Certo dia, um grupo de amigos, de uma comunidade que se tornou muito violenta, resolveu morar em outro lugar onde todos pudessem viver em harmonia. Reuniram-se e tomaram importante decisão: comprar um terreno grande, bem distante dali. As casas seriam construídas em mutirões nos finais de semana. Planejaram tudo, cada detalhe. E assim fizeram. Não foi nada fácil!
Era um lugar lindo! Bem próximo, uni riacho trazia água bem clarinha do alto da serra. À volta, montanhas cobertas de verde davam ao lugar tamanha beleza, que surgiu o nome: Condomínio Vila Verde. Não seria um condomínio rico. As casas seriam simples e bem cuidadas, feitas "no capricho", conforme dizia "Seu" Machado, o mestre de obras de "mão cheia" que coordenava todo o trabalho de construção. Era o morador da casa 1, casado com D. Leonor, pai de Cissa e Jorginho.
Aos poucos as casas foram surgindo. Ao todo eram oito, quatro de cada lado. Uma pequena cerca separava cada quintal. À frente delas urna pracinha. Na entrada urna placa de madeira que dizia: "Condomínio Vila Verde".
Durante a semana os pais e algumas mães saem para o trabalho e as crianças para a escola. Aos domingos as famílias costumam fazer brincadeiras onde todas as crianças participam, passeios na natureza ou mutirão para cuidar da horta comunitária.
Mas, aquele domingo seria muito especial. Tia Vilma, da casa 5, combinou um passeio ao Zoológico.
Pedrinho foi logo dizendo:
– Gosto dos macacos. Eles moram todos na Ilha dos Macacos. Eles são tão engraçados!
– É Pedrinho. Os macacos são brincalhões. – disse tia Vilma. E vivem juntos porque os animais também formam suas famílias. É muito bom viver numa família. As famílias humanas, quando convivem com amizade, formam uma comunidade feliz.
– Como aqui, não é tia Vilma? – disse a Cissa.
– É. Aqui cada um mora com sua família, mas, pela nossa união, formamos uma comunidade feliz. A sociedade será melhor e mais feliz quando todos entenderem a importância de um lar feliz.
No domingo, o pessoal foi chegando e reunindo-se na pracinha do Condomínio. Verinha, que mora na casa 4, chegou com uma novidade.
– Tia Vilma, essa noite Mileide, a gata lá de casa, teve seis gatinhos.
– Parabéns, Verinha. Você viu a ninhada nascer? – perguntou tia Vilma, interessada.
– Vi sim, tia Vilma. A Mileide é bem mansinha e essa é a segunda ninhada. Quando chegou a hora, ela escolheu o seu cantinho preferido, deitou-se bem devagar e logo depois os gatinhos foram nascendo um a um.
– E ela cuidou bem deles, Verinha? – perguntou tia Vilma.
– A Mileide lambia cada filhote e depois pegava na boca, um de cada vez, para mostrar para minha mãe.
– Viu só, Verinha? A sua gata está dando um bom exemplo sobre a importância da família.
Todos ouviram atentos a conversa até que chegou o ônibus. "Seu" Nicolau, que mora na casa 8 é o motorista.
Todos embarcaram, com calma, mas bem alegres.
Chegando ao Zoológico visitaram muitos animais. Viram as cobras, os jacarés e lagartos, até que um fato chamou a atenção de todos.
As crianças viram uma zebrinha sendo tratada pelos enfermeiros.
– O que aconteceu com ela? – perguntou Pedrinho ao Dr. Leopoldo, o veterinário.
– A mãe da zebrinha morreu. Mas, logo, logo, o filhote estará bem e brincando. Aqui no Zoológico cuidamos para que os animais tenham boa alimentação, bastante espaço, jaulas limpas, bons tratadores, o melhor para que cresçam sadios. Mas se os filhotes vivessem no seu ambiente natural poderiam sobreviver só com os cuidados e proteção das suas famílias. E isso é verdade para todas as aves e mamíferos. Para os seres humanos a família ainda é mais indispensável.
– Obrigado, Dr. Leopoldo. – disse tia Vilma. Sabemos que aqui no Zoológico os animais são tratados com muito carinho e dedicação.
Foi um dia realmente muito especial. As crianças gostaram muito e os adultos também.
(Educação do Ser Integral. Conjuntos de Experiências de Aprendizagem. Volume 4)