Atualmente, na Terra, todos ouvimos, com freqüência, a afirmativa geral — “eis que o mundo se transforma”.
Efetivamente, no Plano Físico, em apenas um quartel de século, alteraram-se basicamente quase todos os setores da vida em si.
Robôs específicos, quais sejam tratores ou máquinas de lavar, poupam imensidade de trabalho e os processos de intercâmbio, os mais rápidos, converteram o Planeta em casa grande com grande família entreunida nas mesmas realizações e nas mesmas dificuldades.
A criatura humana, porém, conquanto se extasie perante os avanços do progresso e, por vezes, se veja constrangida a súbitos deslocamentos emocionais, em vista das novas orientações psicológicas, observa, dentro de si própria, que as ocorrências do espírito continuam as mesmas.
O amor genuíno não sofreu qualquer modificação;
a atração dos sexos, do ponto de vista da coletividade, não experimentou mudança alguma;
o sofrimento moral é absolutamente semelhante àquele que devastava civilizações de há muito desaparecidas;
o imperativo da educação não abandonou o lugar que lhe compete na vida comunitária;
a ordem social não passou por alienação nenhuma, a fim de que a segurança comum se faça resguardada nos alicerces da justiça;
e a morte prossegue em toda parte, coma sendo uma força que se impõe no mundo à custa de lágrimas.
Consideremos tudo isso e não te permitas abater se lutas, porventura te assediem a estrada.
Ante a perspectiva de mais mudanças no plano exterior, no imo da alma, sejamos mais nós mesmos.
Por mais complexa se mostre a moldura do quadro em que vives, no mundo, nele transitas, à feição de viajor, no hotel das facilidades materiais, com vinculações de trânsito e compromissos de tempo certo.
A Terra se renova, substancialmente, oferecendo reconforto em todas as direções; entretanto — ponderamos com respeito — é preciso saibas o que fazes de ti para que o carro da evolução não te colha sob as suas rodas inexoráveis.
Ampara-te na fé em Deus, seja qual seja o campo religioso em que estagies, construindo resistência íntima com os recursos do conhecimento e do amor.
Desvincula-te das preocupações improdutivas para que te não afastes do essencial.
Usa os bens que a vida te empresta atendendo ao bem dos outros, sem permitir que os bens dos quais te fizeste usufrutuário te acorrentem ao poste das aflições inúteis.
Serve sem apego. Ama sem escravizar o próximo ou a ti mesmo. E ilumina-te, seguindo adiante.
É da Lei Divina que o mundo se transforme independentemente de nossa vontade, mas é igualmente da Lei do Senhor que a nossa renovação, sejam quais forem as influências exteriores, dependa sempre e exclusivamente de nós.
(Na hora do testemunho. Espírito Emmanuel. Chico Xavier e J. Herculano Pires)