É sabido que o pessoal das trevas desenvolve grandes atividades no Plano Espiritual ligado ao Plano Físico, aí efetuando muitas reuniões.
Num encontro desses, que nós mesmos presenciamos, um chefão das forças do desequilíbrio, buscava o pronunciamento de algumas dezenas de assessores e assalariados.
O tema em exame era a destruição de um grupo de tarefas espíritas-cristãs, cujas funções se iniciariam.
Fornecemos aqui um resumo do entendimento havido, relacionando sugestões de vários dos irmãos infelizes e as respostas do inteligente diretor do referido simpósio:
— Poderemos atacar os componentes da equipe com moléstias imaginárias...
— Isso não adianta. Existe presentemente no mundo; vasto número de estudiosos com a possibilidade de anular hipnoses e sanar obsessões.
Detonaremos calúnias e injúrias sobre os associados...
— Não dará resultado — comentou o chefe — porquanto na atualidade os seguidores do Evangelho de Jesus estão progredindo no perdão das ofensas.
— Atiraremos filhos e netos contra os pais e avós...
— Também não. Sabemos que os pais e os avós costumam trazer o coração mole e passam facilmente por cima de qualquer ingratidão dos descendentes.
— Aumentaremos as tentações das posses e riquezas...
— Este argumento não cabe aqui.
As leis evoluíram e as posses e as riquezas na Terra estão fiscalizadas e prejudicadas por impostos e exigências coercitivas.
— Faremos a desarmonia entre os casais, arremessando as esposas contra, maridos e os maridos contra as esposas...
— É inútil. Os homens e as mulheres sempre encontram parceiros para reajustes e acomodações…
Os pareceres prosseguiam acesos, quando um dos presentes falou, sorrindo:
— Tenho um plano que dará certo, segundo creio.
A turma se colocou atenciosamente na escuta e o esperto interlocutor continuou:
— Vocês todos sabem que os cristãos reencarnados, incluindo os espíritas, são pessoas semelhantes a nós mesmos, pelas tendências inferiores e sentimentos imperfeitos que carregam.
A única diferença entre eles e nós é a de que estão fazendo pela própria regeneração, tentando isso com muitas dificuldades. E todos nós, por aqui, estamos informados nos tempos últimos de que os chamados movimentos de fofocagem são altamente produtivos em desunião. A fofoca é invenção nossa, traduzindo zombaria em torno das criaturas, à fim de impedir-lhes o avanço na direção do aperfeiçoamento que não temos. Nós aqui somos capazes de repelir qualquer inteligência que nos ponha os defeitos à mostra. Brigamos, protestamos e, se preciso, vamos à pancadaria e ao pugilato. Pois, entre os espíritos reencarnados, a situação é a mesma. Faça-se a empresa de fofocagem e coloquemos o pessoal nos testes do melindre e estejamos convencidos de que esses companheiros mergulhados em sonhos de renovação não se aguentam juntos. Vendo-se apontados nas deficiências de que são portadores, não se tolerarão e adeus grupo. Sugiro a fofocagem. A fofocagem não falha.
O chefão desferiu enorme gargalhada, em sinal de aprovação e anunciou em voz alta:
— Muito bem… Estamos nessa… Em poucas semanas, os amigos que se iniciavam em serviço de elevação na vida interior estavam desgostosos, infelizes e a palavra de todos parecia untada de fel e recheada com vinagre, nas queixas recíprocas.
A agremiação nascente não chegou a ser fundada em definitivo e nós, os observadores do assunto, fomos obrigados a repetir com o matreiro obsessor: adeus grupo.
(Tende bom ânimo. Espírito Hilário Silva. Psicografado por Chico Xavier)