Filhos, Jesus nos abençoe!
Nenhuma legenda maior que a Caridade para lâmpada acesa no vestíbulo de nossa Doutrina Redentora.
Sem dúvida, quando o Espírito da Verdade lhe descerrou a presença bendita, na Obra do Codificador, teve em mente comunicar ao Mundo de novo a presença do próprio Cristo de Deus.
Caridade será sempre o traço de união entre o discípulo e o Mestre, entre a Criatura e o Criador.
Atentos ao impositivo do Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, observamos que o Céu nos possibilita a caridade por chave permanente de ligação com o Todo Misericordioso e com os nossos irmãos da Humanidade onde estejamos.
Notemos, no entanto, filhos meus, que é preciso renovar a nossa conceituação íntima de amor aos semelhantes, de vez que, ao enunciarmos o preceito, pensamos no próximo como sendo alguém perfeitamente igual a nós. Em verdade todos somos companheiros uns dos outros, no entanto, cada qual em nível diferente.
Referimo-nos a isso para considerar convosco que entre os aprendizes de Jesus e os tutelados de Jesus há comumente diferenças essenciais. Daí a necessidade de ponderar que o próximo ainda sem Jesus é um irmão em absoluta carência de recursos espirituais para viver sabendo viver.
Analisemos, por isso, a nossa condição de servidores. Achamo-nos, sobretudo, na atualidade da Terra, à feição de tarefeiros do coração e da inteligência, engajados no Evangelho a serviço do Senhor. Em todos os flancos de luta regenerativa e santificante registramos a fila quase interminável dos nossos irmãos em dolorosas necessidades. Doentes da alma, hospitalizados no mundo.
Nunca nos circunscrevamos ao aspecto exterior das criaturas, a fim de cooperar na Seara do Bem.
Somos chamados a socorrer (e socorrer nem sempre diretamente), tanto os enfermos do corpo quanto os enfermos de espírito. Efetivamente, é imprescindível atender aos filhos da penúria à mesa farta que o Senhor nos confiou, sem olvidar, porém, os filhos da angústia, conquanto, bem postos à mesa dos valores sociais, famintos de compreensão e de paz.
Jamais esquecer que o nosso próximo na Terra de hoje, quase que indiscriminadamente, se encontra sob o jugo de aflitivas perturbações…
Os desajustados se aglomeram junto de nós, a pedir-nos entendimento, enquanto os obsediados respeitáveis cruzam os nossos caminhos no cotidiano, sob a hipnose da indiferença, ante o próprio destino.
Há quem comande o dinheiro para sepultar-se em abismos de lama dourada e há quem despreze o benefício da prova, para arremessar-se às furnas de sombra pela revolta com que menoscabem os valores da vida.
Há quem fale e grite impropérios contra a Bênção Divina e há quem se cale, adiando a edificação do bem, favorecendo a ilusão em prejuízo de si próprios.
De todas as procedências, chegam até nós os tristes, os cansados, os abatidos, os derrotados, os obsessos, os desequilibrados, os empedernidos, os intolerantes, os violentos, os nossos irmãos-problemas nas mais diversas nuanças de perturbação e desajuste espiritual.
Caridade, pois, meus filhos! Caridade de toda hora, de todo o dia de toda estrada.
E junto uns dos outros na execução dos deveres a que fomos trazidos ou convocados, tenhamos mais caridade ainda por amor às responsabilidades de Jesus em nossas mãos. Sejamos a serenidade daquele que se arrojou à irritação, a paz do que sofre em guerra tremenda com as próprias tentações que carrega, a humildade daquele que olvidou a nossa condição de escravos do Senhor e se acredita dominando, onde foi intimado a ajudar e contribuir; o entendimento do que ainda ignora as contas que prestará dos empréstimos do Eterno Benfeitor; a bênção daquele que ainda se encontra na esfera da censura e da crítica destrutiva; o silêncio do que faz ruído inútil; a ponderação do precipitado; o companheiro daquele que não sabe ainda entender a significação da palavra “amigo”; a segurança do imprudente; a vigilância dos temerários; o otimismo dos que descem ao desânimo e ao pessimismo incapazes de apreender a extensão da desarmonia que causam ao mecanismo das boas obras; a modéstia dos que se envaideceram com os bens do Senhor, acreditando-se donos deles; o apoio dos que desampararam a si mesmos pela imprevidência com que se afastam dos próprios compromissos; a visão dos cegos de espírito; a muleta generosa para aqueles que ainda não logram caminhar com a desenvoltura de que já dispomos no conhecimento do Evangelho; o leito espiritual para os que adoeceram na obsessão e não conseguem equilíbrio suficiente para agirem com a precisa saúde moral.
Caridade, sim, para todos, porque todos somos mendigos de algo à frente de Deus.
Enfim, meus filhos, na emotividade abençoada de nosso encontro fraterno, transmitimos a vós outros, tanto quanto transmitimos a nós mesmos, a mensagem de Fabiano de Cristo, o apóstolo da caridade, em favor de nós todos nesta manhã de confraternização e de luz:
“Filhos, é preciso sofrer para auxiliar. Outra não foi a Doutrina de Jesus e a conduta de Jesus para enriquecer-nos com o Seu Infinito Amor”.
Estendamos as nossas mãos uns aos outros e que o Senhor nos inspire e nos abençoe.
(União em Jesus. Bezerra. Psicografado por Chico Xavier)