Há algum tempo um confrade, veterinário, nos contou que Chico chorou feito criança abraçado a um gatinho de estimação que morrera envenenado.
Foi o próprio Chico que nos contou o que se segue. A sua casa era freqüentada por um gato selvagem que não deixava ninguém se aproximar... Todos os dias o Chico colocava num pires alguma alimentação para ele. Numa noite, quando retornava de uma das reuniões, um amigo avisou que o gato estava morrendo estendido no quintal. Babava muito, mas ainda mantinha a cabeça firme em atitude de defesa contra quem se aproximasse. O Chico ficou bastante penalizado, pensando que ele poderia estar envenenado. O amigo explicou que horas antes o vira brincando com uma aranha e que, provavelmente, ele a engolira. E sugeriu que o Chico transmitisse um passe no felino...
O gato, apesar de agonizante, estava agressivo. Ficando à meia distância, o nosso querido amigo começou a conversar com ele...
- Olha - falou o Chico - você esta morrendo. O nosso amigo pediu um passe e eu, com a permissão de Jesus, vou transmitir... Mas você tem que colaborar, pois está muito doente... Em nome de Jesus, você fique calmo e abaixe a cabeça, porque quando a gente fala no nome do Senhor é preciso muito respeito...
O gato teve, então, uma reação surpreendente. Esticou-se todo no chão, permaneceu quieto até que o Chico terminasse o passe...
Depois, tomando-o no colo, esse admirável medianeiro do Senhor pediu que se trouxesse leite e, com um conta-gotas, colocou o alimento na sua boca...
O gato tornou-se um grande amigo e ganhou até nome.
(Carlos A. Baccelli. Chico Xavier mediunidade e coração)