Agradece, alma querida e boa,
Ao Doador das Luzes e dos Bens
Os dotes naturais que te amparam a vida
E as concessões que tens.
Observa a palavra
Em que a força do verbo se te fez,
Quando existe no mundo tanta gente
Em penosa mudez.
Contempla as próprias mãos que podem trabalhar
Em toda atividade nobre e amiga,
Quando se enxerga, em toda parte,
Tanta mão que mendiga.
Reflete nos teus olhos,
Dos quais a luz é a doce companheira,
Quando tantos irmãos vemos na Terra
Suportando a cegueira.
Toca o cérebro claro
Em que o discernimento se te apura
E lembra a multidão dos companheiros
Nos desvãos da loucura.
Certamente, alma boa,
Deus, o Dispensador dos Recursos Supremos,
Não tem culpa do pranto que há na estrada
Que nós mesmos fazemos.
Saibamos, entretanto, agradecer
Os tesouros e dons de que nos faz dispor,
A fim de que saibamos levantar
A grandeza da Vida e a redenção do Amor.
(Chico Xavier pede licença. Espírito Maria Dolores. Psicografado por Chico Xavier / J. Herculano Pires)