Questionados que temos sido por vários companheiros reencarnados nas áreas do campo físico, com respeito ao binômio “alma e corpo”, desejamos afirmar, preliminarmente, que sabemos que o assunto será esclarecido, nos termos justos, por autoridades da Vida Superior, no tempo próprio.
Diante, porém, da sinceridade dos nossos irmãos, que permanecem transitoriamente na Terra, ousamos enfileirar aqui algumas deduções simbólicas, capazes de auxiliar-nos o raciocínio na solução dos problemas profundos que a questão envolve em si mesma.
A alma é comparável ao motor.
O corpo é o veículo.
A alma é o livre-arbítrio.
O corpo é a matéria que se organiza afim de resguardá-la.
A alma é o timoneiro.
O corpo é a embarcação.
A alma é a raiz.
O corpo é o tronco.
A alma é a tela que detém os nossos desejos.
O corpo é a realidade, em que se manifesta.
A alma é a sublimidade da música.
O corpo é a câmara na qual o compositor procura os recursos para reproduzir ou inspirar-se ante a melodia dos anjos.
A alma é a lógica nos acontecimentos da vida.
O corpo é instrumento em que se aprende a respeitá-la.
A alma é a inspiração da Vida Maior.
O corpo é a matéria densa em que nós outros manipulamos as formas dos anseios que os nossos sentimentos acalentam no dia a dia.
A alma é o plano.
O corpo é a inteligência instintiva que o executa.
A alma é o campo.
O corpo é a enxada que obedece ao lavrador.
A alma é o oleiro.
O corpo é o elemento que o obedece na formação de vasos diversos.
A alma é o ambiente.
O corpo é a forma que nos define os pensamentos.
A alma é a fonte dos nossos ideais.
O corpo é o buril de trabalho com que nos conduzimos, pela própria vontade, às atividades do bem ou do mal, conforme nossas escolhas.
A alma é a diretriz.
O corpo é o território em que viajamos com a possibilidade de nutrir a saúde ou as provações da doença.
A alma é o amor de que nos alimentamos para a vida.
O corpo é a atitude que nos tutela a independência própria para assumir as nossas preferências das quais teremos os resultados respectivos.
A alma é a lanterna da paz.
O corpo é o refletor de nossas disposições íntimas para servi-la ou conturbá-la.
A vida é semelhante à mina de ouro.
Tomando o corpo físico, que lembra o uniforme do trabalhador que se esforça para encontrar e deter alguma parcela do precioso metal, na reencarnação, simbolizamos desta forma a presença ou a busca da luz em que todos vivemos.
É necessário remover toneladas de cascalho para achar alguma quantidade da preciosidade referida.
Aqueles que se devotam às boas obras e se desenvolvem no autoconhecimento levam consigo alguma luz ao Plano Espiritual; isso, porém, por vezes, determina grande número de existências, na Crosta Terrestre.
Os amigos que se consagram à ociosidade ou à revolta, ao desânimo ou ao ódio, devem voltar ao mesmo padrão de existência, nas áreas físicas do Planeta, tantas vezes quantas foram as romagens no ambiente das provas que não quiseram vencer.
Conduzindo à Vida Superior apenas cascalho improdutivo, às vezes necessitam regressar às dificuldades que desprezaram, demorando-se no mundo material.
E isso acontece com muitos amigos que apenas conduziram consigo o cascalho da inutilidade, sem possibilidade de partilhar o trabalho nas Legiões do Bem.
Lamentam-se, em vão, porque em verdade recusaram sistematicamente as oportunidades de serviço e elevação que lhes foram concedidas.
Conduzindo às Esferas Superiores unicamente cascalho, sem qualquer resquício de luz de que se acham necessitados, são constrangidos a retornar às tarefas que menosprezaram no mundo.
Saibamos procurar a luz nas pedras da existência, estudando e aprendendo, amando ao próximo como sendo nós mesmos e sublimando os ideais de elevação que adquirimos, com a realização de nossos princípios.
Eis porque este livro simples e despretensioso recebeu o nome de: Alma e Luz.
(Alma e luz. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)