Destino e livre-arbítrio sempre coexistem nas atividades humanas. O Criador Infalível estabelece a Vida Universal. O homem falível traça os roteiros da vida que lhe é própria.
O Pai organiza as leis eternas. O filho vale-se das experiências. Não há fatalidade para o mal e sim destinação para o bem. É por isso que a todas as criaturas foi concedida a bênção da razão, como luz consciencial no caminho.
Se o Senhor Supremo estatui diretrizes e recomenda aos homens a execução dos princípios formulados, o homem é compelido a cooperar em sua obra divina.
De desobediência da alma aos supremos desígnios procedem às desarmonias no serviço universal. E quanto maior a expressão de entendimento no espírito rebelde, mais agravo da responsabilidade caracteriza a intervenção indébita do colaborador humano que abusa da magnanimidade das Leis Divinas. Quanto maior a capacidade do discernimento, mais vasto o débito.
Que a alma encarnada, pois, compreenda o transcendentalismo das divinas concessões e desempenhe os deveres que lhe competem no caminho diário. Ninguém fugirá ao doloroso trabalho individual de recomposição dos elos quebrados na corrente da universal harmonia. Cada devedor será defrontado pela própria dívida, agora ou mais tarde, atentos à realidade de quem nem todas as sementes produzem frutos dentro de alguns dias ou de algumas semanas. Se os minúsculos grãos de vida dos legumes oferecem resultados em alguns dias, plantas existem que só fornecem a multiplicação de valores no curso de longos anos. Assim, nossos atos e compromissos. Nem todos proporcionam efeito sem tempo breve. Daí a necessidade dos indivíduos e dos agrupamentos quanto à real observação da vigilância no círculo de sí mesmos.
O Pai concede a bênção da oportunidade. Mas ao filho encontra-se afeta a cooperação. Há, portanto, leis que regem a vida e, conseqüentemente, destinação de homens e coletividades a essa ou àquela tarefa, a esse ou àquele trabalho nas edificações da experiência humana; entretanto, nesse campo, permanece o homem – colaborador de Deus – com a sua capacidade de execução e também de influenciação ou interferência.
Que todos nós, portanto, usando os sagrados dons da liberdade interior, colaboremos com o Pai no maior engrandecimento de sua obra, a fim de que, no esplendoroso amanhã do futuro, venhamos a integrar as fileiras dos servidores fiéis, a caminho da justa e real glorificação na Eternidade.
(Nosso livro. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)