Aliança do Divino Pastor (Orientação ao Grupo Espírita)

        Irmãos do “Aliança”, que o Divino Pastor nos guie, através do grande caminho do soerguimento e da redenção.

        Convosco, seguem vanguardeiros da luz que se apoiam no campo de vossa boa vontade, para a realização do trabalho santificante do Cristo e que poderíamos nós outros desejar-vos, senão mais ampla vitória com a Esfera Superior?

        O Espiritismo com Jesus é ciência divina de aperfeiçoamento da unidade a refletir-se na melhoria do todo.

        Enquanto outras escolas de fé se vangloriam com preceitos espetaculares, baseados na afirmativa humana ou na representação convencionalista da inteligência encarnada na Terra, os aprendizes do Senhor palmilham a senda escabrosa do sacrifício e do burilamento pessoal aperfeiçoando-se ao Mestre que escolheram por supremo condutor de seus destinos.

        Continuemos, assim, de mãos entrelaçadas, em torno do Caminho, da Verdade e da Vida, porque a expressão fenomênica, em si, não passa de antiga campainha de alarme, soando em vários diapasões, para despertar as consciências adormecidas.

        Nesse capítulo, encontraremos sempre um Espiritismo de aspectos multifários, em cujas categorias se demoram classes compactas de estudantes da revelação, indagando, investigando, experimentando ou reconfortando-se. Para onde se volte nossa pesquisa puramente intelectual, seremos defrontados, invariavelmente, pela resposta aos nossos próprios desejos.  Por isto mesmo, é fácil esquecer as lições salvadoras da subida áspera, que nos convocam o espírito às claridades dos cimos, para repousarmos, indebitamente sob o fascínio de quadros vivos iguais àqueles em que nos movimentamos, dentro da insipiência de nossos conhecimentos relativos, anulando-se-nos a coragem de escalar a montanha da sabedoria e do amor, em cuja eminência nos aguardam novos roteiros iluminativos, com referência à nossa ascensão legítima na imortalidade. Necessário, portanto, desconfiar de todas as posições em que a nossa capacidade de lutar e servir, aprender e melhorar, se demore anestesiada pelo elixir do menor esforço.

        Não basta organizar o intercâmbio comum entre os dois Planos — o dos encarnados e o dos desencarnados — nem positivar simplesmente a sobrevivência individual do homem, além da morte, sem qualquer atividade digna por sublimar-lhe a personalidade. Imprescindível eleger um padrão luminoso que nos descortine a meta e nos oriente as tarefas, conjugando-as no sentido da perfeição. E esse padrão temo-lo, nós outros, no Cristo Vivo e Soberano, que deve legislar no reino de nossas almas, antes de estender o seu domínio de amor ao vasto império de nossos interesses e aspirações do círculo isolado. Abramos o santuário de nosso espírito ao Senhor, para que os seus sublimes desígnios prevaleçam em nossas experiências.

        Longa é, ainda, a jornada para o Alto e laboriosa ser-nos-á a marcha evolutiva, em favor da dilatação da nossa capacidade receptora, à frente do Celeste Doador de todas as Bênçãos.

        Cristianizar nossos pensamentos, palavras e obras que representam o plano tríplice de nossa influenciação direta e indireta sobre os outros, é construção inadiável, sem a qual nossos melhores propósitos são ameaçados nos fundamentos.  Não é difícil monumentalizar a virtude na Terra, dando-lhe corpo adequado nos patrimônios materiais; entretanto, ambientá-la, dentro de nós mesmos, para que a sua claridade bendita se irradie a benefício de todos, é apostolado sacrificial, dentro do qual porém cooperaremos no reerguimento do mundo sob a égide do Cristo, que continua confiando em nós todos, tanto quanto o oleiro não descrê das possibilidades da argila ainda sem forma.

        Ante as oportunidades benditas que vos confere a existência carnal, não descanseis, meus amigos, no ministério de elevação.

        Melhorar, buscando a inspiração dos corações mais sábios e mais amorosos que os nossos, a fim de servirmos com mais eficiência e segurança àqueles que ainda se encontram menos esclarecidos e menos sensíveis ao amor, que nós mesmos, é, sobretudo, o trabalho mais imediato, a fim de que o nosso concurso evangélico não se confine aos círculos brilhantes da palavra fantasiosa.

        Vós que tivestes a felicidade da arregimentação sob a bandeira de luz do Evangelho do Senhor, segui-lhe os exemplos, as atitudes e os passos. Jesus continua nascendo na manjedoura dos corações que se fazem simples e confiantes na fé viva, curando, através das mãos que o procuram sedentas de caridade, e resplandecendo no Tabor das almas elevadas e nobres que se dirigem para os montes do bem e da luz, a fim de respirarem e viver. Mas prossegue também ensinando a arte divina da ressurreição pela Cruz, que, através de todos os tamanhos e feitios, espera, por enquanto, aqueles que se decidem, realmente, pela Vida Triunfante.

        Assim, pois, irmãos queridos, caminhai ajudando, ensinai distribuindo com os emissários celestes e confiai na Justiça e na Bondade que nos regem as ações de ângulos superiores à estrada terrestre.

        Rendamos graças ao Pai pelo banquete de bênção com que nos brinda, sempre, a sede de engrandecimento, e façamos pela nossa dedicação a vida melhor na Terra que ainda aguarda a vitória do Reino de Deus.

        Entreguemos nossos corações e ideais ao Senhor da Verdade e que nossas mãos e nosso verbo se convertam em instrumentos leais d’Ele, em todos os lugares, climas e situações, são os votos do amigo e servo humilde.
(Cartas do Coração . Espírito Emmanuel.  Psicografado por Chico Xavier)

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