricas, esperando um número de chamada para o atendimento.
Ele atende todos, mostrando possuir quase ao infinito, uma das mais difíceis virtudes: a paciência. (1)
Com o tempo, Chico ganhou admiradores devotados... Anos  mais tarde, quando já não conseguia andar sem ajuda, ele se sentou em uma cadeira para trocar beijos e abraços com os doentes. De repente, uma senhora bem-vestida, em visita a um parente internado, aproximou-se de Chico e, sem dizer uma palavra, se ajoelhou diante dele e beijou seus pés. Chico chorou. Se estivesse saudável, teria impedido aquele gesto. Ele não era santo, a idolatria o incomodava.
E a romaria continuava no Grupo Espírita da Prece.
As cenas de fanatismo eram constantes. Numa das distribuições natalinas, um homem ajoelhou-se diante de Chico e se arrastou com as mãos unidas em prece:
— Diante do senhor eu tenho que passar é de joelhos. (2) (1 - Novo mundo. Entrevistas. Chico Xavier, uma lição de amor. Emmanuel e Chico Xavier / 2 - As vidas de Chico Xavier. Cap. 11. Marcel Souto Maior )
Obs.(*): Tinha grande carinho pelo público e era estimado por eles. Chico destaca-se como o homem mais popular e querido do Brasil.

A - Amoroso
Para combater a doença, Chico Xavier seguia a receita de Emmanuel: caridade. Em 1978, fiel à máxima “aliviai e sereis aliviado”, ele foi buscar forças na Penitenciária de São Paulo.
(...)Ele abraçava e beijava cada preso. Muitos contavam segredos ou diziam algumas palavras. Tudo ia muito bem até a chegada de um senhor de quase cinquenta anos. Ele se aproximou e ficou estático diante do médium. Não estendeu a mão, não aproximou o rosto para o beijo, não abriu a boca.
Chico perguntou:
— O senhor permite que eu o abrace?
— Perfeitamente.
Após abraçar o corpo rígido, ele arriscou:
— O senhor deixa que eu o beije?
— Pode beijar.
Chico o beijou de um lado, do outro, duas vezes cada face. Lágrimas escorreram dos olhos do preso. Antes de virar as costas, o detento agradeceu:
— Muito obrigado. (As vidas de Chico Xavier. Cap. 10. Marcel Souto Maior)

V - Verdadeiro
De vez em quando, alguém conseguia romper o cerco e chegar até Chico fora das sessões no Grupo Espírita da Prece.
(...) Numa tarde, uma mulher pobre avançou sobre ele com uma lista de pedidos na mão. Chico parou e, com a fisionomia circunspecta, ouviu o discurso:
— Anteontem, enterrei meu velho. O enterro ficou muito caro e nós não temos dinheiro algum. Por isso, seu Chico...
Ele interrompeu:
— Isto aqui não é lugar para listas pedindo dinheiro. Não faça isso, por favor. Se vocês começarem a fazer isso aqui, não voltarei mais a este lugar. A reunião é de amor.
Mais calmo, ele perguntou:
— Quanto custou o enterro?
— Quinze mil.
Ele ficou perplexo:
— Como foram permitir um funeral tão caro? A gente não pode bancar o bobo, mesmo nessas horas, senão se aproveitam de nós. A senhora devia ter feito um enterro mais simples.
Em seguida, ordenou:
— Guarde essa lista. Nós veremos o que podemos fazer.
O enterro foi pago. (As vidas de Chico Xavier. Cap. 11. Marcel Souto Maior)

I - Íntegro
Em uma entrevista, Chico Xavier nos afirma: "Nunca recebi cousa alguma pela venda dos livros de nossos Amigos Espirituais, por intermédio de minhas faculdades mediúnicas, de vez que esses livros são de autoria deles, cabendo-me tão somente a alegria de cooperar com eles, os amigos da Vida Maior, na função de intermediário, durante as horas de cada dia, que posso dar ao serviço mediúnico " (1).   Muitos, impressionados com os poderes do protegido de Emmanuel, chegavam a oferecer dinheiro ao rapaz pobre como prova de gratidão. Ele  recusava: — Ajude o primeiro necessitado que encontrar. Outros lhe entregavam presentes. Chico se livrava deles com pressa e discrição  (2) .  (1- No mundo de Chico Xavier. Cap.14. Chico Xavier / Elias Barbosa;  2 - As vidas de Chico Xavier. Cap.5. Marcel Souto Maior)

E - Esforçado
Chico Xavier trabalhou desde criança, ele mesmo relatou a sua história, dizendo: " (...) empreguei-me numa fábrica de tecidos aos oito anos de idade e nela trabalhei quatro anos seguidos, à noite, estudando na escola primária durante o dia. Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e porta num pequeno empório, durante mais quatro anos. Em seguida, empreguei-me numa repartição do Ministério da Agricultura, na qual trabalhei trinta e dois anos, começando da limpeza da repartição, até chegar a escriturário, quando me aposentei. " (1) Ele também disse: "Aos 17 anos de idade, meu ideal era o de encontrar uma profissão com que conseguisse a melhor remuneração possível para compartilhar com meu pai, das despesas domésticas. Sempre dediquei a meu pai muito amor e veneração, doendo-me vê-lo com a família numerosa, com escassos recursos para sustentá-la." (2) Além do trabalho profissional, desde os 17 anos Chico Xavier dedicou-se muito ao trabalho espiritual e raramente repousava. Ele disse: "Dizem que os aposentados estão em férias permanentes, mas prossigo trabalhando nas tarefas espíritas com o entusiasmo de sempre." (3) (1 - Fonte: Revista “O Espírita”, número 56, ano 9, fevereiro/março de 1988 / 2 - A terra e o semeador. Item 83. Chico Xavier / 3 - No mundo de Chico Xavier.  Questão 4 , 53 e 58. Chico Xavier/ Elias Barbosa )

R - Resignado
Quando surgiu a doença no olho esquerdo de Chico Xavier, ele fez a seguinte pergunta para o Espírito Emmanuel: &O senhor tem dito que pretende escrever por meu intermédio e que, se Deus permitir, fará livros, mas o senhor acredita que posso desempenhar a tarefa mediúnica, assim doente dos olhos como estou?
— Sem dúvida nenhuma. Se formos esperar pela saúde perfeita a fim de trabalhar, quando aprenderemos a cumprir os nossos deveres?
(...) — Então Jesus vai curar-me?
Emmanuel me fitou com bondade e mandou que eu abrisse “O Evangelho segundo o Espiritismo” no capitulo VI, intitulado “O CRISTO CONSOLADOR” e recomendou que eu começasse a leitura do texto. Então comecei a ler em voz alta, as palavras do Cristo: “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei...” Quando atingi a palavra “aliviarei”, nosso Amigo Espiritual sustou a leitura e disse-me: Compreendeu bem? Jesus não nos promete curar-nos, isto é, retirar-nos da bênção das obrigações que nos cabe cumprir, perante as leis de Deus, mas sim promete aliviar-nos e auxiliar-nos. Confiemos no Mestre Divino e trabalhemos.”
Entendi a lição que me era dada e resignei-me.
Hoje, depois de transcorridos trinta e seis anos sobre este diálogo, agradeço ao Senhor a bendita doença que carrego nos olhos, sempre tratada por médicos amigos e por amigos espirituais, pois, ela tem sido em todo esse tempo um agente providencial, induzindo-me à reflexão e ensinando-me a respeitar o sofrimento dos outros. (No Mundo de Chico Xavier. Questão 23. Chico Xavier/ Elias Barbosa)

Comentário final: Desde o início, sua trajetória no Planeta Terra foi marcada por acontecimentos, na maioria adversos e, ainda assim, aceitos com humilde devoção — Chico Xavier foi “escolhido” como o mensageiro do amor. Cumpre sua missão com rigorosa e total dedicação.
Sua humildade transcende o humano — quando, ao completar setenta anos alguns amigos mais íntimos e nomes famosos das artes e da política quiseram sugerir seu nome ao Nobel da Paz, como presente de aniversário, com o endosso de dez milhões de brasileiros. Chico sorriu, desconversou e continuou entregue à sua missão de caridade e amor ao próximo. (Novo mundo. Entrevistas. Chico Xavier, uma lição de amor. Emmanuel/ Chico Xavier)
(Baseada na ideia do canal do Instagram @evangelizacaosementesdoamanha)

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