A cobrança é um problema realmente aflitivo, à maneira de nuvem, eclipsando a beleza e o brilho do serviço cristão.
É imperioso anotar, porém, que não somente o dinheiro vem a ser o objeto disputado nos processos de retribuição na lavoura do espírito.
Há quem exija dos outros variadas formas de pagamento, reclamando pesados impostos de reconhecimento, de apreço afetivo, de considerações sociais…
Apregoa-se, então, a caridade, como quem abraça um negócio qualquer, em que a velha filosofia do “dou para que me dês” constitui a mola viva de toda e qualquer manifestação.
Contudo, ao sol do Evangelho, se efetivamente nos propomos alcançar a comunhão com Jesus, o desinteresse pessoal deve representar o selo de nossa boa vontade e a garantia de nossa fé.
Não importa que os outros te menoscabem as ações, com evidente desrespeito ao teu modo de atuar ou de ser.
Vale o amor com que te empenhas ao dever retamente cumprido, de vez que todas as possibilidades da vida pertencem originariamente a Deus.
A criatura que ao bem se consagra, sem a preocupação de avocar para si a autoria dos pensamentos enobrecidos e das obras edificantes, recebe do Alto infinita capacidade de estender esse mesmo bem.
Recorda que o charco de hoje, se ajudado, pode ser amanhã o campo bendito para a colheita farta e não te esqueças de que o fruto, agora verde, se respeitado, pode ser depois, o reconforto de tua mesa.
Jesus não estabeleceu qualquer mercado para a distribuição dos dons divinos. Afeiçoemo-nos, pois, a Ele que tudo deu de si sem pensar em si, confiando-se à suprema renúncia, a benefício de todos, e, longe das prisões forjadas pelos tributos terrestres, nossas almas ascenderão, em voos sempre mais altos e sempre mais livres, no rumo certo da gloriosa imortalidade.
(Intervalos. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)