Para poder realmente ajudar o aluno, o evangelizador tem de compreender os problemas com que se defronta a criança em desenvolvimento na comunidade. Não é muito fácil penetrar nos problemas e isso requer profunda auto-compreensão por parte do evangelizador.
É preciso que o educador conheça bastante os problemas humanos e saiba apreciar os aspectos particulares de cada indivíduo. O papel do evangelizador deve ser de higienista mental, canalizador de energias e orientador. Sua assistência deve ser amigável, deixando de lado o espírito de unicamente ''transmitir conhecimentos'', movido em ''cumprir o programa'' traçado. O ensino da moral cristã, constitui uma ''classe'' muito especial, onde se levará grandemente em conta o amor, a dedicação e a espiritualização do evangelizador.
Trazemos aqui, alguns aspectos importantes, para a compreensão dos alunos:
- Informação: Pesquisar para compreender. O educador deve buscar inúmeros casos, dos mais diferentes ângulos, colhendo toda informação possível, a fim de formar o próprio cabedal de conhecimentos, relativos aos problemas mais comuns e incomuns. Quanto maior o seu conhecimento sobre os problemas do grupo e de cada criança, colhido com caridade, mais rápido será possível alcançar a solução adequada, fruto de experiências, pesquisas, ponderação e fraternidade.
- Hereditariedade e desenvolvimento: Compreender a capacidade potencial dos alunos, diante das contribuições e limitações de hereditariedade.
- Motivação do comportamento da criança: Deve o educador conhecer os anseios, necessidades, desejos e objetivos do grupo, para posteriormente compreendê-la individualmente. O problema mais frequente é o da motivação.
- Condições de aprendizagem: Conhecer o condicionamento e os mais rápidos e seguros processos de aprendizagem, deve ser uma das características do bom educador. Isso lhe dará segurança no caminho a seguir, relativo a cada caso ou à classe.
- Inteligência: É importante a mensuração da capacidade de aprender do aluno. É inadequado dar à criança uma tarefa em que se espera que ultrapasse seus limites de capacidade; também é inadequado quando não lhe são dadas tarefas a cumprir, ou que as tarefas dadas não constitua qualquer desafio.
- Personalidade e emoções: deve o educador proporcionar tarefas que equilibrem emocionalmente a criança, permitindo-lhe formar sua personalidade de forma íntegra.
- Interesse, aptidões e organização social: - Conhecer os interesses, gostos e aptidões das crianças é dever do educador. O estudo e análise da estrutura social do grupo facilitam ao educador conhecer seus problemas principais e resolver-lhe situações difíceis.
- Ajustamento: Qualquer reação à frustração, chama-se ajustamento. Há duas situações que exigem reações de ajustamento: a frustração e o conflito.
- Frustração: Quando há impedimento de realizar os objetivos, diz-se que há frustração. A criança reage quando frustrada da seguinte maneira:
1) Agressão - direta ou verbalmente.
2) Fuga - Fuga do ambiente e do contato.
3) Devaneio - satisfaz-se com a imaginação.
4) Regressão - mudança de comportamento, voltando no tempo.
5) Repressão - esquecimento seletivo de experiências desagradáveis.
6) Projeção - Culpar os outros pelas próprias falhas.
7) Compensação - transferência da satisfação para outras áreas.
8) Racionalização - a criança ilude-se quanto ao verdadeiro motivo da frustração.
- Conflito: É a consequência de situações agradáveis e desagradáveis entre as quais o indivíduo deve escolher. Os dois motivos são incompatíveis simultaneamente. Ex.: a criança quer comer uma bala, na ausência de sua mãe. Ela sabe que necessita do consentimento da mãe (isso a detém) e ao mesmo tempo sente vontade de comer a bala (estimulo e objetivo). Todo conflito gera ansiedade. A ansiedade é uma reação emocional intensa. É um misto de medo, apreensão e esperança referente ao futuro (consequência dos anseios). A criança perturba-se, tomando-se impulsiva.
( Programa para a infância. Federação Espírita do Estado de São Paulo. Área da Infância, juventude e mocidade, 1998).