Qual a posição do site sobre as crianças índigo, que estão enchendo as casas espíritas de perguntas?
- Fizemos uma intensa pesquisa sobre esse assunto que suscitou vários questionamentos.
Acrescentamos abaixo as informações sobre a tese das crianças índigo e as referências sobre esse tema encontradas nas obras de Allan Kardec, um resumo e a transcrição de parte de uma palestra de Divaldo Franco, além de sugestões de leituras complementares.
Essa palestra de Divaldo está disponível para venda no site da Livraria Candeia e na Mansão do Caminho. Existe tanto em DVD (que se chama "As Crianças Índigo e a Visão Espírita") como em livro (que se chama "Nova Geração - A visão espírita sobre as crianças índigo e cristal"). O endereço da Livraria Candeia é www.candeia.com e os pedidos também podem ser feitos por telefone 0800-707-1206. No Rio de Janeiro, você pode comprá-la no Setor de Multimídia do Centro Espírita Léon Denis - CELD, localizado em Bento Ribeiro (CELD, Rua Abílio dos Santos, 137 - Bento Ribeiro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 21331-290 - tel.: (21) 2452-1846). Se preferir, o site da Livraria Espírita Alvorada Editora (LEAL), ligada à Mansão do Caminho, instituição da qual Divaldo Pereira Franco faz parte: www.masaodocaminho.com.br.
Na palestra de Divaldo Franco, ele se refere a uma nova geração de espíritos que estaria reencarnando na Terra. Seriam as crianças índigo e cristal.
1. A tese das crianças índigo
A teoria das crianças índigo surgiu em 1999, com o lançamento do livro "The Indigo Children", escrito pelos norte-americanos Lee Carroll e Jan Tober, que não são espíritas. A obra afirma que crianças índigo são seres mais evoluídos que a média terrena, que reencarnam na Terra a fim de impulsionar o desenvolvimento do planeta, principalmente nas artes e nos demais aspectos do intelecto. Segundo essa tese, por não se adaptarem ao estado ainda inferior de nosso mundo, tais crianças têm graves conflitos familiares, na escola, etc. De acordo com a teoria de Carrol e Tober, Crianças Índigo são aquelas que apresentam um conjunto de atributos psicológicos particulares:
• possuem um sentimento de realeza e agem dessa forma.
• inadaptação e reações agressivas quando contrariadas no que consideram justo e correto.
• têm dificuldades com autoridade absoluta, sem explicações e escolhas.
• simplesmente não fazem certas coisas impostas. Por exemplo, esperar quietas é difícil para elas.
• ficam profundamente frustradas com sistemas impositivos e que não necessitam de pensamento criativo.
• freqüentemente encontram uma maneira melhor de fazer as coisas, tanto em casa como na escola, o que as fazem parecer como questionadores de sistema (inconformistas com qualquer sistema).
• parecem anti-sociais, a menos que estejam com outras crianças do mesmo tipo. Se não existem outras crianças com o nível de consciência semelhante em volta, elas freqüentemente se tornam introvertidas, sentindo-se como se ninguém as entendesse. A escola é freqüentemente difícil para elas do ponto de vista social.
• elas não dão importância a pressões e chantagens do tipo: "Espere até seu pai chegar e descobrir o que você fez".
• elas não são tímidas em fazer você perceber o que elas precisam.
O termo "Crianças Índigo" viria da cor da aura dessas crianças, azul escuro. Uma amiga dos autores, Nancy Ann Tappe, é a autora de um livro chamado "Entendendo Sua Vida Através da Cor" (Understanding Your Life Through Color). Nesse livro estão as primeiras informações sobre o que ela chamou de Crianças Índigo. Carrol e Tober sugerem que aqueles que interagem com tais crianças (pais e professores principalmente) devem mudar o tratamento dispensado a elas, a fim de obter uma relação equilibrada e evitar frustrações para essas crianças. Muitas vezes, tais crianças são diagnosticadas como hiperativas ou portadoras de síndromes comportamentais, o que as faz serem tratadas à base de remédios calmantes.
2. A tese das crianças cristal
Essa teoria surgiu posteriormente a das crianças índigo e também em meios não espíritas. Enquanto os índigos são evoluídos intelectualmente, mas portadores de graves conflitos comportamentais, os cristais seriam espíritos muito mais evoluídos, pois teriam aquisições morais respeitáveis. Esses estariam reencarnando na Terra a fim de implantar as bases do mundo de regeneração, com forte impacto no panorama ético-moral dos habitantes do planeta.
3. A visão da Doutrina sobre o assunto
A Doutrina Espírita foi codificada, em 1857. Portanto, ela não se pronuncia especificamente sobre a teoria das crianças índigo, que surgiu no mundo há menos de dez anos. Assim, o Espiritismo nada fala particularmente sobre tais crianças, mas a Doutrina se pronuncia sobre as migrações de espíritos e sobre as futuras gerações que habitarão a Terra. Assim, podemos analisar a questão de espíritos evoluídos que reencarnam na Terra para impulsionar o progresso de nosso mundo.
Portanto, tudo o que os espíritos ou os palestrantes e escritores espíritas afirmarem - além do que está na obra básica - sobre as crianças índigo é produto de seus estudos pessoais, constituem somente uma opinião a respeito do assunto e não podem ser consideradas parte integrante da Doutrina Espírita, sem que haja a confirmação do tempo e da universalidade do ensino dos espíritos.
Como você sabe, a Doutrina Espírita está aberta ao progresso, às novas teorias e às descobertas científicas. Mas para que uma tese seja aceita como espírita é necessário - NO MÍNIMO - que se conheça a base doutrinária e se insira a tese em estudo no contexto doutrinário. Sem conhecer o pensamento lúcido de Allan Kardec e a Doutrina, que se apóia na lógica e no bom senso, não é possível afirmar que uma tese está respaldada (ou não) pelo Espiritismo.
Assim, analisemos à luz da Doutrina a tese das chamadas crianças índigo. É fato que nosso mundo progride. É fato que reencarnam periodicamente aqui na Terra Espíritos destinados a impulsionar o progresso. É fato, ainda, que estamos às margens da mudança de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração e que essa mudança não vai acontecer repetinamente, pois as mudanças são graduais, como nos mostra a observação das leis da natureza. Ora, é natural que à medida que se aproxima a era de regeneração (em que ainda haverá sofrimento na terra, embora em grau menor) reencarnem aqui, cada vez mais Espíritos evoluídos moral e intelectualmente. Isso nos informa a Codificação Espírita.
Sendo assim, as crianças índigo seriam esses espíritos? Para responder a isso é necessário fazer novas perguntas que atendam aos questionamentos da lógica. Uma delas: a inadaptação das chamadas crianças índigo é manifestada através de comportamentos algumas vezes agressivos com pais, irmãos, professores e outras pessoas . Será este o comportamento de um espírito superior? A definição do comportamento de um Espírito Superior está na introdução do Livro dos Espíritos: "Espíritos Superiores distinguem-se dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem". Se as crianças índigo, por seu comportamento muitas vezes questionável, podem ser encaixadas apenas na categoria de espíritos de maior evolução intelectual, mas sem extraordinárias conquistas morais, então concluímos que elas precisam de disciplina e de assistência psicológica e familiar (conforme o caso), além de amor, bons exemplos, cuidados espirituais (passes, educação moral, aconselhamento, atendimento fraterno e até desobsessão) e tudo o mais que um pai deve fazer. Alguns terapeutas e pais recaem no equívoco de orgulhar-se por estar diante de uma suposta criança índigo e usarem desse diagnóstico como desculpa para abrir mão de disciplina e educação. Tais pais acreditam que seu filho é um ser superior que desdenha o comportamento e os valores da média das pessoas. Alguns também distorcem os fatos e afirmam: "Vamos deixá-lo apenas ser como é, pois ele é mestre e está nos ensinando algo". O tempo mostrará o que fazem o relaxamento da boa educação a um espírito que dela necessita. É óbvio que todos os pais aprendem muito com os filhos em aspectos vários (conhecimento de si mesmo, dedicação, exercício da paciência, concessão na hora certa, nova visão de determinados aspectos da vida). Tudo isso é inegável. Mas se deve ponderar também que, em nosso atual estágio evolutivo, a missão dos pais ainda é a de educar os filhos, oferecendo-lhes valores éticos muito sólidos. As novas teses devem ser respeitadas, estudadas e analisadas com boa vontade, retirando-se delas o que trazem de positivo e deixando sob a luz da prudência o que for questionável ou negativo.
Há textos em "Obras Póstumas" e em "A Gênese", ambos de Allan Kardec (os trechos estão transcritos abaixo), sobre a nova geração que habitará a Terra. Nesses textos vemos que o que Divaldo afirma sobre tais espíritos tem base nos livros citados. Assim, a tese das crianças índigo, à luz do conhecimento espírita, é perfeitamente possível. Entretanto, é necessário muito discernimento para não classificarmos qualquer criança questionadora como exemplo de uma categoria de espírito superior. A ciência, particularmente a Psicologia, não estudou suficientemente o assunto para definir com total segurança quem é esse tipo de criança e qual seria a metodologia adequada para lidar com tais espíritos. Dessa forma, a análise de cada caso, sem exageros, é um cuidado essencial. Pais e educadores, sem fazer concessões à vaidade ou a opiniões apressadas, devem analisar que método é mais adequado a cada criança, a fim de educá-la, atender suas necessidades espirituais e envolvê-la em clima de amor e segurança.
4. Outras fontes de pesquisa:
Livro: "Crianças Índigos", Lee Carroll e Jan Tober. Editora Butterfly. Tradução de Yma Vick.
5. Textos para consulta:
Abaixo, colamos a mensagem "A Nova Geração", que está no livro "Obras Póstumas", e que se refere aos espíritos que virão habitar a Terra na transição para a regeneração, o resumo da palestra de Divaldo e o texto "A geração nova", de A Gênese:
5.1. Obras Póstumas - A nova geração
A Terra freme de alegria; aproxima-se o dia do Senhor; todos os que entre nós estão à frente disputam porfiadamente por entrar na liça. Já o Espírito de algumas valorosas almas encarnadas agitam seus corpos até quase despedaçá-los. A carne interdita não sabe o que há de pensar, desconhecido fogo a devora. Elas serão libertadas, porque chegaram os tempos. Uma eternidade está a ponto de expirar, uma eternidade gloriosa vai despontar em breve e Deus conta seus filhos.
O reinado do ouro cederá lugar a um reinado mais puro; o pensamento será dentro em pouco soberano e os Espíritos de escol, que hão vindo desde remotas eras iluminar os séculos em que viveram e servir de balizas aos séculos vindouros, encarnarão entre vós. Que digo? Muitos se acham encarnados. A sábia palavra deles será uma chama destruidora, que causará devastações irreparáveis no seio dos velhos abusos. Quantos prejuízos antigos vão desmoronar em bloco, quando o Espírito, como uma acha de duplo gume, vier decepá-los pelos fundamentos.
Sim, os pais do progresso do espírito humano deixaram, uns, as suas moradas radiosas; outros, grandes trabalhos, em que a felicidade se junta ao prazer de instruir-se, para retomarem o bastão de peregrinos, que apenas haviam deposto no limiar do templo da Ciência, e daqui a pouco, dos quatro cantos do globo, os sábios oficiais ouvirão, apavorados, jovens imberbes a lhes retorquir, numa linguagem profunda, aos argumentos que eles julgavam irrefutáveis. O sorriso zombeteiro já não constituirá um escudo que valha e, sob pena de desmoralização, forçoso será responder. Então, o círculo vicioso em que se metem os mestres da vã filosofia mostrar-se-á completamente, porquanto os novos campeões levam consigo não só um facho, que é a inteligência desimpedida dos véus grosseiros, senão também muitos dentre eles gozarão desse estado particular, que é privilégio das grandes almas, como Jesus, e que dá o poder de curar e de operar essas maravilhas chamadas milagres. Diante dos fatos materiais, em que o Espírito se mostra tão superior à matéria, como negar os Espíritos?
O materialismo será abatido em seus discursos por uma palavra mais eloqüente do que a sua e pelo fato patente, positivo e averiguado por todos, visto que grandes e pequenos, novos Tomés, poderão tocar com o dedo. O velho mundo carcomido estala por toda parte; o velho mundo acaba e com ele todos esses velhos dogmas, que só reluzem ainda pelo dourado que os cobre. Espíritos valorosos, cabe-vos a tarefa de raspar esse ouro falso. Para trás, vós que em vão quereis escorar o velho ídolo. Atingido de todos os lados, ele vai ruir e vos arrastará na sua queda. Para trás, todos vós negadores do progresso; para trás, com as vossas crenças de uma época que se foi. Por que negais o progresso e vos esforçais por detê-lo? É que, desejando sobrepujar, sobrepujar ainda e sempre, condensastes o vosso pensamento em artigos de fé, clamando para a Humanidade: “Serás sempre criança e nós que temos a iluminação do alto, estamos destinados a conduzir-te.”
Mas, já tendes visto ficar-vos nas mãos as andadeiras da infância; e a criança salta diante de vós e ainda negais que ela possa caminhar sozinha! Será chicoteando-a com as andadeiras destinadas a sustentá-la que provareis a autoridade dos vossos argumentos? Não, e bem o sentis; mas, é tão agradável, a quem se diz infalível, crer que os outros ainda depositam fé nessa infalibilidade, em que nem vós mesmos acreditais!
Ah! que de gemidos não se soltam no santuário! É aí que, prestando-se ouvido atento, se escutam os cochichos dolorosos. Que dizeis, então, pobres obstinados? Que a mão de Deus se abate sobre a sua Igreja? Que por toda parte a imprensa livre vos ataca e pulveriza os vossos argumentos? Onde estará o novo Crisóstomo, cuja potente palavra reduzirá a nada esse dilúvio de raciocinadores? Em vão o esperais; nada mais podem as vossas mais vigorosas e mais conceituadas penas. Elas se obstinam em agarrar-se ao passado que se vai, quando a nova geração, num impulso irresistível que a impele para a frente, exclama: Não, nada de passado; a nós o futuro; nova aurora se ergue e é para lá que tendem as nossas aspirações!
Avante! diz ela; alargai a estrada, os irmãos nos seguem. Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte. Os vossos santos mártires absolutamente não estão mortos, para que lhes imobilizeis o presente. Eles entreviram a nossa época e se lançaram à morte como à estrada que havia de conduzi-los lá. A cada época o seu gênio. Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte.
Eis aí, meus amigos, o que os valorosos Espíritos que presentemente encarnam vão tornar compreensível. Este século não terminará sem que muitos destroços junquem o solo. A guerra mortífera e fratricida desaparecerá em breve diante da discussão; o espírito substituirá a força bruta. Depois que todas essas almas generosas houverem combatido, voltarão ao vosso mundo espiritual, para receberem a coroa do vencedor.
Aí está a meta, meus amigos. Por demais aguerridos são os campeões, para que seja duvidoso o êxito. Deus escolheu a nata dos seus combatentes e a vitória é alcançada para a Humanidade.
Rejubilai-vos, pois, todos vós que aspirais à felicidade e que desejais participem dela os vossos irmãos, como vós mesmos: o dia chegou! A Terra trepida de alegria, porquanto vai assistir ao começo do reinado da paz que o Cristo, o divino Mestre, prometeu, reinado cujos fundamentos ele desceu a assentar. (Fonte: Obras Póstumas, de Allan Kardec)
5.2. Resumo da palestra de Divaldo Franco, no Rio de Janeiro
Divaldo faz um levantamento histórico desde a época da 2ª Guerra Mundial até os dias de hoje, onde coloca a aspiração da humanidade pós-guerra por um mundo melhor, em função de todo o sofrimento ocorrido naquele período, que já poderia ser classificado como o princípio das dores, citado profeticamente por Jesus.
Ele afirma que o planeta está enfermo e que vivenciamos um momento muito grave, de turbulências e fatores desagregadores, mas que o momento de transição, tão esperado, já começa a ser vivenciado, quando entidades de outras dimensões e de outro sistema virão para a Terra, a exemplo do que ocorreu na época de Capela.
Ele começa a citar datas quando se refere a dados da ciência, mais especificamente da astrofísica e da astronomia, que constatam a entrada de nosso sistema solar num cinturão de fótons a partir de 1972, em sua translação de 28.000 anos ao redor de uma das estrelas da constelação das plêiades, sendo que a Terra, mais especificamente, entrou nesta faixa de luminosidade sem calor em 1987.
"Os espíritos ali residentes encontraram clima propício para mergulharem na indumentária carnal, sob os auspícios do Cristo, a fim de promoverem o progresso moral. Os que vieram antes, da constelação do Cocheiro, eram intelectualmente desenvolvidos, mas moralmente atrasados. Os que vêm dessa plêiade são intelectualmente elevados e moralmente desenvolvidos. Começaram a chegar desde a década de 1980 e mais fortemente a partir do ano 2000 vêm reencarnando em massa fazendo com que saiamos da faixa inferior para a regeneração.", falou Divaldo.
Essas são algumas das chamadas crianças índigo, nome dado por serem observadas com uma aura azul escura, que serão as precursoras das mudanças, possuindo um elevados QI e QE, mas não tão elevada capacidade espiritual para promoverem a mudança na Terra. Psicólogos a classificaram em 4 grupos: humanistas, artistas, conceituais e interdimensionais. As deste último grupo poderiam ser chamadas de "os médiuns de amanhã".
A partir daí é que vem a informação de uma outra data - 2012 (e não 2014):
"Mas eles não serão os únicos (médiuns do amanhã), porque até o ano de 2012, todo o sistema solar estará dentro do cinturão de fótons e a Terra estará envolta nessa luminosidade especial, quando estarão reencarnando em massa as crianças cristais. Algumas já estão aí, são as chamadas crianças das estrelas, essas crianças de olhos vivos, grandes, brilhantes, afáveis, que não têm tormentos de natureza para aquisição de coisas, mas que se dedicam à computação, à vida virtual, que têm uma percepção de mundo diferente, ainda são auto-isolacionistas, de difícil relacionamento, porque somente encontram respostas naquelas que lhes são afins."
Essas crianças cristais são os seres do futuro, responsáveis efetivamente por uma mudança maior na Terra. Os estudiosos dizem que elas têm uma dificuldade para iniciar a fala, ocorrendo após os 2 anos de idade, já que não estão acostumadas com a comunicação verbal e que trarão um salto quântico para os seres do amanhã, quando as necessidades biológicas serão menores e as necessidades espirituais maiores.
5.3. Texto A GERAÇÃO NOVA - Retirado de "A Gênese", de Allan Kardec
28. - A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.
Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração.
O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contato com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem. Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.
29. - Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento das circunstâncias e do exemplo. Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua solidariedade.
É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza.
30. - Sejam os que componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela das duas categorias que preponderar.
31. - Uma comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam. Não é essa uma imagem da sociedade atual?
Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem.
32. - As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às idéias novas.
Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão, conseguintemente, voltar com idéias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas idéias, constituir-se-ão seus auxiliares.
33. - A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros Espíritos; são com freqüência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de outra maneira.
Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo. Muito outro é o efeito, quando a melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um povo ou de uma raça.
É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso.
34. - Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
35. - Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos aniquilam os seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas conseqüências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.
Os incrédulos rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem, não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.
(Fonte: https://www.espiritismo.net/nossas_atividades/perguntas_e_respostas/criancas_indigo)