Amigos e inimigos

O amigo é uma bênção.

O inimigo, entretanto, é também um auxílio, se nos dispomos a aproveitá-lo.

O companheiro enxerga os nossos acertos, estimulando-nos na construção do melhor de que sejamos capazes.

O adversário identifica os nossos erros, impelindo-nos a suprimir a parte menos desejável de nossa vida.

O amigo se rejubila conosco, diante de pequeninos trechos de tarefa executada.

O inimigo nos aponta a extensão da obra que nos compete realizar.

O companheiro nos dá força.

O adversário nos mede a resistência.

Quem nos estima, frequentemente categoriza nossos sonhos por serviços feitos, tão só para induzir-nos a trabalhar.

Quem nos hostiliza, porém, não nos nega valor, porquanto não nos ignora, e, combatendo-nos, reconhece-nos a presença em ação.

 Na fase deficitária de evolução que ainda nos caracteriza, precisamos do amigo que nos encoraja e do inimigo que nos observa. Sem o companheiro, estaremos sem apoio e, sem o adversário, ser-nos-á indispensável enorme elevação para não tombarmos em desequilíbrio. Isso porque o amigo traz a cooperação e o inimigo forma o teste.

 Qualquer servidor de consciência tranquila se regozija com o amparo do companheiro, mas deve igualmente honrar-se com a crítica do adversário que o ajuda na solução dos problemas de reajuste.

Jesus foi peremptório em nos recomendando: “Amai os vossos inimigos”. Saibamos agradecer a quem nos corrige as falhas, guardando-nos o passo em caminho melhor.

(O Evangelho por Emmanuel — Volume I/ Reformador, maio de 1968, página 114. Chico Xavier)

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