Cartas aos Meninos

Meu amigo pequenino.

Depois de ler e brincar, Há nos caminhos da Terra,

Outra vida a te esperar.

É a vida que representa, A tua escola maior, Onde o livro do trabalho,

É sempre muito melhor.

Para esse novo caminho, Seja em qualquer posição,

Faz-se mister acenderes, As luzes do coração.

Não te habitues a mandar, Nem tão-somente a querer,

Mas aprende a trabalhar, A esperar e obedecer.

Nas lutas de cada dia, Aclara o teu coração.

Preguiças e rebeldias, São portas de tentação.

Antes de tudo, venera, Teus pais e os conselhos seus.

Sem que ames a teus pais, Não podes amar a Deus.

Se tens tudo hoje, recorda, Que nesse grande caminho,

Pode faltar-te o conforto,

Pode faltar-te o carinho.

Não desperdices, meu filho, No mundo há muita criança,

Que embora irmã de teus anos,

Não tem pão, nem esperança ...

Dá sempre. Quem dá recebe, As grandes luzes do Bem.

Deus nos deu tudo na vida.

Se puderes, dá também.

Mas se és pobre, não te esqueças,

Da vida resignada.

“ O pouco com Deus é muito, E o muito sem Deus é nada”.

Se és órfão e desvalido, Se te falta o livro e o pão,

Trabalha e conta com Deus, Que ouve o teu coração.

Deus é tudo em nossa vida.

Sem Ele tudo nos cai.

Aprende a guardar na Terra, A sua bênção de Pai.

Faze da luz da humildade, A força de teu escudo.

Esforço e boa vontade, Na vida conseguem tudo.

Não olvides que o trabalho, É fonte de paz e luz.

Jamais te esqueças, meu filho, Que teu modelo é Jesus.

(Espírito Casimiro Cunha. Antologia da Criança. Psicografado por Chico Xavier)

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